segunda-feira, 29 de abril de 2013

Aprendi no Evangelho

                          Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras

21. Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

Ao mesmo tempo que consola, a saudade sangra o coração, afinal somos humanos.

domingo, 28 de abril de 2013

Consolação

                                                                        Consolação
 " A morte prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai, sendo assim preservado das misérias da vida ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra."
Viver na Terra, sempre se corre o risco de cair de novo nos mesmos erros e equívocos do passado, e é por isso que é sempre grande a possibilidade de novos débitos. Aquele, pois, que parte mais cedo, já cumpriu o que deveria e poderia nessa existência, segundo as leis sábias do Pai. Parte para, no plano espiritual, continuar seu aprendizado para novas experiências existenciais, mais adequadas às suas necessidades.
           Estamos todos sujeitos às leis perfeitas e sábias que nos dão, exatamente, o que precisamos e podemos receber para nosso progresso espiritual: uma longa ou curta existência, maiores ou menores desafios, mais ou menos dores, sempre de acordo com nossas necessidades e possibilidades de enfrentar e vencer.
           O objetivo de cada existência é sempre o progresso do Espírito, que continuará sendo feito também no plano espiritual. Encarnar-se ou desencarnar-se é o mesmo fato que se repete infinitas vezes durante o desenvolvimento do Espírito. No primeiro, renasce-se no plano material, no segundo, renasce-se no plano espiritual.
           Em ambos os planos, podemos nos encontrar com os que amamos.
           Por que lamentar tanto a partida de entes queridos jovens, se eles já não têm a necessidade de aqui permanecer mais tempo nesta existência? Quem somos nós para julgarmos a lei divina? Que sabemos nós do que seja melhor para eles?
           Sintamos saudade, esse sentimento doce, que nos faz ter sempre presente, na mente e no coração, o ser amado que partiu e nos espera em nova dimensão; continuemos procurando fazer o melhor para os que convivem conosco, amando-os, servindo-os, auxiliando-os a aproveitarem o mais e melhor possível as experiências do viver na Terra, certos de que, um dia, estaremos libertos da dor da separação, porque, então, não haverá limitações físicas e espirituais entre os que se amam.
           Aquele que não conseguiu ainda enxergar a vida após a morte do corpo físico, que não consegue ver Deus em si e ao seu redor, que vê somente a vida orgânica e material, esse pode ver a morte como uma separação eterna e sofrer com ela.
        O espiritualista, principalmente o espírita, que sabe que a alma vive melhor, liberta do corpo físico, que a separação é apenas material, que pelo sentimento e pelo pensamento estamos ligados aos habitantes do plano espiritual, esse, não pode entregar-se ao sofrimento da morte e, se o faz, demonstra a si próprio, que sua fé em Deus e nas Suas leis é frágil e superficial, necessitando estudos e reflexões sobre a vida e os seres.
           Assim, não lamentemos os que partem jovens, resignemo-nos às leis de Deus, que quer o melhor para seus filhos. Não pensemos no que eles poderiam fazer na Terra, visto que nossa visão ainda é muito estreita, geralmente ditada pelos sucessos materiais e entreguemo-los ao Pai, de onde vieram.
          Pensemos nos jovens que partiram, com amor, com saudade saudável, desejando a eles tudo que necessitam para sentirem-se felizes onde estiverem, confiantes de que somos todos filhos de Deus e ninguém está jamais só e desamparado.
(Este texto é de autoria de Leda de Almeida Rezende Ebner e corresponde ao meu pensamento)