sábado, 3 de outubro de 2009

Nem um curral

De vez em quando me vem à lembrança alguns episódios da minha vida (como todo mundo, é claro) e hoje não sei porque, me lembrei de algumas coisas interessantes que ouvi da família do meu marido.
Era um daqueles inesquecíveis almoços de domingo em que a maior parte da família se reúne alegremente ao redor de uma mesa farta e depois de uns copos de vinho, se fala bem e mal da parentada, e não me venham dizer que na família de vocês não acontece isso, porque acontece sim, e se você tiver espírito de escritora guardará com carinho as velhas histórias para colocar no blog e relembrar das boas risadas que a história proporcionou, que é o que estou fazendo aqui hoje. Este é um caso que ouvi várias vezes de um parente, acho que era tio de minha sogra, que tinha uma propriedade rural da qual e na qual vivia, e fora dela nada mais importava. Era um homem rude e sem papas na lingua. Falando claramente: era curto e grosso. Quem não gostasse que se retirasse, era o seu lema. Não "tava" nem ai...
Já postei este caso num outro blog que tive, só de casos que ouvi por ai, mas depois "cansei" (aff) e "desliguei" o tal blog, agora fui lá buscar a história que eu particularmente acho muito engraçada, imaginando a cena acontecida em meados do século passado, onde as pessoas eram pudicas (essa é nova) e cheias de fricotes, no comportamento social e revalorizavam por demais qualquer título, já que estudar era para poucos.
Certo dia, veio da capital uma família de amigos; pai, mãe e uma filha, "moça prendada e casadoira" para visitar a família do velho italiano.
La pelas tantas, fazendo sala como convinha, a educada senhora dona da casa reunida com mais algumas pessoas da família, conversavam entre café e biscoitinhos quando veio lá de fora o velho parente, dono da casa e todos começaram a elogiar a moça, filha do casal, enumerando as prendas, estudos etc da moçoila; e era aquela admiração geral, até que alguém dirigiu-se a ele, ao velho italiano, reforçando e contando que ela era moça muito prendada, muito inteligente, formada na escola de moças, professora e coisa e tal... quando o velho pigarreou e com ar de superioridade falou com todas as letras lindamente:
-Bella aroba, essa aí! Aposto que nem sabe fazer um curral...
E acabou com a prosa e com a visita, é claro...

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