sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A mala do Artemio

Desde que reencontrei o Adalberto tenho vivido dias completamente diferentes do que vivia até então, nada de rotina e nem de marasmo, e nestas idas e vindas venho a cada dia conhecendo os seus amigos que me têm dado mostras do quanto são amigos dele e me recebem de maneira carinhosa como se ja me conhecessem desde menininha. Me paparicam e eu fico "me achando". Mas é muito bom isso né?
Pois é; assim como no outro dia eu coloquei aqui um passeio que fiz a São Bonifácio, hoje contarei uma curiosidade de um dos novos amigos que fiz, o Artêmio. 

O Artêmio é essa pessoa muito simpática e muito divertida que como ele mesmo se identifica, descende com muita honra de italianos. E ele é aquele descendente de Italianos que come e respira " italianisses".
Veste-se com camisas de clubes italianos e até fala um pouco "italianês", mas fica muito contrariado (e com justa razão) quando alguém traz para ele um produto italiano de presente e ele se depara com a etiqueta de procedência Chinesa, como quase tudo hoje em dia, que foi o que ele nos mostrava outro dia indignadíssimo.
O grande sonho da vida dele é visitar a Itália, mas apesar de ter condições financeiras de fazê-lo, sempre dá uma desculpa para adiar a viajem, mas o sonho parece que o motiva a viver.
 Cada vez que vamos visitá-lo ouço histórias incríveis e engraçadas protagonizadas por ele.
Da última vez que o visitamos ouvi esta história que coloco aqui hoje.
A história de uma mala.
Esta é a mala, que normalmente está guardada dentro de outra mala, tal é o cuidado e o carinho que ele tem por ela.
Pois bem, a história que nos contou com olhos cheios de lágrimas de emoção, enquanto exibia uma velha mala, que é a mala  da foto,  foi que ele a adquiriu aos 14 anos de idade quando ja sonhava em ir para a Itália.
Certo dia ele passou no comerciante onde ela estava à venda na porta do estabelecimento, e perguntou quanto custava a mala, e o comerciante deu um preço que não podia pagar. Ele ainda era um menino pobre e morava numa cidade, muito pequena (parece que ainda é) que se chama Distrito de Caraiba, município de Seara -SC.
Como não tinha o dinheiro para comprar a mala ele perguntou ao vendedor se a trocaria por um saco de feijão no que o vendedor concordou. Feliz ele voltou para sua casa e fez uma roça, preparou a terra, semeou, cuidou da roça, depois colheu colocou num saco e foi até o comerciante e trocou a mala tão desejada, que imaginava iria levar com ele para a Itália, pelo saco de feijão, que por sinal permaneceu vasia por muito tempo, pois não tinha nada para guardar dentro.
Não foi para a Itália até hoje, nem ele e nem a mala que não irá nunca, e se for como ele promete vai como "convidada" dentro de outra, só para passear, como ele fala às garglhadas. Mas a ida dele com certeza ainda é uma possibilidade, talvez quando a Pretinha, sua cachorrinha morrer... mas essa já é outra história do Artêmio, grande pessoa, cheia de sonhos e histórias para contar.

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