domingo, 10 de abril de 2011

Mudando de idéia

Achei que este texto que recebi da minha amiga Sônia Porfiro tem muito a ver com o meu pensar e minhas experiências de vida. Assino embaixo.

Mudando de Idéia Sobre o Amor:



(por Kau Mascarenhas)


Um dia achei que poderia viver sozinho. “Antes só que mal acompanhado”. Tempos depois percebi que dormir e acordar sem ter em quem pensar faz nossos dias serem menos iluminados. Mudei. Trouxe alguém pro meu lado.
Um dia pensei que era maduro o suficiente para não me sentir magoado. “Sou crescido, forte e posso lidar com tudo”. Logo depois percebi que meu coração chorava e gritava; nunca foi mudo. Cresci. E na escola da emoção ainda estudo.
Um dia vi que sobre meus sentimentos eu tinha construído um escudo. “Para que me expor?” Notei aos poucos que tudo o que sinto se mostra com luz, brilho e muita cor. Evoluí. E percebi na minha transparência um grande valor.
Um dia imaginei que ter um relacionamento era causa de grande temor. “Para que devotar sentimento sem a garantia do que o outro oferece?” Logo notei que simplesmente amar já pode ser um bom ensaio. Compreendi. No puro exercício do amor a alma cresce.
Um dia acreditei que, em se tratando de amor, de nada adiantariam minhas preces. “Cuide das coisas da Terra e Deus cuidará do universo transcendente. ” Então a vida me surpreendeu premiando meu coração crente. Amadureci. Vi que uma alma em paz com o Alto atrai outro coração sorridente.
Um dia considerei que as angústias do passado sempre assombrariam meu presente. “As feridas cicatrizam mas não somem com a idade”. O amor retornou e confiei. Quando abri minha porta outra vez a cura aconteceu de verdade.
Um dia achei que somente os iguais podem encontrar, juntos, a felicidade. “Semelhante atrai semelhante”. Entretanto, de forma adorável algumas diferenças se mostraram muito interessantes. Aprendi. A construção da ponte entre os diversos é ação amorosa energizante.
Um dia ensinei que o amor ao outro era o afeto mais importante. “Ames o teu próximo como amas a ti mesmo”. Jesus, entretanto, apontava outra direção com insistência. Reconsiderei. Ele na verdade salientava a auto-estima como amor-referência.
Um dia imaginei a presença do outro como base para minha existência. “Somos metades que se completam”. A maturidade me trouxe nova percepção. Enfim compreendi. Indivíduos inteiros é que se agigantam mais facilmente em comunhão.
Um dia pensei que para ter felicidade bastaria viver uma paixão. “Quem é feliz no amor tem tudo”. Afastei-me de amizades verdadeiras para me emparedar no relacionamento. Caí. O amor não deve afastar outros amores e sim promover seu fortalecimento.
Um dia achei que amar era uma espécie de acorrentamento. "Quem ama abre mão da liberdade". Desconsiderei a expansão que só é construída quando estamos de mãos dadas. Murchei. Mais tarde renasci quando minha alma se viu com outra abraçada.
Um dia, dois dias, três dias. Um ano. Uma década. Uma vida aproveitada ou desperdiçada. Crenças sobre o amor vêm e vão, como borboletas bailando no verão. Muitas mudaram e continuam mudando, outras já são parte de nós como se fossem as raízes do nosso coração. Quando se trata de sentimento não reagiremos aos fatos e sim àquilo em que acreditamos, tenhamos razão ou não.
Que possamos exercitar flexibilidade, empatia e compaixão. Ser feliz é antes de tudo confiar e lançar-se. O amor não apenas nos convida. Ele nos grita e pede atenção. Que saibamos dizer sim a esse feliz chamado. Com muita esperança e intensa gratidão.





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