Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

domingo, 19 de outubro de 2014

Reunião de Bichos

Por conta desta seca que está se espalhando pelo Brasil resolvi desengavetar uma historinha infantil que foi Editada em 2005 pela Editora Mundo Maior e que acho atualíssima.

                                              Reunião de Bichos
Todos os bichos, um a um, foram chegando devagar, outros apressadamente, como o Mico-leão-dourado, a Ararinha Azul, a Anta, a Capivara, e muitos outros. Logo atrás, outros animais de pêlo e de couro também foram chegando e se acomodando ao pé daquela imensa pedra que ficava à beira do rio de água escura e mal cheirosa e que trazia boiando garrafas plásticas e objetos de todo o tipo, lixo mesmo. Quase não tinha mais vida em seu leito, seus moradores morriam pouco a pouco.
Todos estão visivelmente tristes e preocupados como o grande e sossegado peixe-boi. O céu triste e sem brilho já não parece tão azul tanta é a poluição, e de onde eles estão podem sentir o cheiro da mata queimando.Todos se olhavam com preocupação silenciosa.
Quando já havia uma grande quantidade de ouvintes apareceu em sua velha árvore a Grande Coruja sábia que voou e pousou na parte mais alta da pedra.
Olhou a todos demoradamente, observando a tristeza e preocupação que havia no ar.
Até os peixes e alguns répteis vieram para a beira do rio ouvir.
- Meus amigos, convoquei esta reunião para explicar a vocês o que está acontecendo. A situação está cada vez mais difícil. Não há mais o que fazer aqui neste mundo. Estive em muitas reuniões em vários lugares do nosso planeta e como represento todo este lado da floresta, fui indicado para reuni-los e explicar-lhes a nossa realidade. É o seguinte: Como já sabem, todas as espécies de vida neste planeta estão correndo sério risco de a qualquer momento se acabar, como muitas se acabaram e na verdade pouco a pouco tudo vai terminar. Muito antes do que se imagina tudo vai virar deserto, sem água, sem plantas e sem animais. Um lugar completamente sem vida. Os responsáveis não querem fazer nada para mudar essa situação e vão pagar com a própria vida. Na realidade, todos são responsáveis, todos temos que contribuir com a nossa parte, mas parece que os que têm o poder nas mãos não pensam assim. Não dão o exemplo.
- E o que nós podemos fazer? - Perguntou o macaco de cima da árvore.
- É possível mudar o que está acontecendo?- Perguntou a Jaguatirica.
- Achamos muito difícil, na realidade não sabemos com certeza. É muito arriscado esperar mais... – Respondeu a Grande Coruja com tristeza.
- Os pássaros também correm risco mesmo sabendo voar? – Perguntou um jovem Papagaio.
- Sim todos morrerão se esta situação continuar, se nada for feito. O ar está cada vez mais poluído, muitos homens têm tentado conscientizar em todo este planeta as pessoas, mas o lixo mal tratado, não reciclado, não armazenado da maneira correta está se acumulando numa velocidade assustadora a céu aberto.
- As queimadas, os rios cheios de lixo de toda natureza, produtos químicos que deságuam no mar vão contaminando e espalhando a morte. O ar está quase irrespirável, a única solução que encontramos foi sair daqui, fugir...
- Fugir como, para onde? – vários animais perguntaram ao mesmo tempo.
- Calma, meus amigos. Vamos para outro lugar, mas para isso, para fugirmos daqui a nossa organização estudou um plano que poderá ser executado com a ajuda de todos os seres, de todos os lugares desse planeta, por isso estou aqui para orientar e convocar todos dessa região e ajudar a concluir o pano e para isso vou precisar da colaboração de todos e se concordarem estarão  todos salvos em uma semana.
- Mas é claro, todos ajudaremos não é pessoal?- Gritou o macaco todo animado, levantando o ânimo da turma.
- Sim, claro, eu posso ajudar!
- Eu também!
- Como é que eu posso ajudar?
Falavam todos bem alto e ao mesmo tempo, fazendo uma barulheira infernal, quando a Gralha deu um grito bem alto e foi seguida pela Arara vermelha e todos se calaram de repente. Daí a coruja pode continuar a explicação do plano;
