quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Ele voltou

Adivinhem!!!! Ele voltou, ele voltou, o Sol em céu limpo, sem nuvens...
Um vento leve sopra às palmeiras à minha frente num bailado suave.
Maravilha!!!!!!
Mas como nem tudo é perfeito, de acordo com as previsões, o frio está batendo na porta...
Vou correndo às Casas Pernambucanas, é claro.
Ahhhhhhhh delícia........

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Chuvas nada mais..

♫♪♫♪...chuvas nada mais...♪♫♪♫ atormentando os meus dias...
♪♫♪chuvas nada mais♫♪...

hahahaha, quem lembrar da música que eu fiz essa paródia, estará entregando a idade...hahahah

Amores da minha vida, adivinhem como amanheceu???
Claro, eu sabia que iam adivinhar, só podia ser:
Chovendo!!!!!
P. S. A quem interessar possa a dor passou e estou muito bem hoje, Graças a Deus...

domingo, 28 de agosto de 2011

Ai, ui, ai, ui...

Gente, para quem me conhece desde pequenininha sabe que aos 30 anos eu fraturei a coluna e desde ai, nunca mais fui a mesma.
Inverno, frio, chuva e serviços gerais me deixam arrasada e muitas vezes fiquei acamada enrolada em cobertores, para vencer a nevralgia, com dores intensas localizadas na cintura, onde fiz a fratura, e por todo o esqueleto. Dai que ontem voltando para o centro de mudança (de novo) carreguei malas e pacotes sem muito cuidado (to pensando que sou novinha, como diz o Adalberto) e estou meio que de molho desde a madrugada, isso quer dizer

DOR, dores e dores de todos os tamanhos e cores, ai, ui...aff
Amor e muita paz para todos vo6 que me visitam ♥♥ 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O Sol Me Lê

                                        Ahahahahah... descobri que o SOL lê o meu blog... hahahahah.
Já é a segunda vez que procuro por ele aqui, pelo blog, e ele aparece de manhã como se nada fosse e fica ali despistando, amornando o chão molhado e quando chega perto da hora de almoçar eu me distraio e quando vejo ele já se escondeu atrás de grossas e carrancudas nuvens, me avisando que a hora do recreio acabou e o "rei" se retirou.
Dai cai aquele pédagua de sempre.
Afff.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cadê o sol

Gentemmmm, alguém sabe informar onde anda o sol, se é que ainda sabem do que estou falando.
Sabe, aquele sol amarelo quentinho, ofuscante, pois é sumiu, ninguém sabe ninguém viu...
Para só matarem a saudade aqui está uma foto de sol e sombra. Para quem não lembra mais, o sol é a parte clarinha da foto, e a sombra é a que fica embaixo da árvore.
Credo!!!! Que falta de sol!!!
Só chove, só chove... 
Deu no jornal que ja choveu aqui a chuva do ano todo e mais um pouco e nem sabem quando vai passar...
Hahahaha....uuiiiiiiiiiiiiiiii
Entre um pingo e outro vou sobrevivendo mais um pouco...
                           O que eu vejo da minha janela...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Tempo


Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito
debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Há tempo de adoecer, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Há tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Há tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
Há tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de jogar fora;
Há tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Há tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Nosso Lar- CAPC


Pois é, descobri que este é o endereço do céu na terra.
Por mais que eu escreva, descreva, explique ou “desenhe”, sempre ficará faltando o indescritível, o inexplicável: a sensação. A sensação de receber o amor verdadeiro. O amor que abraça, olha nos olhos, estende a mão e lhe massageia literalmente os pés.
Imagine aquele momento em sua vida em que você perde literalmente o chão com um diagnóstico de saúde que lhe apavora, lhe dá medo?! O diagnóstico de câncer ou qualquer uma doença degenerativa que você jamais imaginaria ter em seu corpo, tenha você cuidado dele ou não até aquele momento?
É uma paulada na moleira, um susto, um coice no peito.
Ai você faz perguntas para si e para todos: Por que, por quê, por quê?
E vai se apagando aos poucos, desanimando e o medo toma conta do seu ser.
É ai que a porta do céu na terra se abre e com ela renasce a esperança, a confiança e a certeza que não se está só, nem na doença e nem na fé, seja ela qual for.
Antes que me perguntem, fui parar lá por que estou com doenças degenerativas; fui cuidar do coração, das mamas, do fígado etc., etc. e pude conviver com muitos doentes (mais de 50) além dos atendedores, todos voluntários, ex-doentes na maioria, que gratificados foram dar aos seus semelhantes um pouco do seu tempo livre e do seu carinho, distribuindo AMOR de verdade, pois estão ali POR QUERER e não por outro motivo.
Durante uma semana gratuitamente fiquei o dia todo, me alimentando e sendo tratada em dependências hospitalares esterilizadas, das 8horas às 18 horas sob os cuidados e carinho dessas pessoas, só pernoitando de sexta para o sábado, quando voltamos após encerramento às 11horas, para casa como novas pessoas, com novas perspectivas de vida e banhados em esperança.
Ninguém lhe pergunta qual a sua religião, porque isso não importa, importa é a fé que o seu coração abraça, os seus valores espirituais, a sua crença e a sua vontade em se tratar.
O tratamento é COMPLEMENTAR ao seu tratamento médico.
É imprescindível apresentar um laudo médico e exames, até porque muitos voluntários são médicos e enfermeiros formados e em atividade regular, mas reafirmo; ali são voluntários, estão doando FRATERNIDADE, SOLIDARIEDADE E AMOR.
Se você ficou interessado em mais detalhes entre no site e visite a instituição, e se conhecer alguém que precise ALGO MAIS além de remédios, exames, de muito amor e carinho, leve-a lá. Vai valer muito à pena.
Amigas de quarto. Ivone, Rubia, Flávia, Sandra e Margarete.
 Mulheres bonitas, corajosas e cheias de fé acima de tudo.
              Flávia e eu. Unidas na esperança e na certeza em Deus.

