É ver para crer...
Seu Tomé acordou antes do sol nascer, foi ao banheiro e
depois se dirigiu à cozinha e passou um café para ninguém botar defeito e nem
açúcar.
Abriu a janela e olhou para o céu que clareava despontando
alguns raios de sol.
Estendeu os olhos para o horizonte da sua propriedade rural
e levou um susto ao perceber estacionado perto de uma jaqueira uma pequena nave
espacial, daquelas bem estranhas, tamanho de uma Kombi, era até parecida com a
que ele tinha abandonado no quintal para servir de abrigo para os cachorros que
eram muitos. E nesse momento estranhou que não havia ouvido nenhum movimento da
criação e nem dos cães que aparentemente ainda dormiam com aquele objeto
estranho no quintal. Saiu pela porta da cozinha e foi na direção da “coisa” que
entre uma leve fuligem mostrava uma cor alaranjada com algumas pequenas janelas
que mais pareciam vigias de barco.
A “coisa” estava suspensa por pernas mecânicas que pelos “joelhos”
deviam se dobrar e retrair ao levantar voo.
Ao se aproximar um campo energético vibratório, como um
vidro carregado de eletricidade o impediu de se aproximar. Parou e ficou
observando o que acontecia. Depois de um tempo que não poderia precisar, uma
portinhola se abriu e de dentro saiu o que parecia um ser vestido com uma
indumentária de textura metálica e mais parecendo uma fantasia exótica. Seus
braços e as pernas eram curtos, porém o tronco era o dobro dos humanos e a
cabeça quadrada com dois olhos também quadrados e a boca era um círculo.
Parou na direção do Seu Tomé, porém mantinha uma distancia
segura e levantou primeiro uma das mãos e depois a outra e em seguida deu um
pulo e virou uma cambalhota da frente para traz.
Seu Tomé achou aquele cumprimento ridículo, pois o cara se
comportava como um macaco e até fez os mesmos movimentos de macaquices que todo mundo conhece, mas ele se negou a
repetir os mesmos movimentos de boas vindas levantando apenas a mão esquerda enquanto
mantinha a outra mão nas costas fazendo com os dedos uma figa bem apertada para
que o cara não viesse para cima dele.
Que comportamento doido era esse para um ET que com certeza
veio de outro planeta, quiçá de outra galáxia? – Pensou, sem tirar os olhos de cima e
sem perder nenhum movimento do “figura”_
Ele sempre via os seriados na televisão e não perdia um, graças
a uma antena parabólica plantada na frente da casa, daí porque não assustou
tanto com o “coisinha esquisita”, mas também não podia dar muita folga para ele,
pois haviam os do bem e os do mal e aqui e agora não dava para saber.
Cansado das macaquices do ET, ele virou as costas para
entrar em casa quando sentiu o cara atrás dele e até lhe tocou o ombro, o que o
fez cair de joelhos de susto e medo, para em seguida no mesmo impulso voltar a
ficar de pé e dessa vez diante, bem de frente para o cara.
Respirou fundo e saiu correndo em direção a casa e entrou fechando
a porta atrás de si, quando se virou o ET estava dentro da cozinha.
Apavorado Seu Tomé abriu o armário de poucas coisas e
retirou lá detrás de uma lata onde guardava o pó de café um retângulo de
embalagem metálica e ofereceu ao “cabeça quadrada” que demonstrando curiosidade
e expressão intrigada o pegou com seus três dedos longos e revirou o objeto com as duas mãos esquisitas sem saber o que fazer, foi quando seu Tomé em alto e bom som falando
como se fala com gringo, devagar pausadamente
e com sotaque arrastado que aquilo era de comer.
Pois na hora a criatura o colocou na boca com o papel
metálico e tudo, mordendo um bom pedaço com a sua boca em forma de rosquinha
antes que seu Tomé o advertisse de que havia que desembrulhar para comer.
Mas o “cintilante” gostou tanto que comeu o restante com embalagem e tudo e pediu
mais estendendo novamente a mão de três dedos, porém seu Tomé lhe prometeu dar
mais um, que era só o que tinha para o momento, se ele fosse embora ao que ele
concordou prontamente.
Seu Tomé foi la para dentro da casa e voltou com outra barra
de chocolate e assim como se faz com burro de corrida ele foi na frente com a
barra de chocolate na mão levantada para o alto e encaminhou o ET para a nave
cor de laranja novamente o ajudando a fechar a portinhola. Assim ele entrou segurando a barra de
chocolate na mão prometendo voltar em breve para buscar mais...
Esta história me contou Seu Tomé na última vez que o
encontrei.
É ver para crer...
Nossa, bem interessante... Parabéns Clotilde Fascioni, você se expressa muito bem!!!
ResponderExcluirSerei São Tome para essa história do Seu Tomé: só vendo pra crer. Abraços, Clotilde.
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