quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dia das Sogras

Hoje eu soube que é o dia das SOGRAS e é o meu dia também, pois sou SOGRA de dois genros e noras, mas posso garantir que sou uma SOGRONA, uma sogra/mãe, pelo menos tento ser, dai que me lembrei dessa história que ouvi há mais de dez anos, e achei-a engraçadíssima dai resolvi postá-la novamente, ja que no ano passado também a coloquei aqui, mas como sempre tem visitante novo, pode ser que a história seja nova para ele (a).
Quem me contou foi a empregada da minha filha que por sua vez, ouviu de uma colega quando vinham no ônibus trabalhar.
Esta moça, amiga da empregada da minha filha começou a trabalhar num apartamento no sexto andar de um predio novo e de acordo com ela, "muito chic". No primeiro dia , quando chegou para trabalhar as crianças estavam saindo para a escola levadas pelo pai, e a mulher ficou de ir depois para dar as instruções para ela, que se chamava Dulce. E assim ela continuou contando:
- Olhe bem Dulce: atenda a todos os telefonemas e anote todos os recados, cada palavra, nem que precise pedir para soletrar os nomes, pois isso é muito importante para o meu trabalho. Não precisa fazer almoço, almoçaremos fora hoje e você come o que tem na geladeira, que é tudo fresco, pois fiz ontem à noite para jantar, e se fôssemos almoçar em casa, comeríamos esta comida. Não deixe nenhum estranho entrar, nem que dê tiros na porta.
- Já deram tiros aqui, senhora?
- Não! Graças a Deus não, é só maneira de falar...
- Hã...
Quando a patroa ja ia saindo pela porta, deu meia volta e avisou:
- A única pessoa que pode aparecer é a minha sogra, mas como não gosto de escândalo na minha porta, pergunta o nome e deixe-a entrar, ela se chama dona Cida, Aparecida. Vai lembrar? Só ela, mais ninguém. Ela vai andar pela casa, olhar tudo, bisbilhotando e resmungando, depois ela cansa e vai embora.
- Está bem, pode ir socegada, só deixo entrar dona Cida, não esqueço.
- É isso mesmo. Até mais tarde.
- Té.
Meia hora depois toca a campanhia e Dulce com a voz trêmula perguntou imaginando um revolver apontado para ela do outro lado da porta :
- Quem é?
- Sou eu a Cida, não me conhece mais, é?
Bem devagar a Dulce abriu a porta ainda amarrada com a corrente de segurança, para ter certeza que não tinha nenhum revolver e perguntou de novo:
- Qual é o seu nome mesmo, senhora?
- O que é isso? Só faltava eu não poder entrar agora na casa do meu filho, se é ele que paga as contas daquela mulherzinha que não faz nada, além do seu salário, sem dúvida!? Dulce com a voz trêmula repetiu:
- Eu só vou abrir se me disser o seu nome, é ordem da patroa.
- É Maria Aparecida da Silva, agora posso entrar madame? Falou irritada e com sarcasmo a senhora, quase aos gritos.
- Pode, agora pode.
Dulce nem tinha acabado de falar, ela entrou pela porta a dentro em direção à cozinha abrindo a geladeira sem cerimônia nenhuma.
-Dona Cida a senhora fica por ai que eu vou acabar de arrumar os quartos se precisar me chame, o meu nome é Dulce.
- Está bem menina, eu vou dar uma olhada nessa nojeira aqui. A geladeira está cheia de restos de comida, agora só compra comida esquisita e as marcas mais caras, como se isso fisesse boa comida. Aquela nunca vai a prender a cozinhar, coitado do meu filho, me dá dó, está tão magro que a roupa fica sobrando no corpo.
E assim ela ficou ali resmungando, remexendo, toda agitada andando de um lado para o outro mexendo nas coisas.
- Oh, menina, vem aqui ligeiro! Pega esse lixo e leva lá para baixo, joga na lixeira, agora!
- Que lixo é esse dona Cida?
- Eu tirei tudo da geladeira e dos armários que o meu filho e meus netos não gostam e não comem, uma porção de comida esquisita, um monte de queijo, tudo estragado, um cheiro horrível. Eu vou fazer o almoço! Leva tudo para a lixeira e volta rápido, em? Enquanto seguia a empregada até a porta, dona Cida ainda comentou:
- Está vendo só aonde vai o dinheiro que o meu filho ganha com tanto sacrifício? Ela teve a coragem de trocar os sofás, as cortinas e o tapete outra vez !? É mesmo uma desavergonhada essa, viu? Pintou as paredes de outra cor...Vai, vai,menina, "vai num pé e volta noutro" .
Dulce desceu pelo elevador de serviço carregando o enorme saco de lixo cheio de comida e vasilhames e voltou em seguida. Quando chegou no corredor de volta, encontrou a patroa que ja havia voltado e vinha saindo do elevador.
- Dulce o que você está fazendo aqui fora?
Quando ia responder, a porta se abriu diante delas e surgiu dona Cida falando bem alto:
- O que você ficou fazendo lá embaixo, por que demorou tanto? Fica por ai conversando com qualquer uma e o serviço esperando...
Atarantada, tremendo da cabeça aos pés, Dulce não sabia o que fazer, a quem obedecer primeiro.
- O que está acontecendo aqui?
- Ésta é a dona Cida...
- Não é não!
- Sou sim, é você quem é?
- Eu moro aqui!
- Aqui mora o meu filho, os meus netos e a mulher dele, aquela...
As três ficaram se olhando por um momento até que a patroa da Dulce perguntou:
- Qual é o apartamento do seu filho?
- É o 602.
- Então!?...Esse aqui é o 612!


Após um breve silêncio e a sensação que o mundo tinha parado de girar por um momento, Dona Cida virou-se e deu uma corrida até o lado oposto do corredor em tal velocidade que nem parecia uma senhora em idade avançada. Enfiou o dedo na campanhia e não tirou enquanto não abriram a porta onde ela se enfiou desesperadamente... KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Um comentário:

  1. Aahahahahahahahha.... eu já tinha lido essa história, mas tinha me esqucido como era engraçada!

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