quarta-feira, 9 de maio de 2012

O cassino

                                                        O Cassino
Mas três palavras em destaque:  Apetrechos – Batota – Eugenia

O cara enfiou os apetrechos na mochila, calçou o tênis de marca estrangeira e saiu porta a fora em direção ao ponto de ônibus. Calado, semblante sombrio até um tanto taciturno, subiu no veículo quando este já se deslocava causando um movimento brusco ao corpo que ficou semi-pendurado por alguns segundos. Isso aumentou mais ainda o mau humor do homem.

No outro lado da cidade, quase no mesmo momento, outro homem fazia um percurso no sentido inverso semelhante, o de sair de casa com a mochila cheia e se dirigir ao ônibus que arrancou logo que ele sentou no banco. Este coletivo ia menos cheio àquela hora da tarde.
Ambos os veículos convergiam para um terminal central com conexão com a linha do metrô.
Ali naquela estação os dois se encontraram num determinado ponto perto de uma lanchonete.
Sem trocarem uma palavra lá foram eles em direção ao lado externo da estação, atravessaram a avenida com desenvoltura e seguiram por uma rua lateral, aquela hora de fim de tarde num movimento apressado de quem quer chegar em casa logo. Lojas baixando as portas e comerciante guardando a mercadoria. O expediente havia terminado com o dia.
Os dois pararam diante de uma porta antiga e mal tratada, olharam para os lados e entraram ainda em silêncio. Atravessaram o corredor longo e escuro até pararem diante de outra porta dessa vez de metal com uma fechadura enorme e uma tranca que mais parecia de navio.
O cara se abaixou e bem no rodapé acionou uma campanhia escamoteada no piso, em seguida a porta se abriu e de lá de dentro saiu um homem alto quadrado como um armário, ao reconhecer os dois, abriu o caminho para que entrassem rapidamente.

La dentro a fumaça, o cheiro forte dos vícios pairava no ar. O salão cheio de pessoas que se espalhavam entre as mesas e máquinas de jogo deixava claro que aquilo. Aquele lugar era um cassino clandestino. Os rapazes entraram por uma porta menos e logo depois saíram vestidos de terno escuro, camisa branca e cabelos brilhantes de gel. Eram outras pessoas, nem pareciam os dois que atravessaram a cidade para virem trabalhar.
Não demorou nada e substituíram os colegas que findavam o seu dia de trabalho.
Tomaram nas mãos as cartas marcadas com destreza mostrando agilidade na batota.

Todos esses detalhes foram anotados no caderninho de Dejalmir que defendia tese sobre eugenia...

2 comentários:

  1. Aah... agora chegou a minha vez (finalmente!). Está escrito forma em vez de foram na última frase.

    Muito bom (como sempre)...

    Beijocas :)

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  2. Nunca é tarde e uma ajuda é sempre bem vinda. Bjs♥

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