sábado, 31 de outubro de 2009

Notícias do Otávio



Otávio quando chegou, dia 21 de outubro de 2009.


Olhe a triste condição que ficou
este gatinho PERSA de dois anos!!!!
Maltratado e escondido num quartinho escuro onde os pedreiros de uma construção guardavam cal e cimento.


















Há dez dias atrás coloquei a foto e contei a história do Otávio, agora me sinto na obrigação de mostrar a foto dele, de como chegou, e a de hoje, dia 31/10/2009 e dar as boas notícias com muito orgulho. Mostro aqui a boa recuperação dele a olhos vistos.
Já ganhou 800 grs, que para o tamanho é bastante, afinal se passaram só 10 dias.
O que faz um bom tratamento veterinário, o carinho e o respeito por um ser frágil que foi mal tratado, né?
Ganhamos mais um amigo e eu mais um "neto".
Tenho "apenas "  cinco  gatos netos, ou netos gatos? ... 

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nunca estamos a sós

Nunca estamos realmente sós







Quem na vida nunca enfrentou dificuldades? Talvez alguém muito jovem, que ainda muito pouco viveu e que goze de uma boa estrutura familiar e escolar, possa dizer que nunca enfrentou uma situação difícil.


Com o passar do tempo, porém, à medida que a vida avança, são cada vez mais comuns as situações adversas.


Inúmeras são as dificuldades: a perda de um ente querido, a separação da família, a perda de um emprego que garante o sustento, os insucessos econômicos, as dificuldades no estudo.


Para cada um de nós situações diferentes representam diferentes graus de adversidade, mas todos lembramos facilmente delas.


Frequentemente despreparados para enfrentar tais situações, deixamo-nos levar por sentimentos de tristeza, de desespero e de impotência perante o fato.


Comumente, expomos nossa situação a familiares, amigos e, não raramente, pessoas não muito próximas, que se disponham a nos escutar.


Falando constantemente sobre o fato que nos preocupa permanecemos imersos nos sentimentos negativos, mantemos nossa mente agitada, entristecida e, até mesmo, revoltada.


Não faltam, nessas situações, opiniões diversas, de pessoas bem intencionadas, porém que nos deixam confusos, frequentemente sem encontrar uma solução.


Poucas são as pessoas que se recolhem e buscam em si mesmas a real causa de tal insucesso, tentando, a partir dessa reflexão, modificar seu comportamento, ou encontrar uma solução eficaz.


Muitos dizem se sentir sozinhos frente às dificuldades e, por este motivo, esperam opiniões e conselhos de todos aqueles que se dispuserem a dá-los.


Falsa ideia a da solidão. Aqueles que dela se queixam se esquecem de que temos, ao nosso lado, sempre pronto a nos ajudar, alguém que só quer o nosso bem.


Muitos de nós costumávamos pedir proteção a esse alguém, quando crianças, dirigindo-lhe uma prece, antes de dormir. Ao crescermos, esquecemos de tal atitude.


Nosso Espírito protetor ou anjo da guarda está sempre presente, desde nosso nascimento até quando, ao final da vida física, voltamos à pátria espiritual, podendo ainda nos acompanhar em futuras existências.


Silenciosamente, espera uma oportunidade de ser ouvido. Ele nos fala à mente e o podemos ouvir na forma de intuição ou de boas ideias.


Para que essas intuições ou ideias cheguem ao nosso consciente é necessário que tenhamos a mente pronta para as receber. Obviamente, em meio à agitação e aos sentimentos negativos não teremos paz de espírito para tal.


Tornamo-nos receptivos por meio do recolhimento, do silêncio, da oração, da meditação, ou dos sonhos durante um sono calmo.


São muitos os relatos dos que, depois de orar com real recolhimento e, portanto, sintonizando com o mundo espiritual que nos guia, encontraram uma solução, ou, pelo menos, consolo e paz diante de uma dificuldade.


* * *


Lembremo-nos sempre desse auxílio que Deus deixa à nossa disposição, e que não nos falta nunca.


Tenhamos a certeza de que, se um dia nos sentimos sem recurso, isto não é verdade, pois nunca estamos realmente sós!






Redação do Momento Espírita.


Em 22.10.2009.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Voto ou não voto


Voto ou não voto?

Nesse mundo de hoje, por conta da internet as notícias se espalham quase antes que "a coisa" aconteça, daí que de posse de informações novas e velhas formamos opiniões mais rapidamente do que a minha geração formava. Pensávamos mais lento porque tudo acontecia devagar.
Por exemplo, hoje a gente que usa email constantemente, recebe e envia (principalmente no meu caso), coisas que aprecio e acho interessantes. De tudo um pouco. E nas últimas semanas recebi de alguns amigos um convite para votar no Chico Xavier.

"Vote no CHICO XAVIER!
Existe um site (WHOPOPULAR) que está escolhendo as pessoas mais
populares do mundo, em diversas áreas de atividade. Incluí o nome do Chico categoria "Líderes". Atualmente o primeiro no mundo é o
Papa João Paulo II. No Brasil é o Chico Xavier. Vamos votar para que Chico seja Eleito.
Dê o seu voto no link:"
http://www.whopopular.com/Chico-Xavier

Ao abrir o email, pensei eu com o meu ziper: -Para que o Chico, nós, a doutrina espírita e seja lá quem for, precisa que alguém fale e documente que ele é um lider? Quem já foi à casa/ museu dele em Uberaba, pode ver um armário cheio de comendas, placas, faixas, diplomas e homenagens, que ficaram lá tristemente sem vida, pois homenagens e títulos recebidos só são alguma coisa naquele momento da entrega, não mais. Então para que mais um?
Como a minha sinceridade beira a grossura, respondi a uma de minhas amigas que enviou o convite, a Angela (os outros vão ler o que penso por aqui), que eu não via necessidade desses títulos terrenos que para mim, não servem nem quando estamos vivos, imagine depois de morto. E ela pacientemente me explicou que é uma forma de ele, o Chico Xavier, não ser esquecido. Eu teimosamente continuo perguntando: -Um título de Lider "pós mortem" será suficiente para mantê-lo lembrado? Não seria mais lógico uma boa campanha, liderada até pela FEB, que todas as casas espíritas usassem com frequência de seus livros e ensinamentos para estudos, e assim automaticamente seria sempre lembrado, é assim que fazemos com Jesus, não é? Ninguém vota nele pela internet competindo com Maomé, Jeovah e Alá. Lembramos dos seus ensinamentos e procuramos não nos esquecer de seus exemplos, assim O mantemos vivo e sempre lembrado. Não sei, posso estar errada, para mim é como dizer que o Cristo redentor no Rio de Janeiro é uma das maravilhas do mundo. Para mim é, com certeza! Para quem está do outro lado do mundo, com o que lhe pertence como referencial belo, não achará.
Daí, que sempre acho que certas coisas não precisam nos avisar que estão, ou são, cada um é que sabe, e considera, pois o consenso não existe em lugar nenhum do mundo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Trabalhos admiráveis


Têm pessoas que realmente nasceram com o dom para as artes em geral. Recebi todos os sígnos com o trabalho deste artista que infelizmente não foi mensionado para eu postar aqui com muita admiração.
Parabéns, pelo bom uso das suas mãos e da sua inteligência.


Coloquei o Leão porque é o meu signo. Mas TODOS são lindíssimos.
Se alguém quiser, me escreva que enviarei todos os signos.
   ♥♥♥                 ffffffffffffxxxxxxxxxxfffffffff          ♥♥♥

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Falando de Espirito de Porco


Nossa! por conta desse meu jeito tipo "fala pelos cotovelos" , de vez em quando entro por uns assuntos "cavernosos" e hoje aconteceu isso. Eu conversava hoje de manhã com uma pessoa e lhe dizia que eu não como carne de porco desde criança, embutidos etc, por que me faz mal. Meu organismo a rejeita, mesmo que eu não saiba que está misturada a outros ingredientes, até brinquei com a expressão "espírito de porco"  e a coloquei aqui no perfil do blog, já que é uma expressão comum, mas me assustei com a origem dela.
Eu comentei com ele que não sabia de onde vinha essa expressão e ele me falou que era da Bíblia (livro complicadíssimo para mim). Dai entrei no Google para saber e retirei ésta explicação que segue abaixo.

