quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Quando...

                                             Quando...
Quando eu daqui partir me guarde no aconchego de um campo de Lavandas, de preferência os da França, e por que não?  E gostaria muito de ser lembrada de vez em quando ou todos os anos, se possível na mesma data.
Junto a mim coloque os meus melhores sorrisos e até as gargalhadas que algum dia saíram da minha garganta geralmente tão aflita.
Também coloque os melhores e mais apertados abraços, aqueles que fazem bater uníssonos dois corações apaixonados. Daqueles que os filhos nos dão assim de repente num momento qualquer de um dia qualquer, tão espontaneamente.
Coloque também as boas lembranças de momentos que não se repetirão por serem tão perfeitos.
Coloque todos os beijos que dei e os que recebi cheios de amor, paixão e amizade.
Também seria bom juntar as lágrimas que rolaram de emoção e alegrias em momentos inexplicáveis.
Junte também as palavras doces e sinceras que recebi e que transmiti em momentos de ternura .
E por fim derrame por cima todas as lágrimas que rolaram dos meus olhos e cobriram minhas faces em momentos de dor e tristeza. Sim, elas são importantes, para darmos valor aos grandes e inesquecíveis momentos de Felicidade.
Finalmente deixe o lugar ao sabor do vento que embalará meu sono de paz e saia devagar sem olhar para trás, se achar que deve leve de lembrança a flor que achar mais bonita que estiver ao meu redor e coloque entre as páginas de um livro.
Assim lhe peço que visites minhas flores, quando puder e quiser, aquelas que me cobrirão faceiras e que estarão na sua cor mais intensa e seu perfume te lembrará a minha alma que estará levitando ao sabor dos ventos formando ondas de variados tons.
Até qualquer hora meu amor e não se esqueça do combinado...

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Viajando...

                                             Viajando...
Desci do avião e me encaminhei para o carrossel de malas para pegar a minha.
Depois de observar as “trocentas” que iam e voltavam pela esteira e pouco a pouco foram sumindo uma a uma até que finalmente apareceu a minha de cor escura e um monte de fitas penduradas para eu mesma melhor identificá-la.Graças a suas fortes rodinhas,  resistiu a algumas viagens apesar de cada uma deixar alguma marca. 
Algumas vezes ela vem mais pesada e outras nem tanto, mas sempre firme e forte a encontro sempre inteira circulando na esteira nos finais de voos.
Peguei-a com a ajuda de um senhor que também aguardava a dele, pois desta vez estava mais pesada, é que eu trouxe de lembrança duas pedrinhas lindas da trilha por onde andei.
Não tinha como ser confundida com outra mala festiva como é a minha companheira de muitas idas e vindas.
Daí eu me dirigi ao ponto de táxi e indiquei ao motorista o caminho que me levaria até em casa.
Quando cheguei larguei a companheira no meio da sala e após um longo banho me joguei na cama e dormi por longas horas, num quase sono da morte.
Acordei sem saber se era dia ou noite, até porque a casa permaneceu toda fechada. Sai andando na penumbra e esbarrei caindo estatelada por cima da mala.
Xinguei-a indelicadamente e tive a nítida impressão que ela se ofendeu e até me devolveu o xingamento. Fui até a cozinha e retirei um Yogurte da geladeira e o tomei avidamente descobrindo que acordei varada de fome. Fui até a cafeteira e fiz um moreno cheiroso e gostoso imprescindível na vida da maioria das pessoas.
Tomei observando pela janela, que ventava lá fora. 
Eram 15h me dizia o relógio da parede, mas o celular atualizado me lembrava que entramos no horário de verão; então na verdade eram 16h.
Não fazia diferença, hoje ainda estaria de folga. Não estava para ninguém e nem para mim mesma.
Voltei para o meio da sala na difícil missão de desmanchar a mala.
Levei-a para o quarto e a abri no chão para não contaminar de sujeira alheia a minha deliciosa cama King size coberta de lençóis de 1000 fios de algodão Egípcio, travesseiros e almofadas de fibras macias e penas de ganso. Não era bem assim, mas eu gostava de imaginar que assim era.
Daí puxei o zíper, escancarei a tampa e literalmente caí para traz.
A mala rabugenta e cheia de fitas coloridas estava repleta de dinheiro. Sim!!!! Grana, bufunfa e demais apelidos que nomeie o nosso rico dinheirinho.
Estava plena de pacotes de 100 e de 50 que cintilavam diante dos meus olhos abestalhados.
Sentei no chão e chorei. Sim, claro! O que faria você no meu lugar?
Aquilo tudo ali na minha frente, imagem jamais vista pelos meus olhos em toda a minha vida. Mas não era meu!!!!
Eu precisava devolver e trocar pela minha mala fantasiada de fitas coloridas, lotada de roupa usada, tênis velho, camisetas e suvenir barata, além das duas pedrinhas da trilha.
Quem seria o dono dessa grana, trocado, bolada, arame, gaita, capim, erva, prata, nota preta, cobre etc.? 
Ou seja lá, que nome queira dar...
Pois é, chorei olhando a belezura por algum tempo, depois sentei e fiquei esperando que o nababo me ligue para trocar as malas...
Quem sabe eu acorde nesse meio tempo...


