terça-feira, 13 de março de 2012

     Diário de bordo




Saí de Floripa às 19 horas do dia 11 de março de 2012 e cheguei em Presidente Prudente  por volta das 11 horas do dia 12, de uma manhã gloriosa de sol e calor, muito calor como de costume por essa região do estado de São Paulo. A rodoviária, horrorosa e sujíssima que por sinal está sendo reformada, me acolheu sem cerimonias por algumas horas.
 Enquanto aguardava o ônibus para Tupã que sairia às 13 horas, e para não perder o costume, liguei o meu criticômetro e comecei a olhar ao redor observando tudo.
A primeira coisa que vi foi esta placa com excesso de informação bem em frente a rodoviária e não pude deixar de me lembrar da Ligia.
Dali sai caminhando até a esquina que dobrei e continuei mais um pouco, foi quando  vi uma loja de máquinas de costura e com imensa alegria comprei como quem compra um perfume, a correia de silicone da minha máquina overlok. Já havia procurado perto de casa e não havia encontrado...
Nossa!!! Vim de tão longe para comprar uma correia de máquina, só eu mesma... Voltei para a Rodoviária, comprei um sorvete, fazendo questão de esquecer o diabetes e fui até uma banca e comprei Palavras Cruzadas, já que havia lido um livro todo na viagem, e voltei a esperar mais um pouco.
Às 13 horas em ponto adentrei o veiculo espacial que havia alcançado pessoalmente a lua e não havia sido desativado tal o estado do mesmo. Para quem saiu de um moderno ônibus de dois andares, tribus, sendo que a nobreza vai sobre a cabeça do súdito que o conduz, numa interessante inversão de valores, já que no tempo da carruagem o cocheiro ia sobre a nobreza acoitando os cavalos. Novos tempos.
A ventania que entrava pelas janelas quase arrancava os cabelos, abanava as orelhas enquanto fazia trepidar as bochechas.
Claro que não dá para comparar um ônibus interestadual com um intermunicipal, mas quando saimos de um e entramos no outro, é impossível não comparar. 
O corpo grita.
Como ia dizendo, a sucata da nave espacial lunar, saiu da rodoviária aos trancos, cheia de pessoas como eu, com dúzias de crianças e sacolas, encaloradas e doidas para chegar. Sem falar que eu ia de malas, bolsa e sacolas...
Corcovendo entre ruas estreitas entrando e saindo de lugares nunca dantes imaginados eu via da janela pessoas sentadas nas portas, trocando um dedo de prosa, carroças preguiçosas, tudo calmo e calorento, muito singelo.
O suor me escorria por lugares impensados...
E eu com 18 horas de estrada, ía sacolejando num banco duríssimo, numa estrada empoeirada que aguardava um maravilhoso aguaceiro para horas depois, grazadeus.
Passamos alegremente por Rancharia, deixamos alguns e pegamos outros passageiros, por João Ramalho, a mesma coisa, saíram uns e entraram outros, e nesse sai e entra, entra e sai, eu pude notar que curiosamente sete pessoas vestiam a cor roxa (!) na pequena rodoviaria de João Ramalho. Dali  continuamos  a sacolejar enquanto entramos noutra cidade, Quatá, onde contornamos a praça e passamos ao lado do Hotel Santo Sono. Adorei o nome, achei repousante, e da Madeireira Cavaco, gostaria de saber se vendem tábuas ou só cavacos. Passamos céleres pelo Bar do Galizé e ao lado da Lanchonete BrutaKão. Uma festa para os olhos.
Realmente depois dessa odisseia cheguei na casa da Andréa perto das 16 horas, feliz da vida, na cidade de Tupã, como um chapa de lanchonete, achatada, suada e assada, é mole?
 Porém muito feliz, afinal estou passeando e tudo é festa.

Um comentário:

  1. Nossa, a placa superou tudo que eu vi até agora em matéria de poluição. E os veículos espaciais não ficaram atrás....eheheheh

    Clô, fico só imaginando como você vai se divertir na Alemanha ( o lado ruim é que você não vai entender nenhuma placa). Toda vez que vejo alguma coisa curiosa em viagem, não posso deixar de me lembrar de você :)

    Beijocas e bem-vinda Floripa (quando vier) e para toda essa galera que ganhou sua visita!

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