domingo, 2 de novembro de 2014

Quando Ela bate à Porta

                                                Quando ela bate à porta...
Godofredo ouviu um toc toc na porta e foi abrir. Levou um susto, era dona morte vestida à caráter. De susto caiu para trás, literalmente, mas se negou a desmaiar para não perder o controle da situação. O coração queria sair pela boca e a tremura era geral.
- Levanta desse chão "meu filho" e vamos conversar, vamos encarar uma DR na boa e sem xiliques.
- Como assim, DR?
- Sim, vamos discutir a relação vamos ver no que devia e não foi e o que foi e não devia.
- "Num tô intendendo"...
- Como não está entendendo, se estamos juntos desde o primeiro minuto da sua fecundação?
- Como assim?
Todo mundo vive durante a vida toda numa corda bamba, resvalando nos meus braços o tempo todo...
- Como assim?
- Como assim, como assim, só sabe falar isso? Que falta de assunto...
- É que olhar para a senhora aqui, diante de mim, me dá arrepios e o meu cérebro até parou, pânico total.
- Bobagem frescura, já não disse que estou a seu lado o tempo todo? Quando criança e subia nos muros e árvores, depois o skate, depois os quase atropelamentos, os quase afogamentos, os coma alcoólicos na juventude. Cada vez que você entra no seu carro eu me sento ao seu lado de cinto de segurança e tudo, até porque você dirige mal à Bessa. 
Cada final de semana quando você enche a cara e depois curte aquela ressaca infernal eu estou ali, avaliando seu coração à beira de um enfarto. Quando você sai para as baladas eu já preparo as tesouras para cortar seus laços de vida, pois sempre acho que vai ficar por lá mesmo jogado em qualquer canto entupido de bebidas e outras substancias, tanta bobagem e insanidades que você faz, sem falar nos cigarros que você fuma cada vez mais. E seus sentimentos e pensamentos então? Sempre raivoso, cheio de ódio e de pensamentos cheios de vingança, assim não dá, então resolvi ter uma conversa séria com você; ou você muda os hábitos rapidinho ou vai comigo embora agora mesmo e a gente acaba com isso logo; eu tiro férias e você vai virar saudade. O que me diz?

Um comentário:

  1. Boa e bem-humorada ficção, Clotilde. A "indesejada" estava bem complacente no seu texto, heim? kkkkkkk.... Muito bom. Abraços.

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