Sobre Letras e Afins...
Todos que me conhecem sabem que sou autodidata e que gosto
muito de palavras, ditos populares, expressões regionais etc. e se às vezes
acerto na gramática é graças ao corretor, apesar de que em outras tenho dúvidas
se ele, o corretor, sabe mais do que eu.
Daí que ando sempre na companhia do Seu Portuga, um velho
rabugento casado com Dona Gramática, senhora que mais parece um sargento tal a
sua autoridade importância, ela se acha muito.
Ele usa uma mochila nas costas cheias de letras e palavras,
já dona Gramática leva uma Bolsa cheia de regras e disposições e eles vivem discutindo
isso e aquilo. Dois chatos impertinentes.
Não tenho muita intimidade com eles, mas aprecio seus filhos
e filhas, parentes e agregados.
Na verdade quando estou escrevendo vou confiando mais na
memória e na intuição, imagine um professor de português lendo uma barbaridade
dessas? Cruzes!!!!
Daí o seu Corretor, um cara que se acha muito conhecedor da
língua Pátria, se apresenta injuriado, sublinhando de vermelho, mas dá muita
bola fora e nem sempre é confiável. Geralmente fica dando uns pitacos sem noção,
mas para tirar as dúvidas vou até a prateleira e retiro o bom e velho senhor
Dicionário, um venerando servidor, muito meu amigo, cheio de pose e dignidade
daqueles que ainda usam meia casaca e gravatinha borboleta e nos olha por trás
de grossas lentes, às vezes ainda usa um pencinê (do Francês: Pince-nez; óculos
sem hastes) e que infelizmente anda meio esquecido ou ignorado pela maioria que
transita nas redes sociais. Aliás, bem esquecido para ser realista querendo
ser saudosista.
E por falar nelas, nas redes sociais, aprende-se muito
navegando por elas, tanto que já tivemos até uma “mulher-sapiens” entre nós,
SQN.
Mas as palavras são seres simpáticos e interessantes se
pararmos para observá-las melhor.
Gosto também de ver a capacidade do ser humano de inventar
os nomes dos seus rebentos (esta também é uma palavra muito esquisita para um
bebê, como chamar aquela coisinha fofa e rosada de “rebento”?...), como alguns
nomes que vejo aqui na internet e nem vou repetir para não me deparar com
alguém do meu grupo de amigos. Nomes estranhíssimos e constrangedores para
carregar e deve ser horrível quando alguém de forma prosaica (?) lhe pergunta: “Qual
é a sua graça?” e a criatura responde; “Não senhor, eu não me chamo graça, eu
me chamo Guaranésia da Luz Divina”... Ou coisa pior.
Palavras estranhas como “claudicar”, um problema que me foi
apresentado há pouco tempo e quer dizer pouca firmeza num dos pés. A palavra
realmente claudica nénão?
Outras palavras também me inspiram colocá-las para nomear
outras coisas, como o nome de um vegetal, o Ruibarbo, isso não me parece coisa
de comer, acho até que se comer faz mal. Eu colocaria esse nome num senhor
sisudo chegado a habilidades manuais como a marcenaria, por exemplo. –“Seu
Ruibarbo, o senhor poderia consertar esta gaveta?” Acho perfeito.
Outros nomes para pedreiros e marceneiros, profissionais que
constroem devem ter nomes interessantes como Anselmo, Policarpo, Deusdedith,
Rosalvo e Rosildo, dois irmãos encanadores, por exemplo, Já um advogado chamado
Dr. Lindomar não rola...
Acho “pereba” um nome todo cheio de pereba, o tempero Estragão,
não pode ser um bom tempero para comida nenhuma, nem com Sálvia junto. Aliais
para o meu paladar um prato que leva Sálvia tá perdido, não aprecio este
tempero que tem gosto de remédio. Não há o que salve.
A “Frangula”, nome de uma erva digestiva, por exemplo: parece
filha da “Galingula”. “Estoicismo”, também penso tem a ver com a restrição de
alguns alimentos como toicinho à pururuca. Já “Comiseração” devia qualificar o
sentimento de quem faz dieta o ano todo e depois se esbalda nas festas de final
de ano. E “sobrancelha”? “Sobran” o que mesmo?
Tem nomes esquisitos mesmo... E o mais difícil é conhecer
seus significados nem sempre “ficados” na memória...
E assim “passan los dias”...
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