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Árvore Genealógica de hoje em dia...♥♥



                 

                                    Árvore genealógica de hoje em dia...
Estava pensando hoje à tarde por conta de um assunto na televisão sobre arvore genealógica e cheguei à triste conclusão de que não dá mais para montar uma árvore genealógica nos dias de hoje. 
Se não veja:
Antigamente no final do século XIX, começo do século XX as famílias se formavam em um grande número de descendentes e cada mulher tinha em média uma dúzia e meia de filhos, sim, 18 rebentos no mínimo (minha avó materna teve 28 partos) que levariam para frente o nome e as características daquele casal além dos bens materiais, que variavam muito de família para família. 
Daqueles, muitos os que sobreviviam também se casavam e novamente se multiplicavam gerando um pouco menos, em média uns dez ou doze filhos pelo menos. 
Poucos casavam uma segunda vez. 
Um ou outro fazia filhos com uma amante,talvez por isso houvesse um certo "controle natural" da situação.
Daí, antigamente ao montarem uma árvore genealógica, o tronco era formado por dois pares que passariam a delimitar o lado paterno e o lado materno e cada par pelos descendentes representados pelos ramos e seus rebentos por ramos menores e folhas. 
Hoje não é possível mais fazer uma montagem como era, senão veja só:
Montarei uma suposta árvore iniciada com um casal no ano de 1950. Vou dar o nome de José e Maria. 
Eles tiveram 10 filhos, cinco mulheres e cinco homens que casaram respectivamente com seus pares. 
Em 1975  teoricamente cada casal teria cinco filhos adultos prontos para casar, daí é que a coisa começa a pegar principalmente a partir da proliferação das separações e do divórcio. 
Eles já casam conscientes de que se não der certo, separa, prevendo para breve a separação, geralmente na primeira encrenca. Não se investe mais na relação, para quê, né? 
São tantas opções...
Hoje em dia nem se casa tanto oficialmente, só se juntam, para “não ter o trabalho” de mudar o nome nos documentos quando não der mais certo. Simples assim. Ou quando casam não trocam mais os sobrenomes, cada um permanece com o seu respectivo pelo mesmo motivo.
Assim os casais ficam um tempo juntos até entrarem na rotina, aquela que todo mundo conhece, daí se chateiam e separam-se. 
Geralmente trocam de pares, um casa para cá e o outro para lá e vão ficando os filhos pelo caminho da história, ora com o pai, ora com a mãe e quando querem passear, viajar etc., os avós ficam. 
Voltando para a fictícia árvore genealógica; 
Os filhos de cada casal casaram e descasaram várias vezes também, gerando cada um dos cinco, mais cinco filhos com três mulheres diferentes, ficando assim neste grupo aproximadamente 15 mulheres/esposas e 25 filhos de cada grupo de casamentos e tentativas de convívio, pois cada homem teria três esposas e as mulheres teriam três maridos, formando assim famílias fragmentadas e irmãos de pais diferentes.
Dessa maneira cada homem casou temporariamente com três mulheres, assim como as três mulheres casaram com três homens ficando cada casal com uma média de seis experiências. Sendo seis de cada lado e cada uma das experiências resultou em nove filhos. Juntando os dois lados do primeiro casal José e Maria que se casaram em 1950 já são... muiiiiiiiitos. Melhor parar.
Nem contei as sogras, as cunhadas e cunhados e muito menos os tios e primos, pois os meus dons matemáticos foram todos investidos na Lígia Fascioni, a primeira filha (minha é claro) que se formou Engenheira Eletricista aos 22 anos porque entende tudo de números.

Como você que me lê montaria nos tempos atuais uma árvore genealógica desse porte, com os casamentos e descasamentos que acontecem todos os dias?

(Só posso ter cabeça de camarão, pois não?)