Aquilo que não carece, abunda...

Ésta semana foi um pouco diferente; fiz e vivi experiências que escreverei em outro momento.
Por enquanto escreverei sobre uma palavra que ouvi durante esses dias, pouco usada, e que me inspirou a escrever esse pequeno texto. Trata-se da palavra ABUNDÂNCIA.
Daquilo que não carecemos em tempos atuais, temos em abundância.
Temos MUITA violência, MUITA inquietação, MUITA impaciência, MUITA intolerância, MUITA desconfiança, MUITA desonestidade, MUITO desrespeito, TOTAL falta de fé, TOTAL falta de vergonha e TOTAL falta de solidariedade e a TOTAL falta de AMOR AO PRÓXIMO.
Lutemos para viver o ANTÔNIMO de tudo isso;
Só assim conseguiremos a PAZ, pois é nela que estão inseridos os sentimentos que farão do nosso planeta um mundo melhor. 

sábado, 13 de agosto de 2011

Um jovem inesquecível

Meu pai quando era jovem, era elegante no último, né?
Uma singela homenagem num dia  qualquer do ano que chamam de DIA DOS PAIS.
Valeu "seu"  Tolentino, como pai de "boa cabeça" e amigo.♥♥

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Assim como eu sou

Minha amiga Angela Villaça me enviou este poema de Fernando Pessoa juntamente com ésta linda ilustração que entendo cabe perfeitamente para o meu passageiro momento azedo(!?)
Amo todos vocês que me amam e me aturam assim como eu sou.♥♪♥♫♥
"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos..
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Trocando as palavras passa?


                                                     Trocando as palavras passa?
É... Hoje é um novo dia, um novo momento, algumas preocupações persistem e insistem em tentar me desestabilizar as emoções. Diriam os astrólogos que estou dentro do inferno astral, àqueles famosos trinta dias que precedem o aniversário, a data que comemoramos a atual encarnação. Sei lá; talvez sim, talvez não... Também o que importa? Fazemos aniversário todo ano e não é das coisas que me preocupam; ficar VELHA. Eu SOU velha! Só não dá para saber a minha real idade desde que fui criada por Deus, desde a CENTELHA DIVINA, nem a minha e nem a de ninguém, mas tirando pela minha rebeldia devo ter o equivalente ao dobro da maioria pelo desperdício constante de oportunidades e falta de disciplina... Há quem chame esse período em que estou de “melhor idade”, eu chamaria de “melhor cabeça”, entendemos as coisas com mais maturidade, percebe-se o que está ao redor num passar de olhos, mesmo numa sala cheia e geralmente conseguimos observar num relance como estão as pessoas. Tristes, alegres, eufóricas ou aborrecidas. Coisas assim, simples mas importantes para ligarmos rapidamente o botão do “simancol”. Mas se ainda não conseguimos isso é porque ainda não chegamos à famosa “melhor idade”, a "melhor cabeça"; a da sabedoria.
Tenho reclamado muito ultimamente de TUDO, ou quase tudo. Estou ranzinza e mal humorada, reconheço, mas sou humana e “normal”, poxa! Por trás da reclamação da falta de sol e muita chuva, tem muiiiiiiiiiiiiita coisa me perturbando a paz, mas eu sobreviverei claro! É temporário como o sol e a chuva.  Entre outras preocupações está a minha irmã Nanci que passará nos próximos dias por uma cirurgia cardíaca no Hospital da Aeronáutica no Rio de Janeiro. Sabe-se que nada foge à vontade de Deus, mas é angustiante aguardar o resultado ainda mais de longe. Ela está tranqüila e confiante e isso é muito bom.
Hoje a minha sobrinha Valéria me enviou aquela antiga mensagem do cego que pede esmolas e ninguém dá, até que uma moça (eu já vi outra que era um homem) troca as palavras da tabuleta, de "sou cego" para; "não posso ver como o dia está bonito". E nessa simples troca de palavras tudo muda. Realmente muita coisa muda quando trocamos as palavras, mas o cego continua cego,  só que com dinheiro no bolso o que resolve só em parte o problema...
É disso que eu tenho raiva em mim... Quando estou deprê eu custo a “destrancar” e fico venenosa e me enveneno, é claro. Me desculpem.♥♥
Mas passa...até a uva passa, a banana passa, o caju passa..