A origem da expressão ‘Espírito de Porco’ ou melhor os ‘Espíritos nos Porcos’


Para os que não conhecem a origem da expressão “Espírito de Porco”, aqui está o relato bíblico que provavelmente suporta a idéia de alguns de que os porcos seriam animais imundos, o que não é verdade:

Estando Jesus a expulsar os demônios:
“Logo que saltou em terra, saiu-lhe ao encontro um homem da cidade, possesso de demônios, que havia muito tempo não vestia roupa, nem morava em casa, mas nos sepulcros. Quando ele viu a Jesus, gritou, prostrou-se diante dele, e com grande voz exclamou: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te que não me atormentes. Porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem. Pois já havia muito tempo que se apoderara dele; e guardavam-no preso com grilhões e cadeias; mas ele, quebrando as prisões, era impelido pelo demônio para os desertos. Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo.
Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos; rogaram-lhe, pois que lhes permitisse entrar neles, e lho permitiu. E tendo os demônios saído do homem, entraram nos porcos; e a manada precipitou-se pelo despenhadeiro no lago, e afogou-se”.


Lucas 8: 27,33

(Postado por Dihelson Mendonça)

Aff, dá uma boa hora de conversa numa roda de espíritas, não dá? Eu gostaria disso.

domingo, 25 de outubro de 2009

O Casaco de Pele


Ésta historinha eu a escrevi em 1999, inspirada numa placa plantada na porteira de uma chácara à beira da rodovia SC 404 que me levava em direção a praia dos Ingleses, onde eu morava. A placa anunciava que ali vendia húmus de minhoca.
A viajem de ônibus do centro da cidade até à minha casa, levava mais de uma hora, mais precisamente; uma hora e quarenta e cinco minutos, daí que não havia mais o que inventar para passar o tempo num ônibus lotado, onde se ouvia todo tipo de conversa, algumas interessantíssimas outras nem tanto, e misturada a esse mar de pessoas empilhadas que falavam o tempo todo, faziam crochê, liam ou dormiam, ia eu e meus pensamentos, duas vezes por semana lendo todas as placas do caminho, o que me irritava profundamente, pois nunca havia nada de novo, inclusive a que anunciava húmus de minhoca, mas eu continuava lendo automáticamente, até o dia que comecei a escrever mentalmente esta história e ao chegar em casa foi só sentar no computador e teclar. Estava pronta mais um dos meus surtos criativos.

O Casaco de Pele



Naná a minhoca faceira, vivia numa fazenda com seus parentes oxigenando a terra.
Iam rastejando de um lado para o outro o tempo todo, fazendo buraquinhos na terra, por onde passava o oxigênio, o ar que respiramos, fazendo com que a terra desenvolvesse lindos girassóis naquele lugar.
Certo dia Naná, foi colocada e levada com suas primas num caixote cheio de terra fofa, para uma exposição ecológica. Naná ficou super animada nunca tinha saído da fazenda para lugar nenhum, no máximo tinha ido até outras plantações ali perto visitar outros parentes que moravam nas plantações de soja, de feijão, de café e de trigo. Eram plantações lindíssimas. Ela pôde ver bem, porque era muito curiosa e espiava para fora da terra de vez em quando. Ela queria muito conhecer o mundo lá fora, passear no shopping, viajar, enfim, sair daquela vida de minhoca. Então quando teve a oportunidade de ir à feira ecológica não cabia em si de alegria e contentamento.
Finalmente chegaram lá e Naná não parava de ir de um lado para o outro de tanta alegria, até parecia que ia explodir de felicidade..
Foi aí nesse vai e vem, no extremo da sua curiosidade que ela resolveu olhar para fora e foi então que o mundo desabou para Naná. É que ao olhar para fora da terra ela tomou um grande susto. Bem ao lado dela, cochilando tranqüilamente num galho de uma planta, estava uma bela e gorda taturana preta. Daquelas bem peludas.
Naná, nunca tinha visto uma taturana em sua vida. Nem de perto e nem de longe.
Seu pai sempre falava de alguns parentes que moravam do lado de fora da terra, mas ela nem imaginava que eram tão LINDOS!!!!
E foi exatamente naquele momento, que Nana a minhoca, foi tomada de um enorme sentimento de inveja e ciúme, sentimentos ridículos e que nem sempre controlamos:
-Mas olha! Veja só; uma minhoca de casaco de pele, que granfina*! E eu que trabalho tanto o tempo todo, não tenho nem um colete ou uma gola de pele até um gorro servia, mas não! A boba da Naná, não precisa dessas coisas. Só precisa trabalhar, trabalhar... Só isso! Não tem serventia para nada. Só cava, só cava o dia todo! É buraquinho para cá, é buraquinho para lá e ninguém valoriza o que ela faz.
Derramando lágrimas sofridas ela voltou rapidamente para dentro da terra indignada sentindo-se a mais reles das minhocas. Suas primas a consolavam de todas as maneiras, mas ela não queria saber de nada. Tristonha e deprimida, não queria saber nem de conversa, ficou lá num canto emburrada, e nem trabalhou mais o restante do dia. Aliais jurou que nunca mais trabalharia.
Quando acabou a feira ecológica, ela voltou para casa abatida, chateada e nada a fazia esquecer o lindo casaco de pele negra que a Taturana usava; chiquíssimo.
O tempo foi passando e Naná nem aí, continuava chateada e nem queria saber de trabalhar mais.
Um dia, foram chegando alguns carros e um ônibus trazendo muitas pessoas e mudando a rotina da fazenda.
Nesse dia Naná muito contra a vontade, pois ainda continuava deprimida, foi colocada na grande caixa outra vez junto com suas primas. Depois a caixa foi levada para um grande galpão onde tinham muitas cadeiras e a caixa foi colocada sobre a mesa e todos que chegavam paravam para olhar a caixa cheios de curiosidade.
Então o dono da fazenda começou a explicar para essas pessoas porque a sua fazenda era modelo;
Era porque aquelas criaturinhas lisinhas e compridinhas, as minhocas, é que eram as responsáveis por tanta beleza. Elas oxigenavam* a terra com seus furinhos e deixavam o húmus, um material produzido por elas que alimentava as plantas tornando-as belas e saudáveis.
Foi nesse momento que o dono da Fazenda pegou a Naná de dentro da terra e delicadamente colocou-a na palma da mão, mostrando-a para os visitantes.
Todos a olhavam com curiosidade e muito respeito.
Naquele momento, Naná ficou curada, encheu-se de orgulho deixando de lado sentimentos negativos e tão feios como a inveja e o ciúme que não levam a nada porque entendeu que ela a Naná, era uma criatura muito importante para a humanidade*, porque com a sua ajuda não era necessário usar agrotóxicos* e poluir a terra produzindo assim, alimentos mais saudáveis, bonitos e mais gostosos.                 
E foi feliz para sempre.

Os direitos autorais desta e de TODAS as minhas histórias são registradas na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Embalagem

Este é mais um dos meus escritos e até fez parte de uma coletânea dos Novos Escritores do Cone Sul (lembram do Cone sul?)