- Bem, continuando, o plano é o seguinte: Nós todos juntos vamos construir uma nave espacial e vamos mudar de Planeta.
-Ohhhh!
Todos exclamaram juntos e ficaram mais atentos.
A Grande Coruja então tirou de dentro de um canudo de bambu um imenso papel que dois macacos seguraram cada um de um lado para que todos pudessem ver.
E ela continuou a explicação:
- Este é o modelo da nave que vamos fazer, e apontou com a varinha que trazia na ponta da asa. Aqui ficarão acomodados todos os que não podem voar. Os pássaros usarão o seu conhecimento em construir ninhos para trançar a estrutura, todos os animais poderão trazer palhas e gravetos.
-Será que numa só nave vão caber todos os animais?- Perguntou a Anta lá do fundo.
- Provavelmente serão necessárias algumas naves, mas isso não será problema depois de construirmos a primeira...
 A aranha e o Bicho-da-seda ofereceram-se para reforçar esse trabalho com a sua teia e seus fios no que foram muito aplaudidos. O João-de-barro poderia fazer o acabamento externo e assim, com a ajuda de todos, a nave ficaria pronta ainda naquela noite para a primeira viagem.
E a Grande Coruja continuou:
- A primeira nave já chegou lá, decolando lá do outro lado da mata e alguém já voltou para contar o que viu. Ele disse que o lugar é lindo, o Planeta é maravilhoso e que lá tem tudo o que precisamos e que está prontinho para nós, à nossa espera. Disse também que lá tem muita água, montanhas, árvores, plantas, rios e mares.
-E por que este Planeta está vazio?- Perguntou lentamente a Tartaruga.
- É que aquele Planeta há milhares anos era como está hoje; lindo! Assim como já foi o nosso também um dia, há um tempo. Mas lá também os homens o destruíram como agora os homens daqui estão destruindo o nosso, então as águas se esconderam nas profundezas da terra, embaixo das pedras e das montanhas e tudo virou deserto, tudo ficou vazio e sem vida durante milhares de anos, nem se sabe quantos. Até que um dia um lindo raio de Luz Azul, veio do Centro do Universo e atingiu uma pedra enorme, uma verdadeira montanha partindo-a ao meio e libertando a água que ela guardava no seu interior mais profundo. Esta água foi se espalhando e levando consigo uma infinidade de sementes de muitas espécies de plantas e árvores que também estavam guardadas nas profundezas da terra e tudo começou a reviver e a renascer até ficar novamente tudo florido e farto de alimentos de todo o tipo. E assim a vida voltou naquele Planeta.
Depois de ouvirem aquela história, todos os bichos ficaram renovados de esperança e muito animados começaram a construir a nave que os libertaria daquele triste lugar.
E naquela noite tudo ficou pronto para a primeira viagem daquele grupo.
Logo em seguida todos foram entrando e se ajeitando em seus lugares. As aves e pássaros acomodaram-se do lado de fora, pois elas é que conduziriam a nave ao seu destino. Os peixes foram colocados dentro de cocos e de frutos ocos.
E assim foram cheios de esperança em direção à nova vida.
Quando chegaram ao novo planeta ficaram abismados com a beleza do lugar, não se cansavam de elogiar o que viam.
-Que maravilha! Que maravilha! Que paraíso! Tudo é muito lindo!
Até que alguém lembrou de perguntar à Grande Coruja:
- Como é o nome desse planeta tão maravilhoso? Desse lugar tão abençoado que vai nos abrigar?
E a Grande Coruja respondeu emocionada:
Este é o Planeta Terra, criação Divina para todos os seres viventes viverem felizes. E este maravilhoso satélite que vemos muito bem brilhando lá no céu chama-se Lua.
Naquele momento todos os animais ficaram em silêncio e agradeceram a Deus a nova oportunidade.
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E é por isso que os animais não poluem e nem destroem o ambiente em que vivem, eles sabem muito bem o que acontece a quem não respeita a Natureza.
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P.S. É bom lembrar aqui da frase de Jesus; “Na casa de meu Pai, há muitas moradas”.


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