sexta-feira, 23 de julho de 2010

O cara de pau

Olhe, que eu já vi gente cara-de-pau (velha ortografia faz mais efeito), mas essa noite  foi demais.
Semana passada fui convidada a comparecer nesta quinta feira, numa casa espírita onde foi inserido um núcleo cultural sustentado pela secretaria de Cultura de SP, para crianças e jovens da região aprenderem artes de um modo geral.
Até ai nada de novo, porém como haveria uma série de apresentações de diversas modalidades como danças, número circences, e  até a musica de um argentino tocando ao violão músicas portenhas (???!), para mim pelo  menos, totalmente desconhecidas e aparentemente deslocadísismas no ambiente, não sei... pode ser que sim, pode ser que não...
Então fui ficando e me divertindo inocentemente. Tudo isso regado a suco e torradinhas com patê, para o pessoal que lá compareceu. 
Isso tudo foi acontecendo enquando aguardava-se o ponto alto da festa que seria o lançamento do livro do "convidado especial", um conhecido secretário de cultura pelo pessoal da comunidade, secretário de cultura e mais alguma coisa de São Paulo, inclusive foi a pessoa que  implantou (de longe, pois disse que era a primeira vez que visitava a cidade) aquele núcleo de cultura, ali e em todo o estado e quiçá em quase todo o Brasil, já que ele falou e leu do próprio livro uma parte que falava do Xingú, dos Irmãos Vilas Boas e mais alguma coisa que tinha a ver com indios (entendeu né? Tupã> indio > indio>Tupã?) e mais de 600 pontos de cultura abertos por ele (expressão bastante usada pela humilde criatura ao longo do discurso). Como foi explicado "modestamente" também, as entidades (pontos de cultura) recebem, graças a ele e ao governo atual, o da estrela vermelha, a verba de R$ 180 mil, sendo que em três parcelas de 60 mil reais por ano, a título de suprir as necessidades etc, etc, etc, e mais um monte de "abobrinhas". Lá pelas tantas ele até arremedou o Milton Nacimento cantando e falando algo escrito por ele no livro e confessou (valente o moço) que fez a apresentação para o próprio Milton que não gostou nem um pouco (?!) Pudera, seria de estranhar se fosse ao contrário. No final declarou-se um ex secretário de cultura, por conta da sua candidatura a deputado federal, e que gostaria de contar com o apoio de todos, pode uma coisa dessas? Uma coisa absurda dessas?Um abuso de poder escancarado desses?
Ele pegou simplesmente TODOS os pontos de cultura que ele abriu (talvez ja prevendo um futuro político) que implantou ou ...sei lá o quê, e usou do seu conhecimento e prestígio para fazer campanha!!!!!!!!!!
Ahhhhh se eu tivesse trazido ovos da festa de ontem....eu atirava nele e o botava para correr, com certeza! Sem Vergonha!!!!
Cara de pau!
Mas para não dar o evento por totalmente perdido por conta dessa figura, eu quero dizer que gostei muito da dança de um par de bailarinos modernos e da declamação pura e delicada de um poeta romântico, o Eduardo Duran que escreveu mais de 40 poesias, intituladas "O que eu escrevi para você", e leu duas diretamente do celular(Uaauu!) Tempos modernos,ora, e valeu a noite. Belas poesias delicadas e suaves contrastando com um homem jovem e enorme circunferencialmente falando.
Mais um evento na "terra do Deus do trovão", que cada dia me acostumo mais e até estou gostando cada dia mais também.

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