Eu devia ser...


E devia ser um pouco mais e um tanto menos...

Traduzindo: ou melhor, relembrando o versinho que aprendi quando criança:



“Dois olhos, duas orelhas.

Só a boca não tem par.

Quer dizer que é mais prudente,


VER, OUVIR, do que FALAR.”

E eu falo em gente? Falo e escrevo tudo o que me vai pela cabeça. Affff Mas sou cheia de amor prara dar ♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♪♫♥♥

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Eu não me acostumo


Desde ontem a noite chove, "relampagueia" e venta muiiiito frio, nesta terra de "sol e mar"...
Eu não me acostumo, mas devia...


domingo, 7 de agosto de 2011

A culpa e da gente mesmo...

Gente, eu recebi a pouco esta mensagem que explica muito bem aquela história que ouvimos com frequência: "As coisas não dão certo para mim porque sofro de inveja",  "Fizeram algum trabalho", "não tenho sorte"....etc...etc                                                                      


Como se proteger do assédio espiritual?
:: Osvaldo Shimoda :: 

Sua proteção é você mesmo quem faz. Por isso, não adianta agir de forma negativa, baixar seu nível vibratório e depois rezar, pedir proteção e ajuda. Nenhum mentor espiritual poderá ajudá-lo efetivamente se você desconhece, (ou se conhece a ignora), a Lei da Afinidade (os semelhantes se atraem), uma das Leis Universais.
De acordo com essa lei é seu padrão de energia que irá determinar sua proteção contra os ataques, os assédios espirituais dos seres das trevas. Portanto, qual é a qualidade de sua energia? Que energia você irradia? É a energia que você emana que dará, ou não, acesso aos seres das trevas.
Sendo assim, para que o obsessor espiritual prejudique o obsidiado, ambos precisam consentir, tem que haver um laço de reciprocidade. E qual é esse laço?
É a ira, o ódio, o desejo de vingança, o sentimento de inferioridade, a rejeição, o medo, etc.. Nunca é demais lembrar que, da mesma forma que o amor une, o ódio também une.
Quem odeia, pensa o tempo todo na pessoa execrada, tanto quanto quem pensa sem parar na pessoa amada. Portanto, esses laços de amor, ou ódio, quando encontram reciprocidade, ou seja, quando duas ou mais pessoas compartilham os mesmos sentimentos, acabam por se unir, atraindo-se mutuamente. É assim que funciona a Lei da Afinidade.
Portanto, o assédio espiritual só ocorre porque o assediado -embora não tenha consciência-, de alguma forma está ligado energeticamente ao ser espiritual que o assedia, pois ambos estão sintonizados na mesma faixa vibracional.
Desta forma, se o assediado não mudar suas atitudes, não sair dessa vibração, o assédio espiritual irá continuar. Na maioria dos casos, a relação obsessor e obsidiado é algo secular ou mesmo milenar. Por isso, concordo plenamente com a doutrina kardecista quando se refere à reforma íntima, isto é, a necessidade de se fazer um trabalho interior de autoconhecimento para que possamos identificar e mudar -ou pelo menos atenuar- maus hábitos e imperfeições, traços ruins de personalidade, tendências negativas que trazemos de outras encarnações, tais como egoísmo, arrogância, prepotência, maledicência, sentimentos de inferioridade, culpa, baixa auto-estima, autodesvalorização, ganância desmedida, vícios, fobias, etc..
São esses maus hábitos e imperfeições que realimentam, que nos tornam vulneráveis aos ataques dos obsessores espirituais. Vale dar aqui duas dicas, sugestões de como se proteger dos assédios espirituais:
- Não criticar ninguém: não apontar as falhas e os defeitos alheios. Pode acontecer daquela pessoa que você mais critica vir a ser a que mais lhe dará apoio num momento mais doloroso de sua vida;
- Não julgar, não condenar ninguém: Jesus dizia: Não julgueis para não seres julgado. O passado nos condena, pois enquanto seres espirituais em evolução, já erramos, cometemos erros, injustiças, prejudicamos as pessoas em outras encarnações com atos que hoje classificaríamos como bárbaros, atrozes, selvagens, mas que na existência passada não víamos dessa forma por falta de esclarecimento, de consciência desperta acerca das Leis Divinas. Então, pelo fato de não termos tido um passado louvável fica claro que não temos nenhuma moral para julgarmos alguém e é provável que quanto àquilo que a gente julga, tenhamos feito o mesmo e até pior nas vidas passadas. Quem garante que isso não tenha acontecido? O véu do esquecimento do passado nos impede de sabermos. Por isso, é mais sábio e mais prudente não julgarmos; caso contrário, caímos na antiga expressão popular "O sujo falando do mal lavado". 
Em suma, não alimente o mal, a maledicência, pense somente no bem e viva em paz sob a proteção dos bons espíritos. 
Por fim, exercite sempre o perdão.
                                    

