Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

De volta...

 Olá pessoas queridas. 

Já que saí de onde podia escrever 📖✍️🫶🌸

Resolvi reativar o meu blog www.espiritodeescritora.blogspot.com abandonado (tadinho) pelo caminho das pedras sem dó e nem piedade.

Agora volto cabisbaixa, humildemente, convidando a todos a me seguir por aqui.

Ficarei muito feliz com sua visita.

Gratidão sincera.🫶🌸📖✍️😍

Todo recomeço é difícil.

Todo recomeço é difícil; mudou a plataforma e mudou tudo.🫣🤔 

Estou tentando ainda para ver se continuo...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Mui Amigo


                                                        Mui Amigo

Realmente o “cara” é temperamental, autoritário por natureza e também dotado de certa rebeldia. Não há o que o contenha quando em atividade.

Mesmo educado e nutrido com os melhores alimentos e finas iguarias se comporta igual como se fosse alimentado com feijoada e buchada de bode todos os dias no café da manhã. Nada a ver com seu comportamento. Têm dias que aceita qualquer “sopa de pedra” e têm dias que nem leite morno vai. Ele é muito instável e indomável por natureza; um imperador autoritário eu diria, ou um reizinho cheio de vontades e manhas infantis.

Conheço histórias de seus pares de arrepiar e sair correndo em total desespero só em pensar nas cenas.

Às vezes anuncia o dia todo que vai trabalhar que acordou querendo resolver todas as pendengas deixadas para trás, mas na hora “H” é só um fiasco. Depois de horas de tentativa envia um recado inferior a uma azeitona e para o resto do dia se recusa a continuar e ainda sai assobiando como uma retreta infame.

Pior é quando ele resolve fazer graça, dar espetáculos em público cantando alto, e apresentando performances constrangedoras e impensáveis.

Ninguém que eu conheça sabe o segredo de dominá-lo. Há quem diga que seu temperamento tem a ver com os hábitos alimentares, até pode ser, mas não justifica a velocidade em resolver as pendências com fúria desvairada, já que foi dele a preguiça.

Sem falar que também é instável nos resultados do seu trabalho apresentado.

Realmente é um “cara” sem personalidade eu até diria que é um tanto mau-caráter. Penso que fica rindo às nossas custas quando nosso orgulho sobe para as alturas e ele faz descer em segundos cruciais mandando reis e rainhas, ministros e ministras e demais orgulhosos, prepotentes e arrogantes saírem correndo direto para o “cantinho do pensamento”; para mostrar que no fundo, bem lá no fundo dos fundilhos somos todos iguais e reféns dos nossos intestinos.

Bom dia, boa semana, e bom mês de Fevereiro com menos resultados físicos desse nosso (mui) amigo.

 

sábado, 16 de janeiro de 2021

O Chip

                                      O Chip

O interfone tocou. Era o porteiro avisando que chegou uma encomenda.

 Nem bem coloquei o fone no suporte e ouvi o som da porta da frente batendo.

Minutos depois volta o Otávio, esbaforido, trazendo uma caixa, não muito grande, em formato de cubo.

Enquanto eu me servia de café na cozinha ouvia o barulho de papel sendo rasgado nervosamente.

Voltei para a sala, cheia de curiosidade bem na hora em que ele depositava com todo cuidado, uma bola de vidro azulado, sobre a mesa.

Perguntei à moda Mineira, o que era aquele “trem”? E ele me respondeu como se eu tivesse só meio cérebro: “Não está vendo que é uma “bola de cristal”“? Respondi na hora, com a delicadeza de um elefante em fuga, “pensei que fosse um balde novo, ou uma toalha de mesa de crochê...”.

- Debochada, depois fica aí reclamando pelos cantos...

- É claro que eu vi que era uma bola, só duvidei da qualidade do cristal... Mas que mal lhe pergunte; o que vai fazer com ela?

- Mas é uma pergunta tola atrás da outra, misericórdia!!! Vou fazer o que se faz com uma “bola de cristal”, vou ver o passado, o presente e o futuro das pessoas pela internet, já que a pandemia nos impede de atender pessoalmente.

- E desde quando apareceu este “dom” para a sua pessoa?

- Desde que sonhei três dias e três noites com um mago que me falou que eu tinha poderes e ainda me transmitiu alguns outros dons. Ele veio de outro planeta, de outra constelação muito mais adiantada que a nossa Via Láctea.

