O Parente
Outro dia
passeávamos logo cedo pela orla, respirando o ar puro da manhã, pois a natureza
nos havia brindado com um lindo e maravilhoso dia de sol, sem uma nuvem no céu
brilhante e sem vento o que me tira totalmente a vontade de caminhar ao ar
livre.
Lá pelas
tantas percebi que o Otávio ficou para traz parando para ler um cartaz colado
no poste de iluminação. Voltei cheia de curiosidade para ver o que havia de tão
interessante escrito num dos muito restos de papel colados que a bem da verdade
só enfeiam o lindo o lindo espaço de lazer à beira mar.
Quando cheguei
perto percebi que a criatura peluda de olhos amarelos já havia sido picada pelo
bichinho da curiosidade.
Enquanto eu
tentava ler alguma coisa ele já me arrastava pela mão para voltarmos ao caminho
de volta para casa e antes que ele desse um ataque de birra como fazem as
crianças mal educadas voltei ou melhor voltamos correndo.
Ao chegarmos
em casa ele correu na frente e entrou no banheiro para tomar banho, enquanto eu
fiquei separando a roupa para sair com ele, sabe-se Deus para onde.
Sim, pelo
comportamento dele vi que viria "cosa" pela frente.
Quando
chegou a minha vez de entrar no chuveiro ele já me avisou aos gritos que eu não
demorasse por conta de ele ir sozinho e acabou que foi mesmo. Aonde? Sei lá!
Nunca sei o que ele pretende fazer e do jeito que é mandão e machista nem me dá
satisfação, apenas vai. E no poste haviam muitos cartazes, não sei qual ele se
interessou...
As horas se
passaram e eu já estava ficando preocupada com a demora dele, então resolvi
fazer o almoço. Quando tudo estava quase pronto ele adentrou pela sala todo
esbaforido e descabelado...
- O que foi
que houve? Parece um furacão! - Lhe perguntei de um fôlego só.
- Acabei de
saber o que eu já desconfiava...
- E o que
foi que você desconfiava que acabou de saber, criatura "dedeus"?
- Sabe o que
encontrei lá no parque à beira mar? Um anúncio de uma vidente que descobre
nossas vidas passadas, peguei o endereço e fui fazer uma consulta e se segure
para não cair!
Falava com a
voz mais esganiçada do que de costume e eu olhando para ele com a maior
abertura de meus olhos para não perder nada.
- Eu sou um
descendente direto do gato do Faraó Ramsés III! Pura linhagem como sempre
soube, não é o máximo? Eu sempre tive certeza que eu sou de nobre linhagem.
Por um
momento fiquei em silêncio olhando aqueles olhos amarelos e respondi;
- Bem... eu
penso que sua linhagem degenerou um pouco comparando com as Imagens de Osíris,
ou da Deusa Felina Egípcio Bastet, você tem um pouco mais de pêlos, olhos amarelos, nariz
achatado... sei não...
Bom, estamos
de relações cortadas há três dias depois dessa conversa e ele está recolhido aos seus
aposentos e não atende ninguém desde então.
Fazer o que,
né?
Bom, se os gatos têm sete vidas, resta saber o que o Otávio foi nas outras seis... Muito bom. Abraços, Clotilde.
ResponderExcluirBom, se os gatos têm sete vidas, resta saber o que o Otávio foi nas outras seis... Muito bom. Abraços, Clotilde.
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