A Embalagem

Era quase hora de fechar o super mercado. Ela, a mulher de capa de chuva, procurava alguma coisa com paciência e determinação. Percorreu muitas vezes os corredores e todas as prateleiras, olhando, observando cada detalhe com atenção, até que parou ao seu lado um funcionário de terno escuro e crachá. Ele era alto, simpático, daqueles que têm sorriso de príncipe encantado. Aquele sorriso de funcionário cumprindo o seu dever. Era um belo sorriso, mas não era de verdade. -Posso ajudá-la? Notei que procura alguma coisa muito especial, pois já percorreu todas as prateleiras, até a de importados e o seu carrinho continua vazio. Falou ele todo gentil. -Procuro sim, procuro algo muito especial. procuro amor. Uma grande quantidade. falou com seriedade. Ele, sem se abalar, fixando os olhos castanhos nos dela falou com a mesma seriedade. -Qual embalagem prefere? Lata papelão, madeira, plástico, vidro, os práticos sacos de papel, ou ainda a moderna longa vida? Ela respirou calma e profundamente e continuou: -Bom, eu não sei...qual é a sua sugestão? -Hum...a lata por muito tempo, foi uma embalagem muito apreciada e bem aceita. Por isso se tornou muito comum. Até minhocas e flores já foram enlatadas. As flores nascem um tempo depois que se abrem as tampas e regam-se as sementes, já as latas baixinhas como as de peixe, e as quadradinhas como as de chá, são conhecidas no mundo inteiro pelo formato. Mas sabe como é, em lugares perto do mar, elas sofrem oxidação com a maresia e a ferrugem as corrói com rapidez espantosa. Já o papelão infelizmente não resiste a umidade e se deforma, tornado-se assim uma embalagem rapidamente envelhecida só no manuseio. Também não suporta grandes empilhamentos. -E de madeira? Talvez uma madeira nobre como o sândalo e a canela? Falou ela seriamente interessada. -Ah, a madeira...romântica e aconchegante, delicada ao tato, cheirosa...mas não muito adequada. Tem a questão do peso, e seu perfume pode se tornar enjoativo ou ignorado com o passar do tempo. Não, talvez a madeira não... -O plástico..?! -É o plastico talvez, tão moderno versátil, colorido ou sem cor, opaco ou transparente, duro ou flexível, leve, inodoro... não plástico não é inodoro, tem um cheiro característico e apesar da longevidade mostra rapidamente um aspecto envelhecido, arranha e fica feio. -E que tal o vidro? -O vidro sim, é bonito, higiênico, transparente ou opaco, colorido ou sem cor, fino ou grosso, leve ou pesado...pensando bem, acho que não também. O vidro bonito mesmo é o cristal, mas é frágil, muito frágil. -Afinal, qual é a sua sugestão, a embalagem longa-vida? -Ah, é mesmo, a longa-vida sim é possível, é uma idéia moderna com cinco camadas, costura reforçada...é mas também não dá. Apesar de tudo, a longa-vida é frágil, não suporta pressão externa, também não suporta empilhamento. Seu limite é pequeno, sua resistência é pouca. Não, esta também não dá... -Então o que fazer? Só nos restou a louça?! -Também não. A louça é dura e quebra fácil e quando quebrada e depois colada, sempre ficam as marcas das emendas. -Então...? -Então, infelizmente não sei como lhe ajudar neste momento... Falou ele pensativo, fixando os olhos nos dela. -Então você quer me dizer que não tem amor em nenhuma embalagem? -Bem, amor tem em toda parte, tudo o que é idealizado e é criado, é feito a partir do amor. O amor cria, o amor pela criação constrói, se multiplica e se eterniza. Falou meio sem jeito, como se nem ele tivesse parado para pensar nisso. Ela então olhou para ele sorrindo e perguntou: -Vocês vendem muito amor por dia aqui, em todas as embalagens? Qual a mais procurada? -Ah, tem para todo gosto e todo tipo de amor. A embalagem já revela a intensidade do conteúdo. -E há quem devolva por comprar errado ou com defeito? Ela continuou perguntando cheia de curiosidade. -Ah, sempre tem, é claro. Há quem leve até uma quantidade errada, e até quem desperdice por não saber usar ou dar o devido valor. -Muitas pessoas voltam para buscar mais ou isso nunca acontece? -Isso acontece com bastante frequência. Pessoas que acham que não vão se dar bem, ou que não têm boas experiências anteriores, preferem comprar aos poucos. Existem algumas até que compram um pouquinho todos os dias. Dizem que são as mais felizes, porque estão sempre renovando e repondo na medida certa.

As portas do super mercado forma se fechando e ela agradecida se despediu do funcionário atencioso de terno escuro e crachá. Muito segura e satisfeita, se dirigiu para a saída. Ao passar pelo balcão onde estava a caixinha com o escrito "Sugestões à Gerência", ela parou pegou um papel e uma caneta e escreveu:

"A melhor embalagem para guardar o amor é o coração de um ser humano. Ali estará resguardado de tudo. De ser enferrujado, amassado, quebrado, rasgado, esquecido e perdido. Ele o multiplicará sempre, o renovará todos os dias e reporá suas páginas de história umas sobre as outras, durante toda a sua existência e deixará sua marca de passagem pelo mundo".

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Politicamente Correto

Por conta de uma conversa que tive aqui em casa, me veio à lembrança a famosa "Cartilha do Lula" dos termos politicamente corretos. Como isso aconteceu em 2005, fui procurar no Google e me diverti relendo os absurdos que circularam na época a respeito. Vou transcrever alguns trechos só para ver o quanto somos irresponsáveis (todos indistintamente) pelo que falamos e escrevemos o tempo todo, imagine o que pensamos e fica só nos escaninhos do cérebro? E como poderíamos de repente mudar todo um linguajar natural de um povo, um modo informal de falar, num país naturalmente debochado, que faz piada de tudo e de todos, e ainda ri de si mesmo? Imagine o ridículo (caríssimo, por sinal, financeiramente falando= 30 milhões de reais) de se fazer uma lista de imprecações e impropérios proibidos? Precisaríamos andar com a dita cuja no bolso, para tirar dúvidas caso viesse à baila, uma expressão considerada esdrúxula e que denegrisse o carater ou a aparência de ilustre conterrâneo?
Segue abaixo uns pedaços de notícias capturadas aleatóriamente só para relembrar o que seria cômico se não fosse trágico. Por decisão do Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fica suspensa por enquanto a distribuição da Cartilha do Politicamente Correto. A cartilha foi elaborada pelo Secretaria Nacional de Direitos Humanos e procurava banir o uso de palavras consideradas ofensivas. Os criadores da cartilha defendem-na e dizem que o objetivo é apenas tirar de circulação termos que são discriminatórios contra negros, mulheres, homossexuais, portadores de deficiência física e outros grupos sociais.
Alguns vocábulos citados na cartilha:
Coisa ficou preta: forte conotação racista contra os negros, pois associa o preto a uma situação ruim. Anão: são vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre serem considerados engraçados. Não há nada especialmente engraçado. O fato de ser anão não afeta a dignidade. Baianada: atribui aos baianos inabilidade no trânsito. É um preconceito de caráter regional e racial, como os que imputam malandragem aos cariocas, esperteza aos mineiros, falta de inteligência aos goianos e orientação homossexual aos gaúchos. Barbeiro: xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar a barba. Beata: deprecia mulheres que vão com muita freqüência à missa. Cabeça-chata: termo insultuoso e racista dirigido aos nordestinos, cearenses em especial. Comunista: contra eles foram inventadas calúnias e insultos, para justificar campanhas de perseguição que resultaram em assassinatos em massa, de caráter genocida, como durante o regime nazista na Alemanha. Funcionário público: depois de sistemáticas campanhas de desprestígio contra o serviço público, os trabalhadores dos órgãos e empresas públicas preferem ser chamados de servidores públicos, para enfatizar que servem ao público mais do que ao Estado. Homossexualismo: é mais adequado usar homossexualidade. Homossexualismo tem carga pejorativa ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou movimento político. Ladrão: termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos tem viés classista. Negro: a maioria dos militantes do movimento negro prefere este termo a preto. Mas em certas situações as duas expressões podem ser ofensivas. Em outras, podem denotar carinho nos diminutivos neguinho ou minha preta. Palhaço: o profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade. Sapatão: usada para discriminar lésbicas,mulheres homossexuais. Entendidas e lésbicas são termos mais adequados. Veado: uma das referências mais comuns e preconceituosas aos homossexuais masculinos. Expressões adequadas são gay, entendido e homossexual. Xiita: um dos ramos do Islamismo se tornou no Brasil termo pejorativo que caracteriza militantes políticos radicais e inflexíveis. Aidético: o correto é HIV positivo ou soropositivo para quem não apresenta os sintomas, e pessoa com Aids ou doente de Aids, para quem apresenta.
Anão: vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre seremconsiderados engraçados.
Barbeiro:xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelos e aparar barba.
Comunista – contra eles foram inventadas calúnias para justificar campanhasde perseguição que resultaram em assassinatos em massa, como durante onazismo na Alemanha.
Farinha do mesmo saco:com expressões como "todo político é ladrão"e "muçulmanos são terroristas", ilustra a falsidade das generalizações, basedos preconceitos.
Ladrão: termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos têm viés classista.
Palhaço: o profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma pessoa a quem se atribui pouca seriedade."
Depois queremos ser um pais sério...não sei se escrevo "por que?... ou "para que?"....

