sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Armas da Sedução

                                                Armas da Sedução
 Perivaldo contratou um técnico para trocar o motor da geladeira. Antes tivesse comprado uma geladeira nova, pois acabou perdendo a mulher para o técnico no maior descaramento.
A mulher de Perivaldo, dona Domênica, não perdia tempo. Era mulher sacudida, festeira e voluntariosa.
Queria que Perivaldo fosse mais dinâmico, mais audacioso, mas Perivaldo era daqueles que vivia e fazia tudo devagar, quase parando parecia um navegador de grandes mares, sempre com barco à favor do vento.
Já Domênica não perdia uma festa, um baile ou qualquer evento. Dançava e se sacudia o tempo todo, enquanto Perivaldo ouvia o Futebol no radinho de pilha debaixo da mangueira no quintal ou na televisão. Ele também gostava muito de ler Biografias de Santos ou de figuras ilustres. Invejava alguns pela determinação, outros pela paciência, destemor, tirania, carisma e muitos belo brilho da existência. E assim por uns momentos ele vivenciava durante a leitura  a vida dos personagens e era feliz, valente, sedutor etc...
Mas Perivaldo não era tão abstraído das coisas da vida como Domênica pensava. Enquanto Domênica dançava, ela também "dançava"; porque ele encarnando de vez em quando "Don Juan" paquerava uma certa vizinha  do bairro e muitas vezes jogaram conversa fora em algum lugar, aqui e ali, mas nada sério, só um teste de sedução para Perivaldo.
Assim quando soube que a mulher fora embora com o mecânico de geladeiras, conforme as palavras escritas e descritas no bilhete pregado no "pomo da discórdia", ou melhor, da separação, ou seja: na geladeira, ele foi andar pela vizinhança em busca de novas conquistas, pois hoje ele estava "para o crime", o da sedução, com Don Juan incorporado. Tinha certeza que ia ganhar todas.

Perivaldo, Perivaldo... 

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