- Hãhã... e???!

- É isso que eu vou fazer, ora bolas. Obvio!

- Então consulte e veja ai para mim, por que de vez em quando a minha mão treme? Assim, do nada e logo passa?

- Isso eu já posso te dizer porque, já havia feito uma consulta aos meus Arcanos.

- Sério? E o que disseram os seus arcanos? Agora fiquei curiosíssima.

- Me disseram que certo dia, você foi abduzida por alienígenas que lhe implantaram um chip de controle, mas de um tempo para cá, quando o tempo muda muito rápido o chip sofre um curto-circuito e causa uma tremura rápida, e ainda lhe digo mais, têm muita gente aparecendo com este problema atualmente, é só observar nas redes sociais. Nem nas outras constelações fazem mais chips como antigamente...

- Uia! Vou tomar outro café... Alguém mais vai querer?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Deu Bode

Deu Bode

Depois do almoço costumo dormir uns “15 minutos”, o chamado sono da beleza, que apesar dos minutos se multiplicarem exponencialmente pelo tédio que o isolamento social nos leva, a beleza até hoje não compareceu. Acho até que fui “enganada” pela bela e elegante vendedora, que fez a demonstração do maravilhoso travesseiro de tecido impermeável, à minha porta.

Sim, já comprei um travesseiro (tenho mania com eles) na minha porta.

Daí que por este momento de incertezas, resolvemos, Otávio e eu, ficarmos em casa e passar o Aniversário de Jesus por aqui mesmo e festejar de modo virtual como a moda pede, e mesmo desanimada decorei a nossa velha árvore, já meio descadeirada e desbotada, que estava guardada no “sótão”.

Distribuí bolas e fitas desfalecidas e arrisquei um pouco de “neve” de algodão hidrófilo, como convém num país tropical abençoado por Deus. Escolhi o canto da sala, perto da janela, para ser vista de fora para dentro como os antigos cartões de Boas Festas ilustravam.

Feito isso, como dizia, fui tirar a soneca da beleza que eu chamo de sono das rugas.

... Então é Natal... ♪♪♫♫

Antes do sono se abater sobre a minha pessoa me dei conta de que eu estava sozinha há horas... Mas o sono foi mais forte que a preocupação, e “Morfeu” ganhou a parada.

Quando acordei uma música cheia de sinos badalando, me fez pensar que já estavam anunciando a Missa do Galo, sem falar no forte cheiro de assados e comida que vinha da cozinha. Mas não podia ser da minha!!!

Pulei do sofá e fui passar um café para acordar para a segunda etapa do dia quando me deparei com algo estranho na sala;

- Otááávioooo!!! O que significa isso?

- Temos um convidado, não está vendo? Fica fria...

- Eu estou gelada e com uma foice na mão!

- Este é o Oswaldo, com “w” ele faz questão.

- Pois ele pode ser Oswaldo com todas as letras do alfabeto, mas ele não é bem vindo aqui nesta casa nem na noite de Natal e nem qualquer outro dia!!!

- Calma mulher; eu o encontrei lá embaixo, triste, sozinho, e o convidei para a ceia.

- Ceia? Que ceia “carapálida”? Vamos comer myojjo com passas e ir para a “manjedoura” cedo, antes que o galo cante à meia noite.

- Mas ele foi abandonado, foi enviado de presente, de muito longe, para fazer parte de alguma ceia, mas desistiram. Durante o isolamento social as pessoas mudaram os hábitos e muitos viraram vegetarianos, veganos etc.

Neste momento ouvimos um barulho vindo da sala e deparamos com o Oswaldo, com “W” comendo a árvore de Natal...

 ♪♪♪♫♫ Então é Natal...♪♪♫♫

Quem quer um bode chamado Oswaldo com “w” aí?

 

 

terça-feira, 15 de dezembro de 2020



                                   Apenas uma Fábula

A floresta acordou assustada com os urros do Leão que há dias não saia da caverna onde morava. Urrava dolorosamente. Ninguém tinha coragem de ir lá dentro ver o que acontecia com medo de ser atacado e até comido.Foi quando o Cachorro do Mato, primo do lobo, resolveu entrar na caverna e ver o que acontecia e deparou-se com o Leão deitado com a pata para cima uivando de dor.

- O que aconteceu para você estar urrando desse jeito?