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Otavio Augusto, um novo gato na praça

Coloquei essa imagem descontraída de São Francisco de Assis, aquele que amou tanto os bichinhos que até conversava e se entendia com eles,para aliviar um pouco a dor de ver em que situação triste ficou esta criaturinha de Deus, nas mãos de pessoas inescrupulosas.
Até hoje os devotos da Igreja Católica pedem com devoção, por seus bichinhos, ajuda a este espírito de sentimentos tão puros e nobres; assim eu faço neste momento um pedido muito sério a Deus e a São Francisco de Assis: Que os seres humanos respeitem a vida dos bichinhos e da natureza, e que eles, os animaisinhos continuem recebendo a Sua proteção e sejam defendidos da convivência com criaturas que se intitulam "seres humanos", mas não fazem a menor idéia do que isso significa.
Escrevi isso tudo para contar o que aconteceu esta semana...
oooooooo Certas coisas acontecem na nossa vida de uma maneira tão forte que quando nos damos conta já ajimos, fizemos até cometemos o impensável. Pois é; Como todos sabem a Ligia e o Conrado têm tres gatos persas lindos, fofos, muito bem tratados e mimados. Pois semana passada, a Ligia foi levar um dos gatos à veterinária e ela contou que havia um gatinho persa de dois anos, abandonado num quarto escuro de uma construção, sem alimento, água, dormindo e se esfregando o tempo todo no cal e no cimento, causando com isso uma alergia e ficando num estado lastimável de puro e total sofrimento, quase sem pelo e com concreto grudado ao redor dos olhos e em algumas partes do corpo. Magro e sem forças, provavelmente se extinguindo na última das suas "sete vidas".
A Ligia colocou no blog dela um pedido para que alguém adotasse o bichinho que não tem culpa de ter tido a má sorte de ser escolhido por pessoas desumanas egoístas e sem coração. Pois bem; nova decepção. depois de uma semana não apareceu ninguém interessado. Quase todos amam o que é belo, lindo, cheiroso e que possa ser exibido como um troféu, e não conseguem ver num animalzinho um ser que sente dor, fome, frio e provavelmente medo, com sentimentos muito semelhantes aos dos chamados "seres humanos". Não conseguem ver que com um bom banho alimentação e e muito carinho ele voltará a confiar nas pessoas e se tornará, como é de sua natureza, um animalzinho carinhoso e delicado e lindo, com um pelo negro e fofo (como no caso dele), são os gatos persas. E foi isso que a Ligia fez. Voltou lá e pegou o bichinho e trouxe para casa após uma longa e minuciosa consulta na veterinária, incluindo um banho calmante, curativos, medicação e muito colo, ganhou o nome pomposo de OTÁVIO AUGUSTO!!!
Desse jeito o Haroldo o Heitor e o Horácio que se cuidem que "a sua Magestade" veio para o seu lugar de direito. No mínimo o direito de partilhar com os outros o sol da sacada e uma "pelada" noturna onde todos eles se divertem (felinos têm hábitos noturnos) jogando bolinhas pela casa a noite toda, além de disputar muito colo, afagos e ronronadas...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Parabéns pela data querida

A Banda
Composição:
Chico Buarque
Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor Estava à toa na vidaO meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor...
Pois é, ésta música para mim marca o nascimento da minha primeira filha, a Lígia Cristina. É que uma semana antes dela nascer, o Chico Buarque ganhou o festival da TVRecord com esta música, e na madrugada que isso aconteceu, dia 10 de outubro, o Gilberto me chamou no meio da noite para ouvir a música vencedora e gostava tanto que a cantarolava o tempo todo.
E a Lígia, quem a conhece sabe, representa bem esta Banda, que por onde passa vai sacudindo, vai divertindo e acima de tudo, vai abrindo passagem, mudando completamente o cenário, dissipando a tristeza.
Assim é a Ligia, a portadora da alegria, que onde vai a leva consigo, distribuindo a todos. Na vida e na profissão ela nunca se limitou ao pré estabelecido, ela cria situações positivas e implanta novas idéias sempre. É curiosa por natureza e vai "ver de perto" tudo o que lhe instiga a curiosidade... Na infancia, antes dos cinco anos, chorava por querer ir para a escola aprender a ler, ganhou uma medalha de primeiro lugar no primeiro ano, com todas as honras. Suas atividades multiplas começaram fazendo ginástica olímpica, patins, danças, capoeira, teatro, coral, mais tarde subiu em poste de alta tensão (ou coisa parecida) quando estagiava na eletrosul, fez tatuagem, pulou de parapente (pretendia pular de paraquedas), fez aulas de mergulho, canoagem, rapel, participou da Corrida ao Redor da Ilha de Florianópolis(!), ja entrou na cratera de um vulcão (extinto é óbvio), na cordilheira dos Andes, até me trouxe uma lava de presente, foi juri de escola de samba, usou pircing no umbigo (arrgh), escreve de vez em quando para revistas (ja ganhou até um trofeu de jornalismo), algumas tecnicas e outras populares, com artigos diversos e alguns até inusitados, como um que ela fez sobre uma praia de nudismo por exemplo, onde foi "a caráter", acompanhada do Conrado que dá a maior força para essas loucuras que ela arruma. Acho que é porque ele nasceu no mesmo dia que ela, vinte de outubro, a grande estrela e os anjos de plantão devem ter sido os mesmos... Ah, ela também já produziu arte em muros (grafiteira?), cozinheira de mão cheia, desenha, pinta e borda literalmente, e muito bem.
Já deu entrevistas para ninguém menos que Jô Soares e Heródoto Barbeiro, além de outros programas de rádio e TV locais, algumas vezes. Atualmente passa as festas de final de ano pilotando motocicleta, habilidade que aprendeu faz poucos anos, talvez uns três ou quatro e já está com mais de 10 mil quilômetros rodados (uaauu!) em duas rodas, é mole ser mãe da Lígia?
Pois é guria, eu te amo muito♥ e me sinto a própria "mãe de miss" contigo, fazendo parte indiretamente da tua vida. Essas coisas que eu gostaria de fazer também e apesar de todas as "surpresas" e os sustos (quando sei já fizeste) e por tudo isso que aprontas, me dão inveja e orgulho.
Quero te desejar neste dia 20 de outubro, e em todos os dias da tua vida, as melhores coisas embalsamadas nas bençãos de Deus. ♫♪♫ Feliz Aniversário!♫♪♫
Muita Saúde e Paz,
que o restante vêm logo atrás...
Mil beijos sabor doce de leite, o teu preferido na infância...♥♥♥♥

domingo, 18 de outubro de 2009

Coração de beijos

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Em época de vacas magras é bom se prevenir

