sábado, 16 de fevereiro de 2013

Relembrando

 Relembrando
Remexendo nas minhas anotações do meu caderninho de viagem me deparei com uma lista de musicas que cantamos num passeio que fizemos.
O grupo da terceira idade era animadíssimo e além das musicas contaram piadas de todos os níveis e também alguém leu várias poesias de sua lavra de pagina e meia cada uma. Sem comentários.
Também distribuíram uns cadernos de letras de música para que todos acompanhassem se não lembrassem as letras. Muito pratico. Na lista de músicas cantamos; Serenô, De papo pro ar, Caipira Pirapora, Índia, Beijinho doce, passarinho tchutchu, Estrela Dalva, Carinhoso, Adeus Guacira, Eu sem você, Helena, Que vá tudo para o inferno, Flor do sertão, A volta do boêmio, Rainha do lar, Aquele lencinho, Trem das onze, Meu primeiro amor e Caminhemos.
Como pode ver foi bem animado e se você conhece todas essas musicas e ainda se lembra de cantar alguma de vez em quando, também faz parte do grupo dos que “já passaram do meio dia” e provavelmente iria cantarolar junto, como eu fiz.
Também me lembrei de um aniversário de oitenta anos de uma senhora, que eu fui certa vez, quando eu ainda beirava os cinquenta anos e ao chegar lá me dei conta que eu era uma “garota” entre elas. Se somassem todas as idades daria mil anos, no mínimo.
 As idades variavam dos setenta e cinco aos noventa e tantos. Nunca me esqueço das conversas que rolaram. Enquanto falavam dos conhecidos que haviam morrido, foi servido o lanche muito saboroso por sinal, e todas conversavam alegremente.
Lembraram-se de momentos de quando eram mais jovens e de situações que passaram até que alguém perguntou pelo Gregório e prontamente alguém falou:
- Ah, o Gregório tá ruinzinho, já nem sai mais no sereno.
Fiquei sem entender, mas a frase nunca esqueci.   
La pelas tantas alguém se lembrou de contar o drama da Renilda.
A Renilda era filha de um fazendeiro rico da região e quando o velho morreu a Renilda ficou sem herança, pois foi registrada pelo empregado da fazenda. Assim: O dono da fazenda mandou o empregado registrar a menina, filha dele, que havia nascido na fazenda. Naquele tempo das carroças levava-se um dia para ir e dois para voltar, já que a carroça vinha carregada e às vezes as circunstâncias não ajudavam. Daí, como ela contou, o empregado deve ter bebido umas pingas a mais e foi no cartório registrar a criança como o mandado, mas só disseram o nome da criança ou se escreveram num papel o cara deve ter perdido pelo caminho. Quando chegou ao cartório provavelmente perguntaram o nome da criança e o nome dele pensando que ele era o pai e dai a confusão, na hora da  partilha da herança a pobre, literalmente, Renilda, não existia como filha do fazendeiro, é mole?

Um comentário:

  1. Oi, Clotilde. Texto ótimo, culminando nesse final da filha do fazendo. É puro surrealismo! Um grande abraço.

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