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Bicicletinha



A Bicicletinha

Por conta de um acontecido com a minha filha Lígia quando ainda fazia faculdade, escrevi um conto divertido chamado "A Bicicletinha". 
Já o postei aqui em agosto de 2009 e agora resolvi postá-lo novamente.
Tudo começou por conta de que durante muito tempo não tinha ônibus direto de Florianópolis-SC para Campinas-SP. Então era uma mão-de-obra daquelas, chegar depois de quase 15 horas de viagem no Terminal Rodoviário do Tietê de SP ao raiar do dia, cheia de sono carregando malas, sacolas, pacotes etc misturando-se aos milhares de pessoas que ali circulam dia e noite também carregados  de bagagem. Depois tinha de fazer a baldeação para outro ônibus, o "Cometão", para Campinas-SP e continuar a viajar por quase duas horas ainda. A gente chegava exausta e a maioria dos passageiros irritados e mau-humorados, que felizmente não era o caso da Lígia sempre feliz e saltitante. 
Mas por conta de fazer a faculdade de engenharia o dia todo, na sexta feira ela saia direto da aula carregando o material de estudo com a mala de viagem e embarcava direto no ônibus das 18 horas. Viajava a noite toda, e ainda quando chegava, ia direto ao dentista apertar o aparelho e só depois ia para casa ja quase na hora do almoço, onde descansava enquanto contava as novidades até as 16 horas do domingo, quando fazia o sentido inverso da viagem para Florianópolis. 
Todos os meses era assim. Neste período morava também em São Paulo - Capital, um sobrinho filho da minha irmã Nanci, com a mulher e uma filha pequena.  Dai é que aconteceu o que me levou a ter a idéia de escrever o conto. 
Minha irmã telefonou para a Lígia no meio da semana e pediu para ela levar uma encomenda, na verdade um presente para a neta,  mas garantiu que ela não se preocupasse porque o filho Acácio, a esperaria na porta do ônibus de manhã cedo e pegaria com ela a encomenda sem falta, antes que ela fizesse a baldeação, que ela não se preocupasse. É bom que se diga já,  que ele a esperou certinho, na plataforma de desembarque sem problemas. 
Mas a Lígia na verdade, levou o maior susto quando estava embarcando ainda, quase na saída do ônibus, quando a minha irmã apareceu com uma bicicletinha daquelas "Toncas", de rodas gordinhas, toda cor-de-rosa, o que fez a minha filha pensar; -" e se ele não chega por algum motivo, o que vou fazer com isso la na rodoviária do Tietê?"-
Daí em diante, sempre que alguém lhe pede um favor ela logo responde sorrindo: "desde que não seja uma bicicletinha"... Então um dia eu sugeri que ela escrevesse uma história em cima desse acontecido, mas ela me disse, 
- você teve a idéia, você escreva. Ei-lo aqui.♥  
                                                       A Bicicletinha
- Viva! Viva! Consegui, consegui... 
Ele gritava e pulava timidamente com os braços para cima percorrendo a pequena casa onde morava com sua madrinha que o acompanhava logo atrás toda contente, festejando a boa notícia com aquele jovem que para ela, era um filho. 
Deodorinho não teve como se costuma dizer, muita sorte na vida. Filho de mãe solteira que morreu no parto, foi criado pela avó, já idosa e doente que veio a falecer quando o garoto entrava na adolescência. Desde então, se mudou com seus poucos pertences para a casa da única parente que lhe sobrou; a tia e madrinha d. Firmina, senhora idosa e muito religiosa, que lhe completou os estudos com o pouco dinheiro guardado na poupança por sua avó, para o futuro do neto.
D. Firmina, senhora de princípios rígidos, beata assumida, se viu de repente com a incumbência de criar aquele menino. Ela que por sua vez era solteira e nunca teve filho, como foi até morrer sua irmã, a mãe do Deodorinho. Ninguém conheceu o pai dele.
- Fazer o que? Vontade de Deus! Ele é que manda no nosso destino e não podemos fugir dele. 
Dizia ela conformada.
Meio perdido em referências familiares, principalmente masculinas, criado por mulheres de idade avançada muito religiosas e costumes antigos, o garoto tornou-se um tanto esquisito, vamos chamar assim. Muito magro e alto, olhar meio cismado, sem vícios, sem namorada, mas a bem da verdade era muito inteligente e educado, isso não se podia negar. Estudioso, introspectivo e muito inseguro diante da vida, sua cabeça era povoada de indagações, sonhos e realizações como todo mundo, mas faltava aquele viço e a firmeza de um homem. Tinha as mãos sempre úmidas de suor nervoso. Vestia-se sempre com camisa de manga comprida e colarinho abotoado. Não tinha amigos de sua idade. Freqüentava a biblioteca Municipal onde lia de tudo, satisfazendo a sua curiosidade sobre todos os assuntos. Foi sempre bom aluno e agora era um homem formado. Até fez alguns cursos e alguma especialização numa empresa pequena de uma cidade vizinha, o que não contribuiu muito para sua auto-confiança. Havia uma aparente incoerência entre ser inseguro e sonhar grande, mas Deodorinho era assim. Sua cabeça sonhava alto, queria morar numa grande cidade, talvez numa capital, ganhar um bom salário e crescer na vida e principalmente, ser igual a todo mundo, seja lá o que isso queira dizer. Podia ser até uma cidade bem longe, não tinha importância, ele iria assim mesmo. 
Para tanto foram encomendadas por sua madrinha e suas amigas  ao padre da cidade, inúmeras novenas e visitas da imagem da Santa Edwiges, São Judas e Santo Expedito em sua casa com novenas no local para conseguir o intento. E eles não lhe faltaram, logo no semestre seguinte veio a resposta de uma grande empresa da Capital lhe oferecendo emprego e convocando-lhe o comparecimento no dia 21/11, as dez horas da manhã, portando todos os documentos para a entrevista. 
