quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Água; Liquido Incolor e Inodoro.

                                             Água; líquido incolor e inodoro.
De repente me dou conta que estou rodeada de água, dentro de um caiaque, remando desesperadamente em pleno oceano, não sei qual dos três, Atlântico, Indico ou Pacífico.
Me senti por alguns minutos o próprio Amir Klink, remava de um lado ora do outro, fazia manobras como numa corredeira de rio  de repente as ondas furiosas começaram a me levantar e  logo me desciam numa aflição de montanha -russa.
Um desespero começou a tomar conta do meu ser indefeso e comecei a chorar, mas logo engoli o choro me lembrando de que choro é líquido, é água, e o que  eu mais queria naquele momento era fugir de qualquer líquido incolor e inodoro.
Comecei a tremer ao imaginar as barbatanas triangulares dos tubarões fazendo uma ciranda ao redor de mim e impulsionei mais ainda os remos para longe.
- Como longe? Eu já estava muito longe e nem sei quanto.
Olhava para o horizonte e só via água, água, até que comecei a ouvir um som de motores...
-O que seria? Um navio, um helicóptero, um avião, um super-homem?
Não, não era nada disso, era a vizinha de apartamento, a Mulher-maravilha, que ligou o aspirador de pó às sete da manhã e me acordou. Até que foi bom, eu estava dormindo e tendo um pesadelo.
Tanta água por estas bandas que já estou tendo sonhos desesperadores.

Abro a janela e olho para fora e vejo que continua chovendo, já chove há quase quarenta dias, é o dilúvio e nem comprei a minha passagem na Arca do Noé que ouvi dizer que o “modelito” novo dela agora vem com periscópio...