terça-feira, 1 de maio de 2012

A Armadura


                                                       A Armadura.

Certo dia, uma garota voltava da escola caminhando distraída quando se assustou ao ver diante de uma loja de antiguidades uma autêntica armadura medieval. 

Apressou o passo ao ter sensação que de dentro da máscara da armadura dois olhos a examinavam pelas costas acompanhando seus passos. 

Durante vários dias teve que passar diante da loja com a armadura reluzente ali, postada bem no seu caminho. 

Por fim vendo que "aquilo" não saia dali e que ela precisava ir para a escola todos os dias finalmente trocou de direção a fim de desviar daquilo que ela chamava de “assombração”.

Anos mais tarde, já adulta, morando em outra cidade e trabalhando numa grande empresa, certo dia fugindo de uma chuva de verão quando voltava do trabalho ela atravessou a avenida e desviou por uma rua lateral por onde não costumava passar. Como a chuva aumentou consideravelmente ela entrou numa loja entulhada de coisas antigas. Na verdade entrou pela primeira porta aberta que lhe chamou a atenção; era um antiquário.  

Um arrepio percorreu-lhe a espinha e um tremor sacudiu seus cabelos enrolados.

Olhou a sua volta e um susto afogou-lhe a garganta enquanto parecia que tinha no estômago uma borboleta aflita ao se deparar logo às suas costas com uma armadura medieval e mesmo anos depois ela sentiu novamente o olhar vindo lá de dentro da armadura de ferro.

Olhou para fora e viu que a chuva caia sem piedade, porém ela saiu correndo como se alguém a perseguisse...

Ainda bem que armadura não corre...

3 comentários:

  1. Fantasmas imaginários e reais, de agora e de antanho... alguns se vão com o fim da infância, outros ficam pra nos atormentar. Ótima reflexão, com um tom meio de fábula. Parabéns, Clotilde.

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  2. Mesmo porque, se corresse, ficaria toda enferrujada...eeheheheh... muito boa!
    Beijocas :)

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