Este final de semana tá que tá. Abaixou na minha caixa de correio eletrônico um monte de santos, icones de todo tipo agregados a correntes para ganhar dinheiro, mas SÓ SE forem reenviadas. Acho bom me prevenir, pois nunca se sabe. Assim em vez de eu mandar para 7, 10,12, 20, que a "praga" manda enviar, eu coloco aqui e imagino que na multiplicação matemática automática, eu receba zilhões de telefonemas me dando "a boa notícia". Provavelmente congestionarei TODAS as linhas telefônicas do país e quiçá, do mundo. É, porque os que recebi ontem e hoje se referem a um telefonema que vai me dar a notícia que estou esperando (?) não faço a menor idéia do que se trata, mas é bom não brincar com os mistérios que se abatem sobre nós. Provavelmente eu saberei ao atender a criatura. Ainda pouco ligaram perguntando pela Maria, se ela estava aqui, e para não parecer indelicada, não quis lhe dizer que só a Mãe de Jesus está sempre aqui, graças ao Pai; mas lhe afirmei, mesmo que ela duvidasse, que aqui neste telefone, nenhuma Maria estava, e o pior é que menti, etava eu mesma, é que quase ninguém sabe que o meu nome também é Maria. Bem, ao desligar me lembrei que estava com a caixa cheia de correntes, só Buda de ouro recebi três, de três vertentes de amizade, e "vai que dá, faço o quê? Então tive a "brilhante" idéia de colocar aqui TODAS, assim resolvo tudo, e quem me lê considere-se intimada a repassar ou faça o que achar melhor, considere que eu estou reenviando como fui intimada também, hahaha. Em épocas de vacas magras e loucas é bom se prevenir, nénão?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Professor

Hoje é o dia do professor, e quem nãos os teve algum dia, oficial ou informalmente por alguns momentos apenas? Alguém que deu uma explicação mais detalhada, embasada em conhecimentos, investigações e que repassou com alegria o que sabia? Eu diria que TODOS nós. É impensável admitir que podemos viver sem que alguém nos ensine algo, formal ou informalmente o tempo inteiro. Ser professor, gostar de ensinar, é um ato de amor ao próximo, de dividir com os outros aquilo que ele já absorveu como conhecimento. Mas hoje, é mais especificamente o dia daquele professor que estudou e se aplicou para sê-lo de verdade,para fazer desse gosto sua profissão, sua missão na vida que é ensinar, e que a duras penas carrega nos ombros o desafio de extrair de crianças ( pedra-bruta) os diamantes que somos em potencial. Todos nós somos, com certeza. Uns tem "mais cascalho para retirar, para encontrar a gema" do que outros, pois somos antes de mais nada, centelha Divina e com certeza; somos diamantes sim. Divinos diamantes a ser burilados, e estas dedicadas criaturas, retirando paciência, dedicação e obstinação das suas profundezas, procuram a cada dia conduzir pelo trilho do saber, com todas as dificuldades que isso implique, crianças mal educadas e problemáticas, com famílias que não têm o que dar pois também não tiveram, algumas mais infelizes, com dinheiro, agem achando que este resolve tudo e passam literamente por cima de tudo e de todos,dando mau exemplo aos filhos, que sem piedade vão massacrando sem piedade os mais puros sonhos desses professores. O de tornar um pais melhor, com o conhecimento que passam para as crianças sob suas responsabilidades. Infelizmente cada vez mais, não são reconhecidos na sua real importância para o crescimento evolutivo do ser humano, e em consequência, do País. Parabéns professores, pela valorosa missão de ensinar e construir o futuro. Pelo dia de hoje e por todos os dias.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os pensares de mãe

Achei esta coluna no www.acontecendoaqui.com.br e parabenizando por tão bela e delicada homenagem à sua filha Lara, trancrevo-a aqui para que os que me leem possam também usufruir desse prazer. Ana Lavratti A contabilidade da maternidade 05 OUT - Ao reservar minha agenda, filha, pra tua festa de aniversário, me deparei com contas que nunca havia ousado fazer. E com resultados, ainda que delicados, à prova de manipulação. Nesse algoritmo movido à nostalgia, me pus a calcular se valeu a pena trocar a minha liberdade, tão cara, pela submissão às tuas necessidades. Tentei somar os eventos que perdi, os brindes que não ouvi, as risadas que ficaram por ser dadas em alguma mesa de bar. Mas só consegui calcular a festa de arromba que provo a cada manhã, quando o mar que habita teus olhos me inunda de esperança. Quando o lento abrir das tuas pálpebras, como uma onda de paz, renova a certeza de que tenho em casa a amizade mais concreta e a companhia mais completa que alguém pode desejar. Num segundo esforço, tentei somar as vitrines que não vi, as ginásticas que faltei, as corridas que adiei mesmo sabendo que meu corpo clamava por esse impulso. Mas só consegui calcular o saldo de saúde que provo a cada dia, quando a natureza intocada da tua gargalhada quebra meu próprio recorde de amor, e estabelece um novo patamar de força a meus braços, de fôlego ao meu coração. No balanço das emoções, tentei somar quantas vezes meu nome deixou de luzir nas TVs de milhões de lares, desde que troquei a bancada de telejornais por uma poltrona de bebê no banco de trás. Mas só consegui calcular o apogeu da fama que provo a cada entardecer, quando chamas por mim na saída da escola, e me abraças apertado ao soltar manchetes exclusivas: que me amas do tamanho do céu, que estavas com saudade, que queres meu colinho (mesmo tendo ultrapassado a marca de um metro). Tentei então, em vão, somar os filmes que não vi, os amigos que não visitei, os trabalhos que não concluí, as viagens que não passaram da fase preliminar. Mas só consegui calcular o programa impagável que provo a cada noite, quando me transportas pra um mundo mágico, resoluta, convencida de que és princesa, ora sereia, às vezes fada, e quase sempre, o Michael Jackson. Nessa contabilidade sem regras, me convenci que 1 mais 1 pode ser 3, quando uma mulher e um homem somam abnegação pra formar uma família, com personagens reais, com rotinas leais. Nessa contabilidade sem limites, percebi o quanto, ao te ver “voar” com uma varinha de condão, ou dançar Moonwalk com os pés colados no chão, tu dás à minha vida mundana o extrato de uma experiência divina. Nessa contabilidade sem fraudes, preciso confessar, filha, que meu amor por ti tem um milhão de dígitos, e continua aumentando, mesmo sem motivos, na proporção dos teus sorrisos. Nos 4 anos da Lara... ar do meu lar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Por que será?

Por que será que depois de um feriado numa segunda feira, a terça não parece segunda, até porque não é, e nem parece terça como deveria...
Coisa incrível...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Concha Azul

