Armas da Sedução
Perivaldo contratou
um técnico para trocar o motor da geladeira. Antes tivesse comprado uma
geladeira nova, pois acabou perdendo a mulher para o técnico no maior
descaramento.
A mulher de Perivaldo, dona Domênica, não perdia tempo. Era
mulher sacudida, festeira e voluntariosa.
Queria que Perivaldo fosse mais dinâmico, mais audacioso,
mas Perivaldo era daqueles que vivia e fazia tudo devagar, quase parando parecia
um navegador de grandes mares, sempre com barco à favor do vento.
Já Domênica não perdia uma festa, um baile ou qualquer
evento. Dançava e se sacudia o tempo todo, enquanto Perivaldo ouvia o Futebol
no radinho de pilha debaixo da mangueira no quintal ou na televisão. Ele também
gostava muito de ler Biografias de Santos ou de figuras ilustres. Invejava
alguns pela determinação, outros pela paciência, destemor, tirania, carisma e
muitos belo brilho da existência. E assim por uns momentos ele vivenciava
durante a leitura a vida dos personagens
e era feliz, valente, sedutor etc...
Mas Perivaldo não era tão abstraído das coisas da vida como
Domênica pensava. Enquanto Domênica dançava, ela também "dançava";
porque ele encarnando de vez em quando "Don Juan" paquerava uma certa
vizinha do bairro e muitas vezes jogaram
conversa fora em algum lugar, aqui e ali, mas nada sério, só um teste de
sedução para Perivaldo.
Assim quando soube que a mulher fora embora com o mecânico
de geladeiras, conforme as palavras escritas e descritas no bilhete pregado no
"pomo da discórdia", ou melhor, da separação, ou seja: na geladeira,
ele foi andar pela vizinhança em busca de novas conquistas, pois hoje ele
estava "para o crime", o da sedução, com Don Juan incorporado. Tinha
certeza que ia ganhar todas.
Perivaldo, Perivaldo...
Perivaldo ficou Perigoso... Aguenta a vingança, Domênica! Abraços, Clotilde.
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