Façam como as crianças; soltem a imaginação e viajem para o mundo mágico, onde vale absolutamente, tudo.
A Bolsa Cor de canela
Duas meninas voltavam da escola e quando atravessavam a praça avistaram uma bolsa sobre um banco de jardim.
Perguntaram a várias pessoas que estavam ali por perto, naquela praça, mas aparentemente a bolsa não pertencia a ninguém. Pelo menos ninguém conhecia o dono daquela interessante bolsa cor de canela.
Foram até o outro lado da praça, perguntar na farmácia e na padaria. Não; ninguém sabia de quem era a bolsa.
-Que mistério!
Falou a menina mais nova, que era um pouco medrosa, mas só um pouquinho.
-Vamos ver se tem o nome e o endereço da dona, porque é uma bolsa de mulher, não é?
-Acho que é, vamos ver. Olha que bolsa legal! O que será que tem dentro dessa bolsa? E olha só, ela tem também um bolso. Para que será que uma bolsa precisa de um bolso?
Perguntou a menina mais alta.
-Eu acho que é para botar no bolso o que não cabe na bolsa. Será!?
Falou a menina de vestido azul.
-Acho que não. Acho que é ele que guarda o segredo da bolsa...
Falou a menina, que tinha resposta para tudo.
-E qual será o segredo dessa bolsa?
Continuou a perguntar a amiga curiosa.
-Eu acho que é o nome e o endereço da dona.
-Nome e endereço, não deve ser segredo, ou deve!?
-Então vamos abrir e ver o que tem dentro dela? Qual será o mistério dessa bolsa?
-É...qual será o esse mistério dessa bolsa...
Repetiu a amiga automáticamente.
As duas olharam ao mesmo tempo dentro dela e não viram nada. Não havia nada dentro, ou melhor, havia sim...
-Olha só! No bolso de dentro tem um papel dobrado.
-Abra rápido estou tão curiosa que não agüento mais esperar.
-Calma...vamos ver...vamos ler o que está escrito.
-Minhas meninas curiosas;
Fico contente, porque vocês encontraram
A minha bolsa mágica de estimação,
Ela carrega dentro dela, o mundo... tudo da criação...
-O mundo ? Como assim!?
Perguntaram alto, as duas meninas juntas
E continuaram a ler o bilhete que estava em suas mãos.
-Sim, o mundo da imaginação.
Tudo o que se imagina, cabe dentro dela.
Não é legal a minha bolsa
Da cor da canela?
-Cabe até uma montanha?
Perguntou a menina menor.
E as letras apareciam magicamente no papel enquanto elas conversavam.
-Cabe sim uma montanha toda de banha.
-E o que mais ?
-Ah, um monte de coisas, querem ver ?
Vejam o que vai acontecer;
Enquanto apreciam as palavras também apareciam as figuras:
Uma árvore com frutinhas,
E um arco-íris que sempre aparece
Com qualquer chuvinha.
Entre pedras, corre um rio
tão estreito como um fio.
-Será que este rio, têm peixes? E será que peixe sente frio?
Perguntou outra vez, a menina curiosa.
-Se fosse mar teria em volume,
muitos peixes em cardume.
Dos bem grandes, dos médios
e dos pequenos também,
Polvo, golfinho e até baleia tem!
-Baleia? Puxa que bolsa gigante em? Nem que fosse do tamanho do mundo. Parece até que essa bolsa nem tem fundo.
Falou a menina que é muito esperta.
-E o que tem mais?
Perguntou a outra menina cada vez mais curiosa.
-Tem um sol, uma estrela,, uma lua quase cheia...
Um barco que a vela azul volteia...
Olha só essa violeta
que mais parece uma borboleta.
Tartaruga cedo madruga, porque quer fugir?
Ou é tão demorada, que ainda nem foi dormir?
E aquela jaguatirica?
Que se a gente olhar muito, ela fica tiririca?
Tem também o velho e bom leão,
que está assim barrigudo,
por que come muito pão.
-E olha só, uma luva, muito maior que a capa de chuva.
Comentou a menina maior, com pintinhas no nariz.
-E ainda tem mais, não acabou ainda...
-Tem mais ? Esse mistério nunca finda?
Falou a menina menor.
-Só se você quiser, Se gostou ainda tem mais...
-Então vamos ver mais. Falaram apressadas, as duas quase juntas.
-Olhem bem, que aqui tem um rato,
Isso porque não mora aqui, nenhum gato.
Lá vai, o “chapeuzinho vermelho” com medo, correndo
daquele animal de orelhas grandes,
olhos e boca, enormes,
com o seu nariz escorrendo...
É ele mesmo podem ver! O lobo mau, cabeça oca.
Que só quer dormir de touca,
que roubou da vovozinha.
Eis aqui também; uma bela lagartixa
que quando se espreguiça,
seu grande rabo espicha.
Também tem uma girafa de chapéu,
Que só vive olhando para o céu.
Se olhando o tempo todo num espelho,
está lá perto dela, um Coelho.
-Coelho não mora em cartola de mágico? Ou é em bolsa agora?
Perguntou a menina de sapato de verniz.
-Não! Coelho só fica em cartola de mágico
em dia de mágica.
-E camelo ? Nessa bolsa tem camelo?
A menina maior queria conhecer muitos bichos.
-As vezes tem, as vezes não.
Tem que o dia acertar
Ele viaja só pelo deserto,
a caminhar, caminhar, caminhar...
Para chegar ao seu destino, sem jamais se atrasar.
-E elefante, tem? Também cabe na bolsa ?
Não parava de perguntar, a menina morena.
-Até cabe,
Cabe tudo e muito mais,
tudo o que a cabeça pensar.
Mas me contaram que no circo,
aquele lá, foi morar.
Depois que lá arrumou amigos,
E pela elefanta se apaixonar.
-Puxa, Que bolsa bacana essa! Mas é muito esquisita. Muito misteriosa mesmo.
Comentou com a amiguinha a menina de cabelo cacheado.
-Para saber o que tem dentro, precisa não ter medo de pensar.
Continue a procura bem lá dentro
que muito ainda mais, vai encontrar.
E de quem é afinal, essa bolsa com bolso, que guarda um bilhete mágico, que até parece que fala com a gente?
Falou a menina de blusa rosa, como olhar meio espantado.
-Eu acho que só pode ser duma bruxa, você não acha?
-Eu também acho!
Falou a menina que estava com fita no cabelo.
As duas se levantaram do banco do jardim onde estavam sentadas até agora, colocaram o bilhete
misterioso dentro do bolso da bolsa, deixando a bolsa do mesmo jeito que a encontraram. Quando iam saindo do outro lado da praça, as duas amigas olharam para trás e viram duas meninas examinando a bolsa cor de canela, que estava sobre o banco do jardim.
Uma amiga olhou para a outra , sorriram, e sem falar nada, seguiram o seu caminho...
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