Hoje me lembrei dessa história que escrevi ainda no tempo em que morava na Praia dos Ingleses em Florianópolis.
E ao ver o mar todos os dias, lindo, maravilho, imponete, nas mais variadas nuances de azul, dá uma aperto no coração saber o que andam fazendo por ai com ele e me inspirei nessa história que registrei os direitos autorais na BN, como infantil mas é um conto para qualquer idade, nenão?
A Concha Azul
Quem visse aquele homem andando pela praia catando conchas, não imaginava a grandeza de alma que era. Morava no canto da praia, num recanto distante e quase deserto, entre pedras e algumas árvores nativas e vegetação baixa e rústica, num rancho de madeira tosca onde tinha por companheira uma velha canoa. Era conhecido pelos que moravam na região, e de muita gente que só vinha passar o verão como um homem simples e inteligente que gostava de conversar qualquer assunto, surpreendendo aqueles que o conheciam pela primeira vez e os atraindo para uma outra vez. E assim se tornara amigo de muitos. Todos os que passavam por aquele canto da praia paravam para conversar e sempre se surpreendiam com aquele homem; Seu Zezé da praia, como era conhecido, era uma mistura de bruxo e filósofo, médico e psicólogo, e talvez mais alguma coisa. Sabia tudo sobre marés, sobre as estrelas, constelações, as estações do ano e a meteorologia, peixes, botânica, remédios caseiros, sabia se ia chover ou fazer sol, enfim um homem especial, cheio de sabedoria. Gostava especialmente de catar cochas e sementes que o mar trazia, e as presenteava a todos que o visitavam para uma conversa amiga.
As pessoas saiam encantadas com a sua generosidade e simpatia e principalmente a simplicidade do homem curtido pelo sol.
Tinha uma alma iluminada. Certa vez um grupo de pessoas conversava alegremente com ele num dia qualquer de verão, sob a sobra de suas árvores amigas, quando de repente seu Zezé, parou diante de um homem e olhando firme nos olhos dele lhe entregou uma concha fechada e disse: -Esta concha guarda a sua felicidade e a realização de um sonho seu. Guarde-a sempre com você e confie mais em deus e em você mesmo e tudo dará certo. Incrível, mas as pessoas saiam renovadas, confiantes e mais felizes. Outras vezes quando percebia uma pessoa estressada, com problemas, oferecia-lhe uma semente e geralmente lhe dizia: -Guarde esta semente. Como pode ver ela é uma árvore em potencial. É só plantá-la e cultivá-la com carinho e principalmente não deixar de observar tudo o que acontece com ela, pois essa é uma das formas de protegê-la. Incrível, mas com esta simples atitude a pessoa envolvida em cuidar da planta deixava de lado os seus problemas e se curava de tudo que a incomodava. E assim seu Zezé da praia vivia a sua vida, quase na solidão, mas sempre rodeado de pessoas no verão e de conchas e sementes no inverno. Certo dia, num fim de tarde, seu Zezé estava andando pela beira da água pensando na vida, como era de costume, quando viu uma luz estranha vindo do fundo do mar. Curioso, entrou um pouco mais na água e foi até onde a luz era mais visível e esticou a mão até o fundo da água para pegar "a coisa" luminosa, mas a retirou rapidamente assustado; -O que será isso? Nunca vi nada igual?! Mas a curiosidade foi maior e seu Zezé pegou "aquilo" de dentro dentro da água com cuidado. Era uma concha azul muito bonita; azul claro, bem diferente de todas as que ele já vira. Era do tamanho da palma da mão e de formato oval. Aflito, e de maneira instintiva, teve vontade de jogá-la de volta ao mar, mas ela se abriu e do seu interior saiu uma luz azulada intensa como a luz do luar, que nos fascina e deixa extasiados. Seu Zezé a fechou ligeiro e jogou-a de volta ao mar enquanto um arrepio lhe percorreu a espinha causando-lhe um calafrio violento no corpo todo, mas não conseguia sair do lugar. Ficou parado olhando a concha azul ir mergulhando devagar, ainda iluminada como se estivesse hipnotizado. Virou-se então para sair dali o mais rápido possível, dando passos largos pela água rasa, quando ouviu uma voz clara e macia que o fez paralisar no lugar assustado; -Não tenha medo, não vou lhe fazer mal... -Quem é você? Ou melhor; o que é você? Oh, meu pai, já vivo falando sozinho e agora as conchas é que falam comigo. Saiu correndo na direção do seu rancho de canoa onde morava e se ajoelhou diante de uma cruz de madeira tosca decorada com conchinhas, e começou a orar com fervor pedindo que lhe livrasse desse mal, da loucura que estava acontecendo com ele. Tomou água da moringa, pegou a canoa e arrastou-a para o mar. Era o que fazia quando estava nervoso. Acomodou-se nela e saiu remando como louco em direção ao horizonte, um pouco antes dele, na ilha em frente a praia. Quando mais remava mais tinha a sensação de que a concha azul o seguia. -Ó meu pai! O que será que está acontecendo comigo? Remou até a ilha que ficava em frente a praia, desceu e puxou a canoa para a areia. Começou a andar desesperado de um lado para o outro. Já ia anoitecer logo e ele não sabia o que fazer, precisava voltar, mas estava com medo. Não sabia nem de quê, mas estava, com medo. Foi até a canoa, entrou nela, pegou o remo e voltou para o mar. Quando olhou para o fundo da canoa lá estava ela, a concha azul, linda e iluminada. -Cococmo você veio parar aqui? -Ora, você ainda não percebeu que eu agora lhe pertenço? Sou sua! Você foi o escolhido... -Mas eu não quero conversar com conchas. Imagine só se alguém sabe disso?! Vão me chamar de maluco. -É claro que não vão! Você pode me mostrar para quem você quiser, mas só você pode me ouvir. -Pior ainda! Imagine eu, um homem velho, conversando com uma concha! E que tipo de conversa eu teria com você? Ai meu pai, como posso estar falando com essa criatura? E ainda discutindo? Eu que larguei minha vida na cidade para não enlouquecer, para sair daquele mundo louco, para encontrar a paz, o sossego, agora estou aqui falando com uma concha, e o pior ; ela é que fala comigo. Mas o que é isso, meu pai? -Ora, você sabe que nada acontece por acaso. Já estava escrito nas estrelas que tudo isso iria acontecer. Esse foi o segundo passo do programado. O primeiro foi você ter deixado tudo para trás e vir morar aqui, ter vindo para cá. Agora vamos ao terceiro passo: -Terceiro passo? A gente fica louco passo a passo? Em quantos passos a gente alcança o hospício? Por incrível que pareça a concha azul riu tanto do que ele falou, que estremecia, vibrava como um celular e piscava aquela luz que vinha dela, parecendo um anuncio luminoso, o que o deixou mais irritado ainda. Então ela acalmou-se e falou: -Veja bem, você não é obrigado a fazer nada do que vou lhe dizer, mas pense que isso é um compromisso que você assumiu antes de nascer, e aceitar vai fazer toda a diferença. Mas se não quiser, vai sofrer as consequências da sua desistência, infelizmente. -E ainda mais essa! Uma concha que faz chantagem... A noite já ia alta e eles continuavam conversando à porta do rancho. Nestas alturas seu Zezé tinha se conformado em não correr mais da concha azul, tinha até acostumado com a idéia de uma concha falante, e como era falante!
Com certeza naquele dia ele havia apanhado muito sol, estava com insolação, febre e delirava. Esperava acordar logo e sair daquele pesadelo.
E a concha azul continuava a falar...a falar... não parava de falar... -É mulher essa concha! Só pode ser...não para de falar... - pensou enquanto fechava os olhos para tentar dormir e acabar com aquilo, mas antes de deitar ainda ouviu: -Ah, devo lhe informar que leio pensamentos. Quando você se acalmar vai também ler os meus, aí começaremos nosso trabalho. -Trabalho?Que trabalho?
Levantou de novo, mais irritado ainda.
- Já sou aposentado e não é uma concha maluca que fala e lê pensamentos que vai agora ser o meu patrão, tá? -Mas que homem rebelde!? Paz e Amor, meu amigo; Eu falo de um trabalho que é mais que um trabalho, é uma missão. Posso garantir que você vai gostar. -Missão???! -Isso mesmo, missão. -Ora, deixa de conversa fiada, de papo furado, de conversa mole, que eu vou dormir. Você, se quiser, que passe a noite aí falando sozinha. Dizendo isso deitou-se na rede e dormiu em seguida. Quando acordou achou que tinha sonhado tudo aquilo, quando a viu ao lado da moringa de água a concha azul, e era capaz de jurar que ela sorria. -Meu pai... então não foi delírio, febre ou pesadelo? Aconteceu mesmo, de verdade? -Bom dia, meu amigo Zezé da praia. Respire fundo e dê bom dia ao sol, que nos aquece e nos dá vida e vamos à nossa missão. Seu Zezé levantou os braços para cima e falou: -Eu me rendo! Eu me rendo a essa loucura, que pelo menos não dói. Vamos a missão. Conte-me tudo e não esqueça nada, minha linda e azulada amiga... -Olha a ironia, meu amigo, olha a ironia. Vamos falar sério, é o seguinte:
Eu sou uma concha "soldado" das muitas que aparecerão pelo mundo daqui para frente. Fomos selecionadas após um grande congresso formado para estudos de preservação da vida no mar. De tempos em tempos, fazemos contacto com pessoas especiais que foram escolhidas ainda no nascedouro e explicamos os nossos planos. Como você sabe a vida no planeta terra tem início no mar. Nem o mais pretenso inteligente homem, avaliou até agora a importância do mar para a sobrevivência da humanidade. Só que quanto mais o homem pensa que sabe, mais ele destrói o meio ambiente. Agora o Congresso das Profundezas do Mar está seriamente preocupado, pois o mar está virando uma imensa lixeira, sendo destruido grande parte da flora e fauna marinha. Até o lixo atômico é jogado nas profundezas dos oceanos. -É estou sabendo... e o pior é a gente assistir a tudo isso e não poder fazer nada... Falou com profunda e sincera tristeza. -Agora você pode sim, e esta é a sua missão. É correr o mundo a pé, de canoa, trem , avião ou o que for, do jeito que der, quiser e puder, e avisar as pessoas, conversar com as crianças, nas escolas, nas ruas, nas praças onde tiver crianças e falar para elas da importância do mar, dos rios, dos oceanos para as nossas vidas. Toda a água deve ser respeitada como VIDA para todos os que vivem na terra.
Aos homens do poder, só nos resta lamentar, porque pouco fazem para preservação do planeta, mas as crianças são a nossa esperança. Elas aprenderão desde agora a preservar o mar e as águas, pois deles dependerá o futuro de TODOS. Eu lhe acompanharei na sua jornada.
Algum tempo depois, no páteo de uma escola, sentado no chão, rodeado de crianças de todas as idades, um homem com uma mochila cheia de conchas, seixos e sementes, contava histórias, sempre falando das maravilhas e da importância da àgua do mar e dos rios, para a sobrevivência do ser humano, enquanto mostrava uma concha especial, de cor azul claro, que guardava no seu interior o barulho do mar. Elas a colocavam no ouvido e ficavam maravilhadas ouvindo o som das ondas dos oceanos. Assim ele as convidava a cuidarem do mar que é de todos; a serem guardiãs das águas, ensinando os adultos a não poluir, não jogar lixo nos rios e lagoas, não jogar lixo atômico nos oceanos.
Cuidar do mar com amor de verdade. Depois calmamente, ele guardou todas as suas cochas e seguiu o seu destino; o de guardião do mar.
FIM
Esta história tem os direitos registrados na Biblioteca Nacional

