Quando ainda morava em Floriaópolis eu assinava o Jornal Diário Catarinense e costumava lê-lo no café da manhã para me inteirar dos acontecimentos logo cedo, mesmo não deixando de ouvir a Rádio CBN, que se completavam em informações. Foi daí que conheci o obtuário do jornal (nunca soube quem o escreve), mas posso garantir que o obituário do Diário Catarinense é um capítulo a parte em se tratando de informação bem escrita. É impressionante a quantidade de informações e a maneira "intima, quase romântica" com que o colunista fala do falecido (a). Ele passa informações que garanto a maioria dos vizinhos de quarenta anos de cerca, lado a lado, não sabia.
A primeira vez que me deparei com a coluna, fiquei abismada ao ser informada que a morta de 93 anos(!) era "assídua frequentadora da praia de Canasvieiras" (!!)
Por conta dessa curiosidade, passei a acompanhá-la e me "divirto" com as particularides dos mortos (!?) que a coluna informa, da maneira que informa. Então passei a ser admiradora de carteirinha dessa coluna (de verdade) e vou repassar a de hoje aqui abaixo, com todo o respeito:
Setembrino de Almeida Mendes - Morreu no Hospital Santa Catarina, no último dia 11. Duas semanas antes, ele havia sofrido um infarto e ficou internado, em Lages, sua terra natal. No dia 9 deste mês, foi transferido para Blumenau porque precisava passar por uma cirurgia. Mas não deu tempo. Aos 84 anos, deixou saudade em oito filhos, 18 netos e cinco bisnetos. Mendes sempre trabalhou como funcionário público. O aposentado é lembrado pela neta como um homem de bem com a vida e alegre, gostava de estar com a família, de pescar e de conversar. Ultimamente, passava os fins de semana na chácara ou na casa de praia da família, em Canto Grande, município de Bombinhas. O sepultamento foi no Cemitério Cruz das Almas, em Lages.
Leocadia Sadisnski Orzechowski - Passou os últimos quatro anos de vida lutando contra doenças, entre elas, um tumor no cérebro. Ficou em coma durante um ano. Quem cuidava dela era a filha Maria Günter, em sua casa, no Bairro Costa e Silva, em Joinville. Maria conta que sua mãe sofreu muito. Ela morreu no dia 12 deste mês, aos 87 anos, no Hospital Bethesda, em Joinville. O enterro foi no Cemitério de Rio Branco, em Guaramirim. Filha de poloneses, Leocadia nasceu na localidade de Jaguaçu, município de Massaranduba. Os pais tinham sítio e ela trabalhava na roça, plantando arroz, banana e criando animais. Casou com João Orzechowski, com quem teve oito filhos. Duas filhas são gêmeas. Com a morte do marido, aos 62 anos, Leocadia vendeu a propriedade em Massaranduba e mudou-se para perto dos três filhos, em Jaraguá do Sul, mas em sua própria casa. Com problemas de saúde, resolveu morar com a filha. A vida na roça era cheia de dificuldades. Maria contou que todos os filhos trabalhavam para ajudar a família. Antes de adoecer e já aposentada, Leocadia procurava levar uma vida alegre. Participava de clube de idosos, em Jaraguá do Sul, e passeava bastante.-->
Honorio Dalpiaz - Foi um exemplo de vida para a família. Apesar de falar pouco e do jeito reservado, foi um homem sempre correto e suas ações diziam muito, lembra o filho Unírio. Nasceu em Rio dos Cedros, mas morava, há 45 anos, em Timbó, onde trabalhou como alfaiate e industriário. Depois de aposentado, gostava de ficar em casa. Assistia televisão e lia bastante. Também visitava os parentes com frequência, com quem gostava de passar o tempo. Se dava bem com todos na Vila Germer. Aos 80 anos, ele morreu no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, depois de passar por cirurgia de vesícula e ficar 17 dias na UTI. Deixou saudade em nove filhos, 17 netos e dois bisnetos. O sepultamento ocorreu no Cemitério Jardim da Paz, em Timbó.
Não é o máximo? Eu acho.
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