Seria no começo da semana seguinte.
- Viva! Viva! Consegui o emprego! Consegui!
Gritava timidamente Deodorinho, com o coração acelerado de emoção empunhado o telegrama para o alto numa das mãos, acompanhado das palmas da madrinha d. Firmina provocando a curiosidade de suas vizinhas mais próximas que vieram ver o que estava acontecendo e foram entrando sem cerimônia na casa, para fazer parte daquela alegria da qual se sentiam também co-autoras, já que suas orações e comparecimento às novenas também tiveram algum peso na decisão dos santos. 
Todos batiam palmas e entoavam cantos sacros em louvor a Deus. Até que cansados, pararam ao redor da mesa da cozinha e resolveram tomar um refresco com biscoitinhos caseiros para comemorar.
Agora mais descansados todos comentavam os detalhes da viagem, o que ele deveria levar na mala etc...
- Não esqueça de um bom agasalho!Isso era primordial para uma delas que repetia com ênfase de vez em quando.
- Na capital de São Paulo, faz frio!
- Mas estamos em final de novembro...
- Nunca se sabe numa capital como São Paulo acontece coisa que até Deus duvida, que dirá um frio de repente!
Uma delas até contou com muitos detalhes, que tinha um afilhado muito querido que se mudou para lá logo no primeiro ano, e ela sabia que ele estava sempre com bronquite. -"Agora já deve estar curado e vai até para a escolinha, um amor."-
- Coitadinho, morando lá naquele fim de mundo! Nunca esqueço dele, “judiação”, sempre faço orações por aquele menino, mas a minha comadre sempre escreve ou telefona contando como ele vai passando, é, escreve ou telefona, sim. E quando a carta demora, eu telefono; nunca se sabe o que pode acontecer por aquelas bandas...
E não parava de falar com aquela maneira peculiar do interior de São Paulo ou Minas.
E assim as velhas senhoras, algumas disfarçando as lágrimas de saudade precoce, no afã de agradar Deodorinho falavam sem parar deixando o rapaz cada vez mais embaraçado e aturdido, com tantos conselhos, palpites e opiniões. No fundo mordia-lhes a curiosidade de conhecer outra cidade e transferiam para ele essa emoção enquanto ele contava os minutos e os segundos para sair dali conhecer o mundo lá fora, ver ao vivo as coisas que via na televisão e nos livros que lhe pareciam bem diferentes desse “mundinho” em que ele vivia no interior de Minas entre padres e beatas. Ele reconhecia todo o carinho da madrinha e de suas amigas que o rodeavam o tempo todo desde menino, mas queria sair logo dali. Por isso mandou "currículo" para uma grande empresa na capital de SP e deu sorte, agora foi chamado para entrevista. Um frio na barriga se tornou constante daquele momento em diante, mas a vontade de ir era maior e incutia-lhe coragem e determinação. 
Todos estavam felizes por ele e com ele. Aquele final de semana foi muito agitado, inigualável. Aconteceu de tudo, era um corre-corre só. Sua madrinha ficou tão nervosa que a pressão subiu, deu uma batedeira no coração e tiveram que leva-la para a Santa Casa, o único hospital da cidade. Demoraram por lá umas horas e voltaram para casa com d. Firmina medicada e cheia de recomendações médicas, pouco tempo antes do embarque para São Paulo. 
As amigas já tinham lavado e passado toda a roupa de Deodorinho que repousavam esticadas e prontas para a viagem sobre a cama ao lado da imensa e entulhada mala marrom. 
Uma canja quente e saborosa esperava sobre o fogão na cozinha, enquanto o cheiro de café e pão caseiro se espalhava pela casa.
Agora passada um pouco da euforia, um pouco mais calmos, todos conversavam animadamente à mesa, naquele final de domingo inesquecível.
Ao anoitecer ele já estava pronto, vestido de colarinho e gravata, para uma viagem de aproximadamente doze horas, ouvindo pela milionésima vez as recomendações educativas de cada uma delas, como se ainda tivesse sete anos de idade e fosse o seu primeiro dia de aula; ele que já completara vinte e seis. 
Sorria automaticamente como se fosse o príncipe encantado das histórias infantis. Concordava com tudo e nem por um momento demonstrava sua aflição interior. Ninguém que o observasse descobriria seus pensamentos. Deodorinho pensativo e calado num sorriso congelado no rosto observava ao redor, aquele mundinho que ele conhecia tão bem, já sentindo um pouco de saudade desse burburinho de vizinhos, do cheiro do café e pão caseiros, desse carinho espontâneo de cidade pequena onde todos se conhecem. Jamais esqueceria disso tudo. Jamais! Pensava ele. Iria enfrentar um período longo de viagem, chegaria ao amanhecer de um novo dia para uma nova vida. 
A chegada estava prevista para antes das sete horas da manhã. Tempo suficiente para lavar o rosto no banheiro da rodoviária, fazer a barba e tomar um café antes de pegar outro ônibus com destino à entrevista para o seu novo emprego. Estava anotado tudo num papel com horários cronometrados, até o endereço de uma pensão que lhe deu seu Laureci " do frete", onde se hospedou quando foi a São Paulo há quinze anos atrás. Começaria a partir daí uma nova vida. Não tinha idéia quanto tempo levaria para poder voltar para sua casa, aquele lugar e aquelas pessoas. Talvez não voltasse nunca. Quem sabe? Isso ia depender de muitas coisas. Entre elas o de gostar ou não da nova vida. E do novo emprego. Um pouco depois enquanto todos esperavam o táxi que o levaria à estação de embarque, ele ficou novamente pensativo isolando seu pensamento das infindáveis recomendações sentindo o seu coração bater no pescoço. Fechou os olhos por um momento e pensou; 
