quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Silabas nada mais...

                                                 Silabas nada mais...
Fê entrou na sala e bateu  violentamente a porta atrás de si.
Sua mãe enxugando as mãos numa toalha de pratos veio ver do que se tratava.
- O que é isso Fê?
- Ora mamãe, vê se pode uma coisa dessas? A mãe do Rê acha que devemos trocar a data do casamento.
- E por quê?
- Porque o mês de agosto dá azar, é mês de cachorro louco, sei lá mais o que ela inventou, mas não é, a Lu me disse que é a maneira de ela ir manipulando a gente. O Rê só faz o que ela quer o seu Ni, só faz o que ela quer, só ela que manda, ela sabe tudo, maior do que ela só a girafa de salto alto.
-Fê minha querida, você sabe que as mães são ciumentas dos seus filhos e a Le não é diferente.
- Mas que tolice é essa de que quem casa em agosto tem azar e o casamento não dá certo? Que bobagem é essa? Ela diz isso porque ai não tem mais o que inventar e nem vaga na igreja, só ano que vem e ai vai mais um ano para frente, quando casar já estarei velha, velha!
- Que bobagem Fê, a dona Ju casou com quase quarenta anos e é muito feliz...
- O que é isso mã? Está querendo que eu fique solteirona? Para tia, ou como falam os nordestinos no caritó?
- Eu não querida! Longe disso, meu sonho é ver você vestida de noiva entrando pela nave da Igreja toda de branco rodeada de flores, pelo braço do seu pai...
-Me chamaram? Estou aqui, o que houve?
- Nossa filha Fê está indignada porque vai ter de trocar a data do casamento porque a sogra, a Lê, acha que agosto não é um bom mês para casar, dá azar...
- E não é? O que tem a ver, ou melhor, quem disse isso?
- De acordo com ela é mês de cachorro louco e lobisomem, de gato preto e bruxarias, e sei lá mais o que.
- Louca é ela! E o teu noivo porque concorda com uma insanidade dessas?
- Ora porque depois de tantos argumentos ele também acha que pode dar azar.
-E quem sabe é mesmo...?
- O que isso Juca? Até você?
- Bem se eu me lembro os casamentos que eu fui em agosto nenhum vingou, todos se acabaram, o Jô com a De, o Tato com a Tata...
- Mas isso é pura bobagem, é superstição!
- Pois eu vou me casar em agosto e está acabado!
-Olha lá minha filha, não se brinca com forças ocultas, veja lá no que vai se meter.
Fê tomou do seu celular e ligou para o noivo;
- Rê decida agora mesmo; ou vamos casar em agosto ou não casamos mais:
-??? Fê você enlouqueceu, e porque não podemos esperar? Escolher outra data, outro mês?
- Decida, ou a Lê e o Seu Ni não se metem no nosso casamento ou não caso mais com você.  O nosso casamento vai ser em agosto ou o azar já vai começar aqui e agora...
Bem que a Lu falou para a Fê que a Lê mandava no Ni e no Rê, assim não dá...

sábado, 25 de janeiro de 2014

Verão? Veremos!

                                                   Verão? Veremos!
Desde que em julho do ano passado, 2013, nevou no morro do Cambirela, visível da ilha de Florianópolis, que todos profetizaram um verão cavernoso, das entranhas do inferno, mas foi pouco.
A realidade é que todos estão derretendo literalmente 24 horas por dia, tentando amenizar nas praias chuveiros e piscinas. Durmo de janela aberta ventando em cima de mim e de ventilador a toda e é pouco. Já houve marcas de mais de 40° em alguma cidade aqui do interior que não me lembro, fotografaram 47°, é mole?
Sim é mole porque está derretendo.
Com isso potes e potes de sorvete e milhares de picolés são consumidos indiscriminadamente sem a preocupação com colesterol e triglicérides... \o/ \o/ \o/
Essa parte deixamos para o inverno, alguém vê ou ouve alguém falar em colesterol no verão? É claro que não, pois teriam que abrir mão dos frutos do mar e quem vai deixar de saborear os camarões e as ostras numa temporada maravilhosa como esta?
E para os cervejeiros de plantão então?! Colesterol no verão é assunto proibidíssimo.
Já chegam os assuntos denominados impostos para causar lesões mentais e ainda vamos nos preocupar com dietas neste verão de meudeus? Não! Vamos aproveitar e curtir, afinal quem estará aqui ano que vem ou mesmo no próximo inverno para se preocupar com o colesterol ou esquiar na neve na beirada da ilha?
Só Deus sabe, então, vamos mergulhar numa piscina de sorvete, cair matando uma bacia de camarões, e seja o que deusquiser!
Boa temporada a todos...
 

