Por conta de uma conversa que tive aqui em casa, me veio à lembrança a famosa "Cartilha do Lula" dos termos politicamente corretos.
Como isso aconteceu em 2005, fui procurar no Google e me diverti relendo os absurdos que circularam na época a respeito. Vou transcrever alguns trechos só para ver o quanto somos irresponsáveis (todos indistintamente) pelo que falamos e escrevemos o tempo todo, imagine o que pensamos e fica só nos escaninhos do cérebro?
E como poderíamos de repente mudar todo um linguajar natural de um povo, um modo informal de falar, num país naturalmente debochado, que faz piada de tudo e de todos, e ainda ri de si mesmo? Imagine o ridículo (caríssimo, por sinal, financeiramente falando= 30 milhões de reais) de se fazer uma lista de imprecações e impropérios proibidos?
Precisaríamos andar com a dita cuja no bolso, para tirar dúvidas caso viesse à baila, uma expressão considerada esdrúxula e que denegrisse o carater ou a aparência de ilustre conterrâneo?
Segue abaixo uns pedaços de notícias capturadas aleatóriamente só para relembrar o que seria cômico se não fosse trágico.
Por decisão do Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fica suspensa por enquanto a distribuição da Cartilha do Politicamente Correto.
A cartilha foi elaborada pelo Secretaria Nacional de Direitos Humanos e procurava banir o uso de palavras consideradas ofensivas.
Os criadores da cartilha defendem-na e dizem que o objetivo é apenas tirar de circulação termos que são discriminatórios contra negros, mulheres, homossexuais, portadores de deficiência física e outros grupos sociais.
Alguns vocábulos citados na cartilha:
Coisa ficou preta: forte conotação racista contra os negros, pois associa o preto a uma situação ruim.
Anão: são vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre serem considerados engraçados. Não há nada especialmente engraçado. O fato de ser anão não afeta a dignidade.
Baianada: atribui aos baianos inabilidade no trânsito. É um preconceito de caráter regional e racial, como os que imputam malandragem aos cariocas, esperteza aos mineiros, falta de inteligência aos goianos e orientação homossexual aos gaúchos.
Barbeiro: xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelo e aparar a barba.
Beata: deprecia mulheres que vão com muita freqüência à missa.
Cabeça-chata: termo insultuoso e racista dirigido aos nordestinos, cearenses em especial.
Comunista: contra eles foram inventadas calúnias e insultos, para justificar campanhas de perseguição que resultaram em assassinatos em massa, de caráter genocida, como durante o regime nazista na Alemanha.
Funcionário público: depois de sistemáticas campanhas de desprestígio contra o serviço público, os trabalhadores dos órgãos e empresas públicas preferem ser chamados de servidores públicos, para enfatizar que servem ao público mais do que ao Estado.
Homossexualismo: é mais adequado usar homossexualidade. Homossexualismo tem carga pejorativa ligada à crença de que a orientação homossexual seria uma doença, uma ideologia ou movimento político.
Ladrão: termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos tem viés classista.
Negro: a maioria dos militantes do movimento negro prefere este termo a preto. Mas em certas situações as duas expressões podem ser ofensivas. Em outras, podem denotar carinho nos diminutivos neguinho ou minha preta.
Palhaço: o profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma terceira pessoa a quem se atribui pouca seriedade. Sapatão: usada para discriminar lésbicas,mulheres homossexuais. Entendidas e lésbicas são termos mais adequados.
Veado: uma das referências mais comuns e preconceituosas aos homossexuais masculinos. Expressões adequadas são gay, entendido e homossexual.
Xiita: um dos ramos do Islamismo se tornou no Brasil termo pejorativo que caracteriza militantes políticos radicais e inflexíveis.
Aidético: o correto é HIV positivo ou soropositivo para quem não apresenta os sintomas, e pessoa com Aids ou doente de Aids, para quem apresenta.
Anão: vítimas de um preconceito peculiar: o de sempre seremconsiderados engraçados.
Barbeiro:xingamento para motorista inábil. Ofensiva ao profissional especializado em cortar cabelos e aparar barba.
Comunista – contra eles foram inventadas calúnias para justificar campanhasde perseguição que resultaram em assassinatos em massa, como durante onazismo na Alemanha.
Farinha do mesmo saco:com expressões como "todo político é ladrão"e "muçulmanos são terroristas", ilustra a falsidade das generalizações, basedos preconceitos.
Ladrão: termo aplicado a indivíduos pobres. Os ricos são preferencialmente chamados de corruptos, o que demonstra que até xingamentos têm viés classista.
Palhaço: o profissional que vive de fazer as pessoas rirem pode se ofender quando alguém chama de palhaço uma pessoa a quem se atribui pouca seriedade."
Depois queremos ser um pais sério...não sei se escrevo "por que?... ou "para que?"....
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