Meu neto é um gato!
Muitas pessoas elegem o cão como o melhor amigo. Mas posso garantir que bichanos fofos também o são. Tenho seis netos crianças de várias idades desde adolescente como a Bruna e a Laura, depois os meninos Gustavo e Pedro e por último nasceram Ana Flora e Ana Júlia com 3 e 1 ano e meio. Todos lindos, amorosos e muitos fofos. Sou suspeita, pois como toda avó é mãe duas vezes, sou coruja duas vezes também. Adoro-os, mas o que me fez escrever minha história foi o carinho que tenho por um gato (de verdade) que também considero meu neto o Haroldo. Ele é um gato fofíssimo literalmente. É amarelo, peludo, de olhos cor de mel e muito dengoso. Minha filha Lígia, optou por não ter filhos e resolveu ter um gato. Atualmente ele deve estar com mais ou menos 8 anos de idade. Ele já é um mocinho e se comporta como tal. Come ração importada e é fascinado por uns biscoitinhos para o tártaro dos dentes que tem a capacidade de tirá-lo de onde estiver e vir correndo, só com o barulho da embalagem.
Não gosta muito de visitas o que o leva a se esconder e só sai aliviado e ainda um pouco ressabiado do seu esconderijo, quando ouve a porta se fechar e a fechadura ser trancada, garantindo o não retorno da visita (!?). Como todo gato ele tem hábitos noturnos e seu esporte preferido é o futebol. Solitário é verdade, mas a simples pelada noturna lhe mantém a agilidade necessária à sua saúde física, por sinal, muito bem controlada pela sua veterinária de confiança, que o viu nascer. Haroldo tem mais dois irmãos; o Heitor (negro) e o Horácio (branco).
Mas tudo o que escrevi sobre o Haroldo foi para contar duas atitudes dele que nos dá a total dimensão da sua amizade sincera à sua dona, e a mim, sua "avó", e também acabar com esse mito de que gato é um animal egoísta e distante. Não é assim, quem tem um gato sabe do que estou falando.
Certa vez, ha uns anos atrás, me deitei ao pé da cama de minha filha onde batia o sol da tarde e ali fiquei pensando na vida e me lembrando de alguns momentos não muito alegres, aliais de muita tristeza e comecei a chorar, mas qual não foi a minha surpresa ao sentir a língua áspera, que delicadamente começou a lamber a minha mão. Era o Haroldo; daí eu aprendi naquela hora que os bons amigos não são aqueles que festejam conosco, mas sim, aqueles que choram conosco. Chorei mais ainda com aquela atitude espontânea e inesperada, mas dessa vez sentindo a alegria de ver que não estava só, que um amigo me oferecia o seu “ombro amigo”. Não esqueço até hoje, o quão carinhoso foi o Haroldo naquele momento, “sentindo” a minha tristeza e oferecendo sua solidariedade. E o mais interessante é que ele, como todo gato, não é muito dado a demonstrações afetivas, só quando estimulados, mas sem excessos. Com a Lígia acontece o mesmo; ela trabalha muitas e cansativas horas no computador e quando ele percebe que por distração, ela não parou para descansar um pouco, ele sobe na mesa e deita-se literalmente sobre o teclado, obrigando-a a parar e dar-lhe um colo e um afago o que o faz ronronar com toda a alegria e ela aproveita para descansar um pouco. Ele é tão cheio de personalidade que nem mia; ele apenas olha o que ele não gosta (com desprezo às vezes) e sai de fininho.
É um gentleman esse Haroldo, também miar para quê? Que coisa pequena...
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