sábado, 18 de janeiro de 2014

Devaneio de Palavras

                                                      Devaneio de Palavras
Hilário ao sair do escritório pegou a ação judicial lavrada pelo seu advogado e numa ação inexplicável e inesperada rasgou toda a papelada e jogou na lixeira dando em seguida dois pulinhos causando perplexidade pela ação hilária aos passantes do local.
A atitude de aparente abobado na verdade escondia que Hilário era um mala.
Logo que chegou em casa, o mala pegou uma mala entrouxou de roupas a dentro e saiu tão apressado que tropeçou no carteiro que trazia a mala postal esparramando tudo pelo chão.
Pediu desculpas e correu para o ponto de ônibus na esquina e quando este chegou foi carregado pela onda humana que o empurrou para dentro sem quase tocar os pés no chão, causando-lhe um arrepio intenso que fez com que seus cabelos imediatamente se enchessem de ondas, desmanchando a chapinha que havia feito pela manhã.
Agoniado pela onda de calor que se concentrou dentro do veículo coletivo ficou de olho numa vaga de acento que para sua felicidade aconteceu bem diante dele.
Sentou-se e acomodou ao seu lado sua mala, bem ao lado de uma senhora que trazia também uma mala de couro de onça, bem na onda da moda por sinal. Ambos seguiram atentos à estrada que àquela hora era bem sinalizada pelos “olhos de gato”; que para um simples artefato luminoso leva o nome cientifico pomposo e bem estranho de catadióptricos.
De repente a mulher da mala de onça abre um pano xadrez desses de cozinha e retira uma vasilha plástica com tampa azul; em seguida a desenrola ali diante dele alguns docinhos chamados “Olho de sogra” e os ofereceu com sinceridade ao mala, que grato e havidamente aceitou.
Após comer o lanchinho acomodou-se melhor na poltrona e recordou-se do tempo em que se banhava no “olho d’água”, no sitio de sua avó, quando era menino. Desta época também se lembrou de uma aula de filatelia onde conheceu o famoso selo “Olho de boi” que o professor levou para a sala de aula, de sua própria coleção, e dali foi lembrando-se da infância, lembrando, lembrando quando de repente sentiu um cutucão e foi avisado pelo cobrador que haviam chegado ao ponto final o que o Hilário não achou nenhuma graça, pois havia ultrapassado alguns pontos de sua parada. Passando pela igreja ele chegou bem na hora que uma mulher se levantava do chão onde havia caído estatelada sobre a passadeira enroscada. Dali ele saiu e continuou andando tomando o rumo do final da rua onde ficava a barbearia do Sr. Costeleta para saber das novidades.
D. Hilária a passadeira, uma mulher aparente abobada, olhou para o alto, deu algumas voltas sobre si mesma para melhor apreciar a abóbada sobre sua cabeça, quando enrolou os pés na passadeira e caiu ao chão igual a Terezinha de Jesus, que de uma queda foi ao chão, pena que ali não havia cavaleiros para levantar a passadeira e esticar a passadeira.
Mais tarde quando Hilário chegou em casa de sua tia encontrou a passadeira, aquela que rodava abobada apreciando a abóboda, amiga de sua tia, que veio a saber se chamar d. Hilária, toda descadeirada do tombo que levou na passadeira e os três riram da ação hilária de que foram envolvidos como numa onda, naquela tarde totalmente contrária as previsões metereológicas que prenunciavam uma onda de frio.
Achei melhor acordar do devaneio...

