sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Compreender para ser Compreendido...

                                                Compreender para ser Compreendido...           
Hoje, enquanto fazia o meu café pela manhã, fiquei pensando na sabedoria Divina e seus caminhos para nos ensinar o básico, o AMOR.
Só evoluímos quando aprendemos e vivenciamos naturalmente as Leis Morais do Código Divino.
Me dava conta, naquela hora, que há muito tempo não me irrito e para ser sincera, não me incomodo com coisa nenhuma e nem com atitudes de ninguém, porém quem me conhece há muito tempo sabe que o meu nome era "estressada" e "no limite da neura". Vivi anos assim até me tratar com psicólogos, psiquiatras e continuar estudando a Filosofia Espírita que nos ajuda em muito nessas de autoconhecimento, comportamento e entendimento das coisas.
Alguns dirão que é da idade, mas eu digo que não. Se fosse assim todos os velhos seriam calmos e tolerantes, mas não são, acho até que alguns só pioraram com o passar dos anos e a "rabugice" agora é seu nome. Mas rabugice não é privilégio de gente velha, pois muita gente prima por esse comportamento em todas as idades e etapas da vida.
Porém o que me levou à divagar sobre o comportamento humano logo pela manhã enquanto o meu café escorria, é que me lembrei de uma pessoa de meia idade e super intolerante, que chega a ser agressiva ás vezes. Está sempre "cobrando seus direitos" e contestando em qualquer assunto abordado, levantando a bandeira do correto.
E em me comparando com ela, no meu antes e no agora, me dei conta de que os meus tratamentos e meus aprendizados de alguma forma funcionaram e surtiram efeito na minha pessoa. Hoje me considero bem mais tolerante, paciente e resiliente.
Pois se viemos ao mundo para aprender, progredir sempre e  nos educar literalmente como espíritos que viajam pela eternidade à fora, então é melhor aceitar e procurar se adaptar em vez de ficar batendo de frente o tempo todo. É preciso se dar conta que não somos o dono da verdade.  Seguimos uma meta Divina, queiramos ou não. Tenhamos humildade para reconhecer. Dói menos aceitar.
Somos crianças, espiritualmente falando, rebeldes e malcriadas como o são a maioria das crianças, mas que precisamos nos educar, nos auto-conhecer para continuar a evolução, pois se  tudo evolui por que não haveríamos de evoluir também?
E os nossos orientadores, instrutores e educadores são, imagine só; nossos familiares, nossos colegas de convivência no trabalho, na escola e no dia a dia. Eles sendo bons ou não, são nossos exemplos para o bem e para o mal, são os que aparam nossas arestas e nos fazem refletir sobre a vida e o que ela têm para nos oferecer.
A interação entre todos é o que nos educa realmente. No isolamento demoramos mais para aprender, mas como crianças que somos, nos rebelamos para mostrar nossa "força" fazendo tudo ao contrário mostrando com isso como somos ainda egoístas e egocêntricos. Reclamamos o tempo todo demonstrando nossa intolerância e intransigência para tudo e para com todos.
Com o tempo vamos entendendo que o mundo não gira ao redor do nosso próprio umbigo e vamos assimilando lenta e paulatinamente as leis do Universo, respeitando como gostamos de ser respeitados, sendo paciente com o caminhar do outro que anda mais devagar que eu, que muita coisa pode esperar mais um pouco e que as coisas sempre dão certo quando somos mais pacientes. Tudo na vida anda no próprio passo, não adianta acelerar as coisas.
Também mudamos nosso mundo  quando nos damos conta que o meu espaço termina onde começa o do outro e assim vou adquirindo mais paciência e tolerância e com isso tudo muda em meu interior.
 Quando inserimos em nossa alma o aprendizado de ver o outro como extensão de nós mesmos, e temos consciência que se dói em mim, é claro que dói nele, se eu sinto fome ou frio ele também sente, vamos   pensando no outro como um ser que têm os mesmos direitos que eu, e que se sobra no meu prato provavelmente está faltando no de alguém,  vamos aprender a dividir o nosso pão e o nosso agasalho, estes sentimentos é que nos modificam e nos fazem crescer como seres humanos que procuram seguir as Leis Divinas, do Amor Maior, que produz o progresso e a evolução.
Dai deduzi que a minha vida não tem sido em vão para o meu aprendizado e auto-conhecimento como às vezes penso.
Ao não me irritar por tudo o tempo todo, não quer dizer que virei "santa", quero dizer que melhorei como pessoa e que atitudes irritantes advindas de pessoas que ignoram ainda o que eu já aprendi à duras penas, diga-se de passagem, simplesmente me fazem observar calada como se observa uma criança que esperneia aos gritos no chão do supermercado, com certa tristeza, é verdade, mas com muita tolerância. E ainda me lembro da frase:
"Perdoai Pai, eles não sabem o que fazem"... ainda.

Vai um café ai?


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Armas da Sedução

                                                Armas da Sedução
 Perivaldo contratou um técnico para trocar o motor da geladeira. Antes tivesse comprado uma geladeira nova, pois acabou perdendo a mulher para o técnico no maior descaramento.
A mulher de Perivaldo, dona Domênica, não perdia tempo. Era mulher sacudida, festeira e voluntariosa.
Queria que Perivaldo fosse mais dinâmico, mais audacioso, mas Perivaldo era daqueles que vivia e fazia tudo devagar, quase parando parecia um navegador de grandes mares, sempre com barco à favor do vento.
Já Domênica não perdia uma festa, um baile ou qualquer evento. Dançava e se sacudia o tempo todo, enquanto Perivaldo ouvia o Futebol no radinho de pilha debaixo da mangueira no quintal ou na televisão. Ele também gostava muito de ler Biografias de Santos ou de figuras ilustres. Invejava alguns pela determinação, outros pela paciência, destemor, tirania, carisma e muitos belo brilho da existência. E assim por uns momentos ele vivenciava durante a leitura  a vida dos personagens e era feliz, valente, sedutor etc...
Mas Perivaldo não era tão abstraído das coisas da vida como Domênica pensava. Enquanto Domênica dançava, ela também "dançava"; porque ele encarnando de vez em quando "Don Juan" paquerava uma certa vizinha  do bairro e muitas vezes jogaram conversa fora em algum lugar, aqui e ali, mas nada sério, só um teste de sedução para Perivaldo.
Assim quando soube que a mulher fora embora com o mecânico de geladeiras, conforme as palavras escritas e descritas no bilhete pregado no "pomo da discórdia", ou melhor, da separação, ou seja: na geladeira, ele foi andar pela vizinhança em busca de novas conquistas, pois hoje ele estava "para o crime", o da sedução, com Don Juan incorporado. Tinha certeza que ia ganhar todas.

Perivaldo, Perivaldo...