Perguntou o destemido Cachorro do Mato, sabendo que arriscava a sua vida, enquanto se escondia num vão da pedra de maneira que pudesse escapar se precisasse.

- Estou com um espinho enorme encravado na minha pata e não consigo alcançar para retirar e daí não consigo andar, sair para comer e tomar água, eu vou morrer aqui à míngua...

Falou o Leão entre soluços.

- Bem, talvez eu também não consiga fazer isso sozinho, mas posso chamar alguém para ajudar...

O urro que ele deu como resposta foi tenebroso que o Cachorro do Mato resolveu não arriscar mais e saiu correndo. Se ele não queria ajuda, então que ficasse sozinho; foi o que pensou enquanto corria para longe dali.

E assim mais alguns dias se passaram e os urros continuaram a ressoar pela floresta, até que o Cachorro do Mato resolveu reunir um pessoal para encontrarem uma solução para aquele preocupante problema.

Enquanto falavam e trocavam ideias, perceberam que tudo ficou silencioso. De repente a mata ficou parada. Ninguém se mexia, na expectativa de entender o que aconteceu e o pensamento foi unânime; o Leão deve, finalmente, ter morrido. Agora era saber quem teria a coragem de entrar na caverna para constatar a morte da fera.

Assim, devagar, passo a passo, todos foram entrando, ainda sorrateiros, se escondendo nos vãos da caverna na expectativa de que o Leão estivesse fingindo para poder comer quem resolvesse entrar.

Mas a surpresa foi encontra-lo desacordado, desmaiado de dor, fraqueza e sede parecendo morto. A pata inchada, com o enorme espinho cravado descansava ao lado do corpo.

Todos respiraram aliviados daqueles urros que ressoavam pela floresta dia e noite e foram embora para longe dali, mas o Cachorro do Mato chamou a Garça que também ia saindo e pediu a ela que o ajudasse a retirar o espinho da pata machucada aproveitando que o Leão estava dormindo. 

Então, ela com o seu bico pontiagudo como uma pinça retirou delicadamente o espinho causando alivio imediato, fazendo com que o Leão dormisse ainda mais profundamente aliviado.

Os dois amigos voltaram para a floresta onde encontraram os amigos que os recriminaram por ajudar aquela fera arrogante, no que o Cachorro do Mato respondeu pelos dois que fizeram o que acharam certo fazer, que era aliviar a dor alheia e ajudar no que for preciso.

- Mas ao acordar, o Leão vai urrar mais alto ainda e você será morto por ele na primeira oportunidade.

Falou a Hiena desesperada com a possibilidade de o Leão aparecer...

- Eu fiz o que achei certo fazer, ajudar quem precisava de ajuda, ele vai fazer o que achar que deve. Ele é um leão e agirá como um leão. Assim é a vida. 

Devemos tirar nossas conclusões das situações que a vida nos apresenta e levar para a nossa existência como experiência e aprendizado.

Gratidão, humildade, tolerância, bondade, serenidade, são sentimentos e virtudes que devemos cultivar para nos tornar seres humanos melhores.

 

sábado, 19 de setembro de 2020

A Live

                                                                         A Live

Ao acordar hoje pela manhã, me surpreendi com o café pronto e cheiroso me esperando. Na hora o giroflex foi acionado em cima da minha cabeça me alertando para novidades pela frente, e logo descobri que a criatura peluda de olhos amarelos estava trancada no quarto, tendo pendurado o aviso de “não perturbe”.
Imagine se eu ousaria tal coisa? Provavelmente ao abrir a porta receberia pela frente um tamanco voador tamanho 42.
Não ousaria, nem pensar em tal violação de intimidades; mas a curiosidade é uma característica dos ansiosos e de algumas mulheres, inclusive eu; a dona do Otávio.
Tomei o meu café lentamente, olhando pela janela o dia amanhecer, onde o “encarregado” dos efeitos cenográficos caprichava na paleta de cores e no desenho das nuvens conseguindo dar um espetáculo todos os dias para os madrugadores.
Fui até a cozinha pegar mais café e na volta dei de cara com o meu parceiro de moradia que saia dos seus aposentos e vinha na minha direção. Não pude deixar de perceber a camiseta com os dizeres: “Azar o seu se não gosta de gato preto” e a camada de gel brilhante, que segurava valentemente um topete de fazer inveja ao Elvis, se vivo fosse.
Parei sem saber o que dizer diante do inusitado acontecimento já tão cedo e no meio da semana, quando ele à queima roupa me disse:
- Vou fazer uma Live daqui a pouco e que preciso de privacidade e principalmente de não ser incomodado com qualquer tipo de barulho...
Quase caí das pernas!
- Que mal lhe pergunte, meu antigo jovem, vai falar sobre o que mesmo, e na companhia de quem e para quem?
Respirou fundo visivelmente entediado e respondeu:
- Respondendo ao “questionário” policial, minha antiga jovem, falarei sobre a vida dos gatos, é óbvio! Falarei com o mundo e para o mundo. Terei a companhia de representantes felinos, do Oriente e do Ocidente. Todos nós falaremos das nossas alegrias e de acontecimentos e perrengues por que passamos. Nossas alegrias diante de lascas de Salmão fresco, de Presunto, ou de um pires de Iogurte de leite de Búfala.
- Ah tá... Espero que a internet não caia e fiquem perguntando o tempo todo, “estão me ouvindo?”, “travou novamente?”, “e agora, posso continuar?” “Acho que agora vai”... “foi!”