domingo, 12 de janeiro de 2014

Obrigada

                                                      Obrigada
 Li que ontem, dia 11 de janeiro, foi o dia do Obrigado (a)
Para mim seria impossível agradecer tantas coisas que vivo todos os dias e que as já vivi até aqui.
Agradecer tantos momentos maravilhosos que passei junto a pessoas queridas.
Agradecer até os momentos tristes e amargos, pois eles foram os que me fizeram sentir o gosto doce dos dias bons e reparar melhor no brilho do sol quando passo uma semana inteira com céu nublado.
Como expressar a gratidão a Deus pela felicidade de ter colocado no mundo, ter dado forma e vida a quatro criaturas maravilhosas, saudáveis, inteligentes e perfeitas, levadas as proporções de seres humanos em evolução?
Como demonstrar gratidão aos meus pais que me deram a oportunidade de renascer entre eles, recebendo carinho, educação e respeito?
Como agradecer aos meus irmãos que sempre me amaram sem restrições, aceitando-me como sou com qualidades e defeitos?
Como agradecer ao pai dos meus filhos que me amou e me ajudou a criar nossos filhos dando-lhes o amor que ninguém mais daria tão sincero?
Como agradecer aos meus professores que com paciência infinita respeitaram e venceram as minhas dificuldades e limitações e me ensinaram as primeiras palavras e me introduziram ao prazer do conhecimento infinito?
Como agradecer o ar que respiro?
Como agradecer aos agricultores que me proporcionam alimentos deliciosos como as hortaliças, frutas e verduras que me alimentam todos os dias?
E o padeiro, o carteiro e o editor que me proporcionam o alimento do corpo e da alma?
Também ao tecelão, ao criador de ovelhas e animais de couro, aos que plantam o algodão e o linho que me proporcionam as matérias primas para os que me vestem, me aquecem e me calçam?
E os que curam e tratam das minhas mazelas, me medicando em horas dolorosas? E aqueles que produzem as drogas curativas e preventivas para a minha saúde?
Também tem os que tratam a água que eu bebo que recolhem o lixo que eu produzo, e aqueles que varrem a cidade para que eu transite em ambiente de agradável segurança.
Como agradecer a todos, a tantas e tantas pessoas que de uma forma ou de outra interferem na minha vida para me servir e me proporcionar uma vida melhor?
Como agradecer aos amigos a sincera presença constante em horas certas e incertas? 
Infelizmente a única mesmo que singela atitude que posso ter é pedir a Deus que os abençoe e multiplique os seus abençoados dons.

Resumindo: É impossível ser feliz sozinho.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Ano Novo, o que é isso?

                  Ano Novo, o que é isso?
A cada 365 dias tudo recomeça, faz-se uma festa de encerramento, fazem-se votos e promessas, mas tudo continua como antes no Reino de Abrantes, quem gosta de brigar continua brigando, quem gosta de amar continua amando, que quer emagrecer continua sedentário e comendo, como eu, que detesto ginásticas e caminhadas.
Como meta, apenas terminar um romance começado há um ano e parado há mais de seis meses. Apenas essa promessa; no mais vou deixando rolar.
Ano passado pensei que teria bons dias em 2013 e nessa época nem imaginava como a vida iria me surpreender com tanto sofrimento e cá estou, com o coração um tanto em frangalhos, mas vou indo.  Afinal “não posso esquecer aquela série de frases fatídicas “o tempo é o melhor remédio”, tudo passa” “tenha fé”... etc... etc...
Mas a realidade é que tudo continua como todos os dias anteriores. Apenas desapareceu um pouco do brilho do dia, o ânimo da esperança de que alguma coisa interessante possa acontecer que me motive de verdade novamente. Mas também sei que isso faz parte do acontecido, que é natural, então vou vivendo um dia depois do outro não importando se é 31 de dezembro ou 1º de janeiro de qualquer ano, apenas mais um dia, um novo dia igual a qualquer outro.
Feliz 2014, com seus dias iguais mas cuidado que  alguns podem ser surpreendentes...