Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Alfabetizado em Braille





                                                     Alfabetizado em Braille
O cara estava olhando uma loja de objetos usados e parou diante de uma maquina de escrever muito estranha. Chamou o dono da loja para saber de que se tratava e ficou sabendo que era uma máquina para escrever em Braille. Negociou o preço e levou o objeto para casa. Entrou na internet e aprendeu como usá-la em poucas lições e passou a escrever coisas e mais coisas.
Certo dia ele teve um grande ideia; ele estava de olho numa vizinha de bairro e ela, mesmo casada não desviava os olhares e nem se fazia de rogada. Assim ele escreveu em Braille uma carta de amor para a referida senhora e enviou pelo correio.
Dias depois ele a encontrou no mercadinho e trocando olhares melosos tentaram uma discreta comunicação entre as prateleiras das azeitonas e temperos.
Enquanto ele examinava um molho de pimenta arretado falou entre dentes para ela:
 - Você recebeu a minha carta?
 - Ah, então foi você quem mandou? Não deu para ler  nada  está tudo em branco e cheia de pontinhos...
 - Pois é, fiz isso com medo que o seu marido a recebesse e as coisas não ficassem boas para o seu lado.
 - Pois é mas como vou entender o que você escreveu? É aquela escrita para cegos, não é? Não conheço nenhum deficiente visual para traduzir a carta, agora é assim que se fala né? Não pode mais falar “cego”...
- Pois é, mas eu acho que valia a pena você aprender a ler em Braille, que é esta escrita em pontinhos, eu comprei uma máquina para escrever, assim a gente pode se comunicar, marcar alguma coisa ...
Nisso apareceu o filho que a acompanhava e os dois despistaram indo cada um mergulhar a atenção em algum artigo.
Passados alguns dias ele recebeu uma carta escrita em Braille e ficou muito emocionado ao ver que a ideia dele tinha dado bons resultados, agora poderia namorar mulheres comprometidas, era a fantasia dele, que ninguém iria descobrir o que ele escrevia.
Abriu nervoso o papel grosso e imaculadamente branco e com dedos trêmulos foi decifrando tropegamente os caracteres em relevo.
"Seu cachorro desgraçado, vai dar em cima da tua mãe!
Se afasta da minha mulher se não quiser levar um tiro na cara, seu vagabundo.

E só para te informar, fui voluntário no Instituto Benjamim Constant por muitos anos e leio e escrevo em Braille, morou?"

Um comentário:

  1. Essa foi ótima, Clotilde. Final surpreendente! Pois é, a justiça é cega e lê em braile... Abraços.

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