Só ouvi a porta bater e o prédio estremecer enquanto eu voltava para cozinha para pegar mais café, que por sinal estava delicioso.

Vai um café ai?
 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Dúvidas Cruéis na Pandemia

                            Dúvidas Cruéis na Pandemia
Hoje, para variar, amanheci pensando na vida, nas coisas, e na vida das coisas...
Quanto mais injuriada, mais fico “filosofando”...
Ouvindo um lindo poema na voz do Falabella logo cedo em que falava de veias e de sangue, entre outros assuntos, me “quedei” pensando no meu sangue.
Sim, me dei conta de que ele circula e irá circular até meu último suspiro de vida.
Até ai, nada de novo na casca do ovo.
Então o que “se passa?”. É a pergunta inevitável que se deve fazer logo pela manhã de uma sexta feira qualquer, de um mês de julho qualquer e que não fica em nada a dever à segunda, á terça e as outras feiras;
Então; eu respondo à minha pessoa:
- É que eu queria saber onde está a nascente do meu sangue, onde tudo começa? A gente sabe que o rio Amazonas nasce no sul do Peru, mas o meu sangue me causou curiosidade, não faço a menor ideia, mas estou pensando seriamente neste assunto por demais palpitante.
Durante as 24 horas do dia, todos nós, nos fazemos mil perguntas querendo saber as respostas das nossas indagações; normal! Isso faz parte da evolução humana, senão ficaríamos estagnados na ignorância e não evoluiríamos.
Mas alguém já se perguntou ou quis saber onde é a nascente do nosso sangue? Teve alguma resposta? Tem algum universitário ai?
Pois eu gostaria de saber, neste momento, antes das sete horas da manhã, onde está a nascente deste rio intenso que leva vida literalmente, aos órgãos que nos servem.
Só o que eu sei é que o coração é a bomba que o impulsiona, o faz percorrer para cima e para baixo o tempo todo se contaminando e se descontaminando enquanto vai levando vida...
“Pozagora?” - Responderia o Manesinho aqui da “ilha da magia”, quando não tem resposta. -
Pois aqui pensando com as minhas meias de zebra, eu chutaria que a nascente fica no umbigo; aquele furinho mágico onde trás o nó de finalização da construção do nosso corpo e que centraliza nossa ilustre barriga; esta que em tempo de isolamento e pandemia cresce assustadoramente. Se a coisa permanecer por nove meses nascerá o vírus em pessoa de olho puxado, bigodinho caído no canto da boca e trancinha na nuca chorando em Mandarim. O próprio; que provavelmente terá alguns nomes complicados no RG conforme a região de nascimento.
Quem tiver uma resposta que me diga, pois estou aqui carregando litros de sangue para baixo e para cima sem saber de onde vem e para onde vai este combustível que não tem preço.
Precisamos nos informar de tudo, porque tudo vai dando sentido à vida. Estou aqui me roendo de curiosidade.
Filosofando no isolamento da Pandemia... Aff
É mole?!