sábado, 10 de outubro de 2009

Deu Zebra

Deu Zebra!!!
Uma senhora, amiga da minha sogra, certo dia de visita me contou esta história incrível.
Ela contou que os familiares dela eram fazendeiros há muitas gerações e alguns ainda moravam numa fazenda, cujo dono foi o bisavô dela, e agora só alguns tios é que mantinham a propriedade. Eles eram de uma família numerosa, como antigamente era a maioria das famílias. Um pouco por não conhecer métodos anticoncepcionais, outro porque no começo do século passado, nem se cogitava ainda da pílula e também porque viam nos filhos mão de obra para tocar o trabalho nas terras.
Mas contei tudo isso para chegar no assunto que interessa.
Naquela fazenda, no tempo ainda do bisavó dela, fazia parte dos agregados da fazenda um homem pra lá de bronco, grosseiro mesmo, mas de extrema confiança. Tanto que era comum manda-lo entregar o gado vendido e receber o dinheiro, pagar alguma compra e tudo mais. Ou ainda outras tarefas na cidade, como comprar remédios, falar com o médico sobre as doenças de alguém e ele levar o remédio com a recomendações necessárias. E para tanto, como tudo era longe geralmente ele pernoitava na cidade só voltando um ou dois dias depois de cumprir o que foi fazer.
Após o nascimento de uma prima dessa senhora, amiga da minha sogra que me contou a história, mandaram o tal homem, o agregado, para a cidade entre outras coisas para registrar a menina no cartório. Para tanto levou um papel rabiscado, com o nome do pai e da mãe, e o dia do nascimento da criança que deram o nome Mariailda.
O homem foi, fez o que precisava e voltou dois dias depois, já que ia em lombo de cavalo.
Quando ele chegou procurou o patrão e entregou o registro para o pai da criança que o meteu entre os seus papeis e continuou seu trabalho. E ninguém mais falou nisso.
Um tempo depois o agregado morreu e muitos anos depois, morreu também o dono da fazenda, o pai da menina e de mais dez irmãos, ela era a caçula. Abriram o inventario e qual não foi a surprêsa de todos ao se darem conta que não constava o nome da filha mais moça a Mariailda. Imagine só; ser uma das herdeiras da fazenda e não constar como pertencente a família e não existir para receber a sua parte. De tanto procurarem entre os papeis guardados encontraram um registro de nascimento em nome de Mariazinha da Silva, cujo pai era o tal agregado que ja tinha até falecido, faz tempo.
Provavelmente perguntaram o nome dele na hora de registrar, sem se darem conta que não era ele o pai da menina.
Como a cidade próxima era bem pequena, com a ajuda de algumas pessoas, vieram a saber que o homem todas as vezes que vinha até a cidade tomava um porre de cair e daquela vez provavelmente não foi diferente. O que aconteceu foi que possivelmente ele perdeu o papel com os nomes, aí registrou a menina com qualquer nome.
Dali em diante ela se tornou filha registrada daquele homem, que nem sabiam mais quem era. Como naquele tempo, metade daquelas pessoas (ou+) era analfabeta, estudavam lá na fazenda mesmo, só para saber escrever o próprio nome, nem tinham documentos, nasciam e morriam sem registro, ninguém teve a curiosidade de conferir o registro de nascimento que o pai dela guardou em qualquer lugar e só foram se dar conta muitos anos depois. É mole?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A escolha de cada um

Essa história se passou muuuiiiiiiiito antigamente.
Meus pais, quando casaram foram morar na casa de meus avós e minha tia ainda solteira, irmã do meu pai. Essa minha tia era noiva e estava se preparando para casar, noivados longos, aqueles de antigamente. Quando meu irmão mais velho nasceu era a gracinha e o dodói da família. Muito inteligente, esperto, e como toda criança na primeira infância, também muito arteiro.
Quando meu irmão estava com aproximadamente quatro anos, talvez menos, minha outra irmã ja tinha até nascido, a minha tia marcou a data do casamento e aí começaram finalmente os preparativos para o grande dia.
A festa foi em casa, como era o costume, e com tudo que tinha direito; Bolo grande e alto, muitas flores, muitos convidados, os presentes e aquela animação natural de uma festa de casamento. Lá élas tantas, alguém pergunta pelo meu irmão e começou aquela aflição, aquele zunzunzum, pois um achava que o outro estava olhando e na verdade ninguém estava cuidando da criança.
Minha mãe começou a chorar com medo de terem roubado o seu menino (naquela época já se roubava criancinhas). Meu pai e outras pessoas que estavam na festa, até o noivo, se espalharam pela redondeza perguntando se alguém tinha visto um menino lourinho, com quatro anos, mas ninguém tinha visto. Procuraram pelos quintais das casas de conhecidos e desconhecidos, até que meu pai, indo de casa em casa, chegou ao final da rua, onde estava acontecendo um velório bem movimentado, naquela época os velórios aconteciam nas igrejas ou na casa da pessoa, pois não existiam ainda as capelas funerárias, e para sua surprêsa de todos, meu irmão estava bem quietinho sentado numa cadeira ao lado do caixão do defunto...

