quarta-feira, 28 de agosto de 2013

43 anos!

                                                             43 anos.
Apenas 43 anos estaria fazendo hoje, dia 28 de agosto de 2013 o meu querido filho Beto.
Ele nasceu dias depois do evento da copa do mundo de 1970. Em meio a muita festa, fogos e alegrias.
Foi muito esperado, e foi com muitoa alegria também por ser menino, ja que já tinhamos duas meninas e como todo pai coruja ele veio para continuar o nome dos Fascioni.
 Viveu pouco, muito pouco, teve poucas alegrias, a maior delas foi o nascimento do filho Gustavo. Talvez a única e verdadeira motivação de sua curta vida.
Feliz aniversário, meu querido filho. Que Deus te abençoe onde estiveres.

domingo, 25 de agosto de 2013

Beto, 4 meses

O tempo corre, o tempo não para. Amanhã as 12 horas em ponto, vai fazer 4 meses que o meu querido filho deixou nosso convívio. Parece que foi ontem ao mesmo tempo que faz tanto tempo. Realmente o tempo é uma sensação esquisita.
Estou sem computador, dai fica apenas esta simples homenagem em memória do meu Beto.

domingo, 18 de agosto de 2013

67 anos!

                                                               67 Anos!
Estou ainda estarrecida com esta realidade.
Esta semana completei 67 voltas ao redor do sol. Impressionante olhar para trás e se dar conta do tamanho da estrada percorrida. Olhar os obstáculos, as subidas e as descidas, física e psicologicamente falando.
Perde-se na lembrança a quantidade de pessoas que cruzaram o nosso caminho pela vida a fora.
Muitas lembranças são nítidas e se completam com cheiros e cores, já outras estão esmaecidas, quase apagadas, mas ainda permanecem na gavetinha do passado mesmo sem muito detalhes fisionômicos, mas permanecem.
Algumas músicas ainda batucam no fundo do cérebro trazendo reminiscências, músicas de roda, de tardes de radionovelas e bordados, de ouvir discos na eletrola, de reunião de parentes e alguns poucos amigos, visitas em qualquer horário.
O paladar e o olfato também guardaram algumas lembranças, como por exemplo os aniversários na casa de meus tios e de minha avó. Almoços de domingo e reuniões de família, com risadas gostosas ecoando pela casa antiga e de pé direito alto.
Guardo manhãs de domingo, preguiçosas e frescas de meia estação. Guardo sorrisos tristes e gargalhadas alegres que ressoavam na minha casa em horas de alegria e descontração.
Guardo uma casa sempre cheia de pessoas estranhas ou aparentadas, que lá em casa iam fazer refeições, já que morávamos no centro e eles vinham do interior para resolver suas coisas. Sempre muita gente ao meu redor. Sempre uma fiscalização para mim incompreensível e que me incomodava muito, não que fizesse coisas erradas, mas era aquela sensação de eterna vigilância, cuidado.
Guardo também horas tristes, de notícias tristes. Guardo o temor da morte que pairou anos sobre as nossas cabeças por ter um pai cardíaco.
Guardo minhas angústias diante da vida desde tenra idade. Me lembro que tinha medo da vida e não gostava de viver, isso na primeira infância ainda.
Me aborreci muito quando troquei meus primeiros dentes, e me lembro que me perguntava;  “Porquê preciso trocar os dentes? Poderíamos ter uma só dentição perfeita para sempre”.
Já contestava certas atitudes de Deus.
Por volta dos nove anos quase morri literalmente. Uma hemorragia nasal aliada à debilidade e fraqueza, resultado de uma gripe muito forte, me fizeram ir desmaiando e ir literalmente morrendo por alguns instantes e me lembro que foi um momento maravilhoso de um bem estar intenso. Meu corpo foi amolecendo, uma fraqueza geral tomou conta de mim e a sensação foi muito boa. Desde ai guardei a lembrança desse momento e em muitas horas eu pensei assim; Se morrer é assim...
Nasci e cresci entre adultos, mas me cobravam um comportamento infantil me dando exemplos adultos o que me causava aflições e angustias.
Mas tudo isso não me fez mais infeliz do que ninguém. Com o tempo a gente entende que não veio à terra a passeio, que temos um objetivo, o de evoluir e aprender com as experiências.
E assim os anos correm e daqui a pouco poderei estar fazendo 70 anos! Já pensou o que é isto? E na minha cabeça nem parece que são tantos anos assim. Esquisito isso.
Aff! Daqui ha três anos eu volto para contar como foi.

sábado, 10 de agosto de 2013

A carta de meu pai.

                                                A Carta de meu pai.

Como já escrevi antes, mais precisamente no dia dos pais, o meu pai sofreu vários infartos do miocárdio vindo a falecer em 1977, mas lá pela segunda experiência, talvez achando que iria morrer mais cedo do que aconteceu, escreveu esta carta que encontramos entre seus guardados depois de sua morte. Como a achei muito linda, guardei-a, porém o tempo a amareleceu e quase não dá para ler, então antes que se deteriore totalmente e para que mais pessoas saibam do pai romântico e inteligente que tive e que sabia como ninguém colocar seu pensamento em letras, tive que transcrever na integra a carta, e colocarei a original para que vejam que letra bonita  ele tinha também. Penso sinceramente que seria um bom escritor se assim tivesse "ousado".
Um detalhe interessante é que nesta data ele tinha só 48 anos.  Abaixo a carta na integra;

Ele nasceu em 31/01/1910

"Meus agradecimentos.