- Preciso relaxar. Preciso me apresentar bem e muito seguro. Afinal em breve estarei dando os primeiros passos na brilhante carreira de executivo. Preciso de muito autocontrole. 
A aparente calma constante não deixava transparecer o turbilhão de pensamentos desencontrados que faziam sua cabeça latejar e o coração acelerar. Deodorinho tinha o temperamento fechado. O seu sofrimento desde seus primeiros anos de vida, fez com que controlasse suas emoções para não ser rejeitado como uma criança chata, chorona ou teimosa. Assim nunca dizia não para ninguém, principalmente para a sua madrinha e as amigas dela que o mimavam e o achavam “uma moça” de tão educado. 
 Finalmente chegou a hora da despedida. Todos choravam copiosamente, Deodorinho sorria amavelmente para todas aquelas velhas e conhecidas senhoras, amigas e vizinhas de sua madrinha. Beijava uma a uma abraçando-as antes de entrar no táxi do seu Laureci "do frete". Este também era seu conhecido, tinha um caminhãozinho de frete e um automóvel antigo como táxi. Os fregueses telefonavam e contratavam ou o caminhão ou táxi. Assim ele estava sempre servindo a comunidade. E era ele que levaria Deodorinho até o ônibus com as bênçãos de todas as velhinhas e do padre, que chegou a tempo de lhe fazer o sinal da cruz de longe abanando um adeus junto com elas. Sentado ao lado do motorista foi olhando para traz e também abanando a mão para o pequeno comitê de despedida em frente a casa, enquanto enxugavam as lágrimas de saudade sincera, até sumirem no final da rua.
Quando o táxi virou a curva da esquina da estação de ônibus ele viu uma das amigas da sua madrinha, dona Santinha, correndo com muita dificuldade, esbaforida mesmo. Vinha em sua direção com um enorme embrulho mal arranjado na mão, segurando o que parecia ser um cabo num dos lados.
- Ah! Graças ao São Judas, padroeiro das causas impossíveis, eu consegui chegar a tempo, vim rezando para conseguir e finalmente consegui.
Falava ofegante e sem parar, vermelha como um pimentão.
- Deodorinho, meu querido, nunca lhe pedi nenhum favor, mas esse eu vou pedir porque você é da maior confiança, meu filho; Lembrei-me que tinha guardado no porão a bicicletinha de estimação da família, que primeiro foi do meu filho Vesúvio, depois do meu neto Armandinho que já está quase um homem e eu quero mandá-la agora para o meu afilhadinho que mora lá em São Paulo, o Genivaldo. Não vai lhe dar nenhum trabalho meu filho. Logo mais, um pouco mais tarde que o telefonema é mais barato, eu ligo para a minha comadre e ela manda o marido pegar a bicicletinha na rodoviária bem cedo. Assim que o seu ônibus chegar, ele já vai estar na rodoviária esperando. 
O que ela chamava de bicicletinha era um daqueles tradicionais triciclos, também conhecidos por "tico-tico", com assento de madeira, que quase todo mundo que viveu “antigamente” teve um. 
Um frio gelado percorreu a espinha de Deodorinho e o sorriso de príncipe encantado congelou na face. Sem saber o que dizer e sem poder se negar ao delicado pedido da veneranda senhora, pegou num dos lados do guidão que aparecia fora do papel mal ajeitado, e sem conseguir articular uma sílaba despediu-se da sorridente e suarenta amiga de sua madrinha que vibrava feliz por mandar o “presentinho” para o afilhado. 
Como se tivessem lhe dado uma paulada na cabeça, o rapaz olhava para o pacote disforme em sua mão, para frente e para os lados ainda sem saber o que fazer. Não sabia se levava a bicicletinha para a parte de cima do ônibus e a colocava ao seu lado no banco, ou se a deixava no bagageiro junto de sua mala. Afinal era uma bicicletinha de estimação, de família, tinha passado por gerações, uma verdadeira antiguidade, não podia deixar que nada acontecesse com ela. Não dá para comprar outra, só em antiquário, sei lá. E agora? 
Deodorinho era daquelas pessoas metódicas, meticulosas, perfeccionistas, que não sabem lidar com situacões inesperadas, com imprevistos e esse era de bom tamanho. A conselho do motorista que assistiu tudo, deixou a bicicletinha devidamente registrada com etiqueta de bagagem no bagageiro inferior, mesmo porque, ele havia comprado só uma passagem e não poderia ocupar o banco do lado que deveria ser ocupado por outro passageiro. Respirou fundo e ainda aturdido entrou no ônibus, conferiu várias vezes o número do assento com a passagem que levava na mão, como se não soubesse mais ler e só então, sentou-se. Olhou pela janela e ainda viu dona Santinha abanando uma mão freneticamente enquanto a outra assoava o nariz. Retribuiu pateticamente o gesto sentindo os ouvidos zumbirem cada vez mais alto. A viagem seria longa, aproximadamente doze horas ou mais. 
Olhou diversas vezes o relógio sem conseguir ver as horas ja com os olhos embaçados pelas lágrimas de angústia. 
