segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Ônibus Fantasma


                                 Ônibus Fantasma
Ontem,domingo, amanheceu um lindo dia de sol, céu sem nuvens, temperatura por volta de 15º sem ventinho e nem ventão.
Acordei cedo, para um domingo, e cada vez que olhava pela janela e ouvia os passarinhos piando lá fora ficava tentada a sair e dar uma volta para usufruir da oportunidade que o Criador me proporcionava ao me dar vida e saúde, de desfrutar da Natureza.
Pois bem, tomei Café e banho e saí na direção do ponto de ônibus que fica logo depois da esquina da minha casa respirando profundamente o ar fresco da manhã de inverno, enquanto o sol me acariciava levemente a pele. Por ser domingo já tem menos ônibus circulando e ontem parecia que estavam em greve, pois lá fiquei por "horas" aguardando um veiculo qualquer que me levasse à passeio, poderia ser uma carruagem, uma carroça ou o carro do Batman, o que eu queria era sair um pouco de casa.
Estava quase desistindo quando apareceram dois só para me afrontar, mas tudo bem, eu estava em paz e nem xinguei os deuses do transporte por isso...
Levada ao Terminal Central, onde a maioria das empresas de ônibus oferecem linhas com roteiros diversos, procurei uma das plataformas e optei, sem pensar muito, por tomar o ônibus Circular "Volta ao Morro", mais precisamente a que sai pelo lado Norte. Tem outra linha que sai pelo lado Sul e se encontram em determinado ponto.
Para quem não mora aqui é bom explicar que esta linha contorna todo o morro que se destaca e é visível em grande parte da entrada da Ilha pelas pontes.
Pois bem, este percurso leva uns 45 minutos em transito livre, um pouco mais nos dias de semana, passando pela casa do Governador, pela UFSC e segue de volta ao terminal Central.
Dito isto, volto ao ônibus:
Ao entrar percebi que só haviam mais dois passageiros sentados em lados opostos, bem no final do corredor.
Deu no relógio 10.10h saímos da plataforma.
Eu sentada na frente da catraca, com total visão à minha frente, entre o motorista e o cobrador que iam conversando animados.
Depois de uma dez paradas de ônibus sem subir no ônibus nenhum passageiro, o cobrador se deu conta do inusitado e comentou com o motorista se ele conferiu a placa do itinerário, no que o motorista confirmou que sim, havia conferido; e continuaram percebendo que mesmo passando em paradas com pessoas aguardando ninguém dava sinal para pararem. Certa hora, já encafifado com a coisa, o motorista parou e foi conferir se estava tudo certo com o ônibus e nessas alturas achei que eu é que estava sonhando e me achando num ônibus esquisitamente fantasma.
Até que transcorrido bem mais da metade do percurso, uma daquelas pessoas lá de traz, deu sinal de parada e desceu, dois pontos depois a outra pessoa também desceu. Só ficamos o motorista, o cobrador e eu naquele ônibus estranhamente vazio, continuando a estranha viagem o que já causava riso nervoso em nós três. E o pior é que eu não pretendia descer em lugar nenhum, já que apenas queria passear. Costumo fazer isso quando estou chateada ou querendo sair, passear e ver gente.
 O motorista olhava para o cobrador e para mim pelo espelho e provavelmente os dois me olhavam intrigados. 
Quando já estávamos retornando, uns dois pontos de parada antes do Terminal Central, entraram dois jovens no ônibus "fantasma" que fez  misteriosamente todo o itinerário com apenas três passageiros de ida e três de retorno sendo que uma não paga e não desce em ponto nenhum, apenas passeia...


É isso, cada um se diverte como pode, eu faço dessas coisas... :)


Um comentário:

  1. Inusitada - e de certa forma assustadora - experiência. Espero que tenha saído sã e salva desse solitário tour... Abraços, Clotilde.

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