Notícias da vida alheia
O telefone tocou e Esméria correu a pegá-lo sobre a mesa da
cozinha não sem antes enxugar as mãos molhadas onde lavava a louça do jantar.
Sentou-se e atendeu a comadre Andrina.
- O que foi, que aconteceu?
- A Ermelinda vai viajar e vai deixar o marido dela em casa,
já viu né? Os ratos vão tomar conta com aquela empregada dela metida a gostosona... Cala-te boca!
- Quem contou?
- A Mariuza, e a Leonice confirmou que ouviu dela mesma...
- E ela vai para onde?
- A, vai para a casa da filha com certeza, aquela também não
larga a barra da saia da mãe... Não sei por que a Ermelinda criou a filha tão
mimada e cheia de vontades, é claro que só podia dar uma péssima dona de casa,
imagina quando nascerem os filhos? Vai trazer para a avó criar... Hahahah
deusmelivre!
- Olha, vou desligar que estão tocando o interfone. Xau!
Dia seguinte Esméria encontrou na feira a amiga Dasdores que
lhe disse e garantiu que a Ermelinda estava se separando do marido, o Aprígio,
também aquele ninguém merece, né amiga? Namorador, cachorro, vagabundo... E que ela ia para a casa da filha... Saiu desesperada...
A tarde ia pelo meio e o condomínio todo já sabia que o Seu
Aprígio, aquele sem vergonha, cachorro, vagabundo, foi pego em flagrante com a empregada metida a gostosa na cama do casal e a Ermelinda pediu a separação na hora, e
foi para a casa da filha que está grávida, aquela mimada que nem sabe cozinhar um feijão com arroz e jamais
varreu a casa, chamou a mãe para cuidar dos netos...
Afff este povo fala cada coisa...
Que maldade, Clotilde! Conheço como a palma da mão essas senhoras do seu texto e garanto que elas não seriam capazes de tamanha maledicência!! Abraços....
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