Finalmente o motorista deu partida e ruidosamente o ônibus foi se deslocando para a saída da cidade em direção ao seu destino. Deodorinho ainda ficou olhando para fora, observando a noite escura por um tempo até que viu as últimas luzes da cidade ficarem cada vez mais para trás e só aí então, fechou os olhos e dormiu. Por quanto tempo, não saberia dizer, talvez uma hora, talvez uns minutos, o fato é que de repente Deodorinho pulou no banco assustado, felizmente não havia ninguem sentado ao seu lado, como se o ônibus com poucos passageiros a bordo, tivesse dado um grande solavanco num daqueles imensos buracos de estrada. Parecia que seu cérebro tinha se iluminado fantasticamente com uma lucidez assustadora. Um filme começou a passar pelo seu pensamento e com olhos arregalados de pavor, ele se viu descendo do ônibus no Terminal Rodoviário do Tietê em São Paulo, que ele iria conhecer logo depois do raiar do sol daquela segunda-feira de final de novembro. Pouco antes das sete da manhã, ele estaria num lugar desconhecido e até assustador, pelo que ele tinha ouvido falar e visto pela televisão. Imaginou-se andando pelo meio daquela multidão com uma enorme e pesada mala, entulhada de roupas de frio e tudo mais em pleno verão, suando e com uma bicicletinha na outra mão. Precisava encontrar uma pessoa que nunca viu mais gordo e que também não o conhecia. Como eles iriam se conhecer? Quantas pessoas andam pela rodoviária carregando bicicletinhas? E se a dona Santinha não conseguiu falar com a mãe do menino? E se o marido da mulher tiver um compromisso logo de manhã e não puder ir ao meu encontro? E se o menino ficou doente durante a noite e eles o levaram ao médico? E se a doença for grave e eles o internaram? E se eles se separaram ou morreram ou a dona Santinha morreu depois que eu saí da cidade e nem deu tempo para ela telefonar? Ela é bem velhinha, então a mãe do afilhadinho Genivaldo não vai saber que estou levando a bicicletinha para o menino dela e não vai falar para o marido que não vai se preocupar em me encontrar, mesmo que seja o seu dia de folga. Por que ele iria deixar de dormir um pouco mais ou pescar para ir de manhã cedo à rodoviária buscar uma bicicletinha que mandaram de Minas? É claro que ele iria pescar e não iria por nada desse mundo buscar uma bicicletinha na rodoviária. E se não for o dia da folga dele então? E se ele trabalha numa grande empresa e não pode sair em horário de serviço para ir pegar uma bicicletinha na rodoviária as sete da manhã de uma segunda feira, que a madrinha do menino mandou do interior de Minas? Ou é daqueles bem chatos que não gosta de fazer favor para ninguém nem por uma bicicletinha de estimação que pertenceu aos antepassados da madrinha do filho dele, a d. Santinha?
 "- A madrinha que se lixe!" - Ele vai dizer. Eu é que não vou pegar uma bicicletinha às sete da manhã na rodoviária do Tietê para o filho da minha mulher! -" 
E como é que eu faço? Tenho que comparecer na empresa e assumir o meu emprego e não posso chegar lá às nove horas da manhã levando pela mão a bicicletinha de estimação da dona Santinha! Ou quem sabe eu pego a bicicletinha e guardo no guarda volumes?! O seu Alfeu me disse que na rodoviária tem uns armários, que a gente paga para guardar coisas. É, mas eu trouxe pouco dinheiro e não vou gastar pagando estadia para a droga da bicicletinha, sem falar que tenho que voltar na rodoviária depois para pegá-la e vou levar para onde depois? O que eu vou fazer com a bicicletinha de estimação da dona Santinha, meu deus, vou ficar com ela na pensão onde vou morar? Mas se eu ainda não encontrei a pensão que vou morar?! O seu Laureci "do frete" me deu o endereço e eu nem desconfio se fica na direção do meu trabalho, sem falar que já faz mais de quinze anos que ele se hospedou só por uma semana naquele lugar. Pode ser que nem exista mais, nem a pensão e nem o prédio... Depois como é que eu vou para uma pensão de bicicletinha na mão? Vão me perguntar se é do meu filho, e eu vou ter que dizer que não, ora! E que desses assuntos eu nem entendo muito, nem de filhos e nem de fazê-los e se querem saber a verdade; até sou virgem, só tenho a teoria, mas não tenho a prática. E depois é uma bicicletinha antiga, eles nem vão acreditar que não é minha mesmo, vão achar que é uma daquelas lembranças que a gente guarda e leva com a gente, para o resto da vida. Como o meu travesseirinho que tenho certeza está na mala, ou um ursinho qualquer. Vão me achar um cara estranho e meio esquisito e aí vão me botar para fora da pensão e eu vou morar aonde? Vou ter que pegar outro táxi e com certeza o motorista vai me levar até outra pensão e vai me perguntar se a bicicletinha é minha e eu vou ter que contar que é da d. Santinha e que o pai do afilhado dela não é pai nem é padrasto, talvez vá pescar mas se não for, vai me encontrar as nove horas na rodoviária do Tietê, depois de me deixar na outra pensão, porque na primeira me botaram para fora só porque não quis ter filhos e nem bicicletinhas e nem ursinhos na infância. E só porque resolvi arranjar um emprego numa grande empresa de São Paulo, a minha madrinha que me criou, pediu aos santos e santas para ir a Santa Casa buscar o táxi do seu Laureci para me levar no guarda volumes da pensão e pegar o afilhadinho de d. Santinha que morreu de tanto telefonar para São Paulo e que ficou lá desde as nove horas...
E assim Deodorinho, ficou remoendo elucubrações enquanto roía o que restava das unhas pelo caminho. De manhã, em plena segunda feira, naquele caos total de transito, quando o ônibus encostou na plataforma de desembarque do Terminal Rodoviário do Tietê, Deodorinho tinha olheiras profundas, o rosto cinza amarelado que denunciava uma noite insone e desesperada, tentando resolver o problema da bicicletinha. Ao ver que o ônibus atrasou e já eram mais de oito horas, Deodorinho caiu num choro convulsivo e se deu conta que perdera a entrevista de emprego, pois seria impossível chegar lá às nove horas ou as dez, o que importa agora? Antes de desmaiar e dos enfermeiros tira-lo de dentro do ônibus e coloca-lo numa ambulância, ainda pode ver pela janela, que para todos os lados que olhasse, pessoas levavam pela mão uma bicicletinha de todos os tipos e cores, afinal era época de Natal.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dez a Zero para o Bode