Como anda o coraçãozinho

Gente♥, depois que eu falei aqui que o meu coraçãozinho que bate-bate anda falhando, muitos têm telefonado ou me mandado email querendo saber como andam as coisas. Pois bem, por enquanto estou na fila, o aparelho do hospital PUCC está na revisão, ainda bem, quer dizer que ele vem arrumado e conferido, pelo menos é o que espero em se tratando do SUS. O Hospital e o corpo Médico foram muito bem recomendados, diga-se de passagem. Mas com certeza tudo correrá como o combinado de antes de eu nacer com o meu responsável e não tem que reclamar, são contratos pétreos. Mas penso que ainda tenho caminhos pela frente ( as vezes penso que seria bom, sair de fininho, assim como quem não quer nada...à francesa...)... Mas acho que ainda não acabei o que me propus a fazer aqui...por enquanto estou só enrolando...enrolando, mas se o gongo bater, posso sair dando tchau para todos e mandar beijinhos, pois valeu muito a pena, com certeza.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Atletismo em coqueiro

Mais uma história que ouvi por ai... Durante certo tempo eu fazia aulas de pintura num ateliê bem no centro, para onde convergiam de várias partes da cidade, alunas que na maioria era de classe social um pouco mais abastada, falando português claro: dondocas. Mas isso não impedia de nos (eu e outros pobres) nos entrosarmos muito bem. Mas tinha duas alunas "emergentes" que comprimentavam todos muito sorridentes, muito bem, mas permaneciam quase isoladas do resto do pessoal, conversando baixinho, o tempo todo entre elas sem se envolverem nas outras conversas. Certo dia, uma chegou um pouco mais tarde e quando se encontraram cochicharam alguma coisa e cairam na gargalhada sem parar, causando até um certo constrangimento em nós outros alunos presentes na sala. Elas olhavam uma para outra e não conseguiam parar de rir. E ai todos paramos e ficamos olhando as duas rirem, até que se acalmaram e uma delas começou a contar. Contou-nos que moravam num condominio grande e quase ao lado da casa dela (da que estava contando) morava uma visinha que "se achava". Não falava com quase ninguém, tinha um ciúme tão doentio pelo marido que chegava a leva-lo aos beijos até a frente da casa, no carro, e tantas vezes quantas ele saísse. Era um dengo para cá, um dengo para lá... Faziam cenas de ciúme um para o outro em público e por aí vaí... Só que este final de semana ele, "o dengo", viajou a "negócios" com um amigo e foi para um baita resort levando uma garota de programa. Chegando lá, não contente com o que tinha ao seu dispor, resolveu a ilustre criatura, subir num coqueiro de sunga, é claro, para impressionar a garota, afinal ele era o "bom" e tinha que mostrar que era mesmo. pois bem, ele conseguiu subir o suficiente para descer com tudo, em alta velocidade, deixando no coqueiro o próprio couro, literalmente. Resultado; Foi trazido para casa (e entregue para a ciumenta mulher ) pelo amigo e também vizinho, seu cúmplice, depois de ser atendido num hospital. Voltou para casa completamente esfolado entre as pernas, sendo quase castrado por ele mesmo. Bom, essa história, as duas souberam pela empregada do amigo que foi junto e o trouxe de volta, que contou para a empregada de uma delas e é claro que antes do meio dia o condominio inteiro ja tinha conhecimento da façanha do "atleta de coqueiro"...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Justiça mesmo que tardia

Ésta é mais uma das historinhas que tenho para contar....
Certo dia, há muitos anos atrás, fui visitar uma amiga e la estava entre outras pessoas um cunhado dela, tomando café confortavelmente instalado e visivelmente bem humorado. Era uma pessoa comum, dessas que passa desapercebida na multidão, mas fala pelos cotovêlos, cheio de assunto.
La pelas tantas ele começou a contar o que aconteceu com ele naquela semana, o que nos fez dar boas risadas, apesar da seriedade do caso e guardar a historia no meu caderninho.
Ele trabalhava há muitos anos no necrotério da Funerária da Prefeitura, que atendia a todos os sepultamentos da cidade, inclusive arrumando e vestindo os mortos. Pois ele nos contou que tinha acabado de resolver um problemão na vida dele, que estava muito feliz naquele dia e até aliviado. Mas ainda estava muito aborrecido com uma filha que só dava trabalho para ele, é que a "sem vergonha" da menina (usou de um belo palavrão para se expressar) tinha se apaixonado por um marginal, bandido, traficante e tudo de ruim numa pessoa só, e se não bastasse, ainda tinha ido morar lá no "muquifo" do rapaz no meio da favela entre traficantes e gente da pior espécie. Ja estavam juntos há algumas semanas quando o rapaz foi assassinado na porta do barraco dele, diante da garota num tiroteio de cinema. Um tragédia só. Ele, o pai, quando soube ficou aliviado porque o "desgraçado" (como ele se referia ao rapaz) tinha "batido com as dez", e desesperado pensando na filha e como tirá-la de lá, pois não é qualquer um que entra lá no meio deles, e ainda pensando em como trazer a filha de volta, andava de um lado para o outro desesperado até que a própria veio bater em casa (para alegria de todos). Mas para não dar-lhe uma surra, que éra o que merecia trancou-a no quarto até a raiva passar e o sangue decer (palavras dele). De madrugada, no plantão do amigo dele, chegou o corpo do bandidão para preparar para enterrar. O amigo, solidário com a sua dor, ligou para ele contando que estava lá, diante do "desgraçado", e achou por bem avisar para garantir que ele estava "bem morto".
Ai ele não aguentou, se vestiu e foi até o necrotério onde estava o corpo do marginal, chegou lá e foi arrancando a roupa dele toda deixando-o nú em pelo e deu-lhe uma surra de cinta (!!!) ... Uma surra de cinta no defunto, sim senhor e sim senhora, inacreditável, mas verídico. Ouvi da boca do próprio maluco que fez isso.
-"pra ele aprender a nunca mais mexer com a filha de ninguem"... falou completando a história.
Pode uma coisa doida dessas? Seria cômico se não fosse trágico.
Pois é, aconteceu, e eu ouvi do próprio autor do acontecido que dali a pouco se despediu e foi dar plantão no necrotério, foi trabalhar mais uma noite, feliz da vida e vingado...

sábado, 3 de outubro de 2009

Nem um curral

De vez em quando me vem à lembrança alguns episódios da minha vida (como todo mundo, é claro) e hoje não sei porque, me lembrei de algumas coisas interessantes que ouvi da família do meu marido.
Era um daqueles inesquecíveis almoços de domingo em que a maior parte da família se reúne alegremente ao redor de uma mesa farta e depois de uns copos de vinho, se fala bem e mal da parentada, e não me venham dizer que na família de vocês não acontece isso, porque acontece sim, e se você tiver espírito de escritora guardará com carinho as velhas histórias para colocar no blog e relembrar das boas risadas que a história proporcionou, que é o que estou fazendo aqui hoje. Este é um caso que ouvi várias vezes de um parente, acho que era tio de minha sogra, que tinha uma propriedade rural da qual e na qual vivia, e fora dela nada mais importava. Era um homem rude e sem papas na lingua. Falando claramente: era curto e grosso. Quem não gostasse que se retirasse, era o seu lema. Não "tava" nem ai...
Já postei este caso num outro blog que tive, só de casos que ouvi por ai, mas depois "cansei" (aff) e "desliguei" o tal blog, agora fui lá buscar a história que eu particularmente acho muito engraçada, imaginando a cena acontecida em meados do século passado, onde as pessoas eram pudicas (essa é nova) e cheias de fricotes, no comportamento social e revalorizavam por demais qualquer título, já que estudar era para poucos.
Certo dia, veio da capital uma família de amigos; pai, mãe e uma filha, "moça prendada e casadoira" para visitar a família do velho italiano.
La pelas tantas, fazendo sala como convinha, a educada senhora dona da casa reunida com mais algumas pessoas da família, conversavam entre café e biscoitinhos quando veio lá de fora o velho parente, dono da casa e todos começaram a elogiar a moça, filha do casal, enumerando as prendas, estudos etc da moçoila; e era aquela admiração geral, até que alguém dirigiu-se a ele, ao velho italiano, reforçando e contando que ela era moça muito prendada, muito inteligente, formada na escola de moças, professora e coisa e tal... quando o velho pigarreou e com ar de superioridade falou com todas as letras lindamente:
-Bella aroba, essa aí! Aposto que nem sabe fazer um curral...
E acabou com a prosa e com a visita, é claro...