sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um dia de Cinderela

 

 
  Um dia de Cinderela.
Mais uma vez o calendário avisa que é o segundo domingo de maio e neste dia, desde cedo, os súditos do pequeno Reino se mobilizam freneticamente para preparar os mimos e o desjejum da Rainha do Lar.
É um vai-e-vem pelo Palácio para fazer o café, preparar o suco, as panquecas e a omelete de queijo, a sua preferida, além das torradas com geléia, bolachinhas etc. Tudo isso com a ajuda luxuosa do Príncipe Consorte e que fique bem claro, muita sorte mesmo, em ter o seu Castelo administrado por tão nobre criatura de prendas e habilidades as mais diversas, que com mãos delicadas, porém firmes, trazem tudo sempre pronto a tempo e a hora.
Ela levantou da cama com a ajuda dos súditos menores que a ajudaram a calçar seus ágeis pezinhos delicados nos seus fofos chinelos e a acompanharam, levando-a pelas mãos, sim um em cada mão, até a banheira morna e perfumada de sais e coberta de espuma para que ela pudesse relaxar por uns minutos enquanto o café era preparado. Ao lado da banheira, sobre uma banqueta, seu hidratante e uma colônia francesa aguardavam para a complementação da sua toalete.
Enquanto sua majestade afundava na banheira de espuma até o pescoço se deu conta que o Frank Sinatra cantava pelo Palácio suas lindas músicas do tempo de namoro com seu Príncipe em alto e bom som.  
Com os olhos fechados e um sorriso misterioso ela se deixou embalar dando graças pelo dia único de Cinderela que ela tinha no ano, e esse dia era hoje.
No salão principal a mesa foi coberta pela toalha nova que fora usada pela última vez no Natal e nessa hora a princesa menor ajeitava um pequeno vaso de flores ao lado da cesta de frutas. Os guardanapos estavam abraçados por uma pequena guirlanda tendo ao centro um pequeno e significativo coração.
A segunda princesa com suas pequenas e ágeis mãozinhas colocou o suco no copo sem derramar nenhuma gota enquanto o pequeno príncipe desajeitadamente distribuía as colherinhas de café ao lado das xícaras.
Nesta hora chega à sala a Rainha do Lar e com lágrimas escorrendo pela face, coberta de emoção, abraça aos seus pequenos súditos e os beija carinhosamente. Em seguida se dirige para a sua cadeira que foi gentilmente afastada pelo Pequeno Príncipe, seu gentil cavalheiro, e apreciou a mesa lindamente arrumada por eles naquele dia especial.
Da cozinha veio o Príncipe-Consorte trazendo as panquecas e omelete de queijo, ainda fumegantes.
Enquanto a família Real se reunia alegremente ao redor daquela mesa arrumada com tanto carinho e muito amor a Rainha do Lar se derramava em lágrimas de pura emoção, sem deixar de lembrar, com a capacidade que Deus lhe deu de pensar em muitas coisas ao mesmo tempo, que a meia noite a carruagem ia virar abóbora novamente e segunda feira tudo voltaria ao normal até o ano seguinte, mas enquanto isso...

Bora aproveitar, que ninguém é de ferro!

2 comentários:

  1. Parabéns à maternal Cinderela Clotilde. Que o seu conto-de-fadas possa durar mais que um dia. Parabéns.

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  2. VIAGEM NESTE CONTO DA RAINHA NESTA MANHA AI ! TAO BOM ! ESTOU SEM BANHEIRA,MAS PUDE ME IMAGINAR,EM TUDO...GOSTO DO JEITO EM QUE NARRA . VOCE É MUITO INTELIGENTE ! BJS .

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