                                           Dez a zero para o Bode
Gente, você já se comparou a um bode? Sim: B-O-D-E. 
Aquele mesmo de chifres e cavanhaque, isso mesmo: o próprio, desse da figura ai de cima para não ficar nenhuma dúvida. 
Pois é, acabei de me comparar a um bode aqui e agora, assistindo um vídeo do YouTube onde uma chinezinha faz literalmente um bode subir uma escada dessas básicas de pintor, eu não subo mais nessas coisas,  que não dá, mas o bode sobe com toda a sua imponência de bode, depois ele andou até o final de uma corda bamba; ouviram?  Ou melhor: leram bem? Vou soletrar;  c-o-r-d-a b-a-m-b-a. 
Não contente, a criatura de chifres e cavanhaque, andou até a ponta oposta e deu a volta lá no final da corda, na pontinha dos cascos e caminhou de volta para o começo dando uma paradinha básica no meio do trajeto e subiu (!!!!) pasmem; com as quatro patinhas de cascos bicudos e duplos, num objeto de tamanho e semelhança a  uma xícara de chá de tamanho grande, provavelmente foi ali colocado e atarraxado enquanto ele andava até o fim da linha, já que só aparece na volta. E como dizia, ele não só subiu nas bordas da "xícara" com as quatro patas e ainda deu uma volta completa rodando sobre si (o mecanismo de rotação foi acionado por ele!). 
Sem tremer ou demonstrar qualquer insegurança, desceu da xícara rotatória tomando o caminho de volta à escada de  onde começou, descendo-a com toda elegância caprina. 
Isso tudo com um macaquinho vestido a carater estilo circo, pendurado nas costas que lá pelas tantas subiu nos chifres do distinto e ainda fez macaquices e piruetas de ponta a cabeça. 
Não é incrível isso? Tudo bem que bode sobe em montanhas pedregosas, mas subir e descer escadas, subir em xícara na corda bamba e ainda rodopiar foi de doer ... eu em? 
Me senti um lixo! Aff...