Não me canso de agradecer a Deus por tanta felicidade. Considero-me o mais feliz dos mortais. Casei-me com a melhor das mulheres e a mais devotada das mães e a mais amante das esposas e com ela tive os filhos que são o meu orgulho de pai, estão todos fisicamente perfeitos e moralmente sãos.
Otimos filhos e ótimos irmãos e os nossos melhores amigos, todos com grande coração. Duas das filhas ja estão casadas com maridos que os considero filhos.

A elas aconselho sempre a seguir o exemplo dos seus pais, amando e respeitando os seus esposos para que vivam sempre num clima de confiança e felicidade e que isso só se consegue com amor e muito amor. Por isso digo-lhes: amem-se sempre e sem limites. Para o amor não deve haver obstáculos. O amor tem que ser inteiro, todo, integral, pois só assim ele se transformará em confiança, alegria e se transmutará em felicidade.
Este é o meu conselho a vocês , meus filhos, pois foi amando assim, a todos os momentos, todos os dias é que vivo há vinte e cinco anos em lua de mel.
Para que a felicidade que eu desejo para vocês seja uma coisa concreta, palpável, eu venho contribuindo com os meus fracos conselhos e pobres exemplos, tudo muito pouco, mas junto com a experiência que a inteligência de vocês têm tirado da vida diária e aprendido com a natureza, esta grande mestra, espero ver vocês todos bem felizes. Para mim, o que ainda espero da vida é ver o José Carlos, a Tida e a Ely casados, bem contentes e felizes e eu poder beijar e mimar os filhos da Nádia , da Nanci, do José Carlos, da Tida e da Ely.
Sinto-me velho e acabado e não conto ver os filhos da Tida, por isso as bênçãos por antecipação. Eu ja vivo nos meus netos; por tudo isto sou um homem feliz, porque é feliz aquele que vive nos seus descendentes, feliz aquele que pode abraçar e beijar crianças bonitas e ver nelas ramos e brotos da velha cepa, do velho tronco.
Por todas essas graças e bênçãos prosterno-me reverentemente para agradecer a Deus e a Jesus, pois sinto que venho recebendo e desfrutando atravéz dos meus filhos, da minha esposa e ds que aqui vivem, mais do que mereço.
Que o bom Deus reparta com todos vocês o excesso do que tenho recebido e que o mesmo vocês possam dizer mais tarde aos vossos filhos. Graças meu Deus.
Que assim seja."
Ernani

Em 22/07/1958



domingo, 4 de agosto de 2013

A Velhice

                                                   A Velhice
Se escreve muito e se fala sobre a velhice, “a melhor idade” (argh), a idade da sabedoria(?).
Sei lá um monte de baboseiras que não define coisa nenhuma o que é ter que carregar muitos anos na mochila pelo caminho da vida e quem já chegou nela nem gosta muito de falar no assunto.
Geralmente não me aborreço com isso, nem me importo muito de estar ficando a cada dia mais velha, só quando coloco óculos e olho a pele dos meus braços, isso realmente me deprime me incomoda, mas não me tira o sono, só me aborrece temporariamente, mas a coisa que realmente me desestabiliza é me sentir “sobrando” pela idade que eu tenho.
Ao mesmo tempo algo dentro de mim grita; que tolice é essa? O tempo está passando e é assim mesmo, quando a gente é mais jovem, é mais aceita (ou não também), mas nunca será pela idade, será sempre por um outro motivo qualquer, grita outra voz dentro de mim.
E assim uma de um lado outra do outro ficam me estimulando a continuar vivendo e outra querendo que eu desanime. E neste conflito a minha mente fica procurando o equilíbrio em não dar tanta importância nem a um lado e nem a outro.
Quem disser que os anos não pesam estará mentindo, e como pesam.
Para mim não tanto na aparência, o que mais pesa é o convívio com os mais jovens. Sinto o desprezo no olhar deles (ou sou eu que estou vendo coisas?).
Quando se é jovem achamos que só o nosso mundinho cor-de-rosa é que importa o resto é o resto, mas não sabem que a idade também está se acumulando na mochila deles e um dia sentirão o mesmo que os velhos sentem, porque serão velhos também.
Eu só conheci uma avó e curti muito o seu convívio. Ela era muito divertida e conversar ou ouvi-la era muito bom, mas também os tempos eram outros, se convivia muito mais de perto com os parentes, avós, tios e primos, eram queridos de verdade, a maioria morava na mesma cidade, trocavam visitas, iam aos aniversários, batizados e velórios.
Bons tempos aqueles. Era uma alegria visitar e ser visitado, era bom mesmo. Agora só os velhos se visitam, provavelmente pelo hábito de crianças, provavelmente isso também vai acabar.
Toda essa reflexão vem da proximidade de mais um ano de vida, mais uma pedra na minha mochila que vai me curvando e me fazendo olhar para o caminho percorrido com mais frequência e com mais atenção, só isso e nada mais...