Agora falando sério; fui ver onde tudo começa e descobri que é nas partes moles dos ossos; na medula. ;)

sábado, 27 de junho de 2020

Gavetas de Lembranças

                               Gavetas de Lembranças

Quando resolvo abrir as “gavetinhas” do meu ser preciso estar preparada para o que vou me deparar. 
Dependendo do conteúdo fecho correndo e troco de pensamento, dou um tempo e volto a abrir outra gavetinha com outra data.
Ao último badalar do relógio, quando marca as 24 horas do dia do nosso aniversário, a gaveta é fechada e etiquetada à que ano pertence, para ser aberta e iniciada uma nova gaveta no mesmo momento para mais uma volta completa ao redor do sol.
Isso é geral, acontece com todo mundo. Cada um com suas gavetas. E o exemplo "gavetas" nem é ideia nova, desde que inventaram a primeira gaveta já se associou a divisão das nossas memórias em "gavetinhas".
Todo ser humano têm suas “gavetinhas” que são suas lembranças e experiências vividas guardadas na memória.
Eu sei e todos sabem disso, mas hoje, nesse dia de chuva e frio resolvi escrever sobre o assunto, espanar e guardar novamente o meu gaveteiro.
Todas as nossas gavetas mentais têm etiqueta e são subdivididas.
Daí que de vez em quando, quando alguma coisa acontece: uma palavra, um gesto, uma atitude de alguém, um acontecimento, um som, um cheiro aciona a chave de uma das nossas gavetas e imediatamente impulsiona como uma mola as nossas emoções mais bem guardadas e até quase esquecidas.
Algumas lembranças são perigosas para o nosso equilíbrio emocional e até causam medo ao voltarem à lembrança nos causando aflições e reacendem as emoções vividas. São verdadeiras brasas vivas até voltam a nos queimar. Já outras podem ser boas, algumas nem tanto, mesmo inofensivas. São apenas lembranças.
Algumas guardam anjos de asas ou sem elas, dragões em forma de gente, águas-vivas que parecem transparentes e inofensivas, mas nos causam muito mal, muitas dores até hoje quando voltam à lembrança; e até lobos ferozes cobertos de pele de ovelha que povoaram nosso mundo real ou imaginário, porém outras lembranças são doces e trazem perfumes e sabores reais como o de bolo quente, canja de galinha, cheiro de neném, de pão fresco saindo do forno, do mar e de grama molhada de chuva, de alfazemas...
Um afago em especial, um carinho de pai...
Outras guardam sons, sensações e emoções.
É interessante aproveitar para rever as lembranças e reavaliar nossos conceitos, nossas "verdades", perdoar e resignificar nossos valores, Aliviar nossa bagagem para quando sairmos desse "casulo" possamos voar com asas leves e transparentes.

Bom mais um "findi" na Pandemia de 2020

quarta-feira, 24 de junho de 2020

É dia de São João

                             É dia de São João

Eu saia do banho quando o interfone tocou. Era o porteiro avisando que o caminhão de entrega havia chegado e era para eu descer e receber a encomenda.
Antes que eu a encontrasse a “criatura peluda”, ao ouvir a minha conversa com o porteiro desceu na frente, de elevador. Eu corri atrás, de toalha enrolada na cabeça, de roupão de banho e chinelos de unicórnio desci pelas escadas pulando os degraus de dois em dois como uma rã assustada.
Realmente era um caminhão carregado de toras de lenha...
- Otávio!!! O que isso significa?
Gritei a plenos pulmões para ser ouvida na Cochinchina.
É claro que o Condomínio desceu inteiro para ver do que se tratava.
Em poucos minutos um grupo se formou e foi se mobilizando para denunciar a derrubada de árvores para o IBAMA, à Guarda Florestal e umas três ONG’s defensoras da Mata Atlântica e Amazônia.
- Rapaz; antes de devolver essa carga para onde veio, você vai me explicar para que comprou um caminhão de toras de madeira?
- Tudo bem, fica fria que eu explico; primeiro é bom que se diga que essa madeira é de reflorestamento, isso quer dizer que pode ser comercializada sem problema, depois, eu só queria fazer uma festa de São João com tudo o que tem direito; fogueira, quadrilha, milho e batata doce assados na brasa, amendoim, pipoca e tudo mais. Não sei por que tanto estresse!? Afinal estamos no mês de Junho. Eu em?

Pior é que essa criatura peluda e rebelde ainda têm “muita lenha para queimar”.

Vai uma batata doce com melado ai? Ou seria melhor encher a cara de quentão para desestressar?