Gavetas de Lembranças
Quando resolvo abrir as “gavetinhas” do meu ser preciso
estar preparada para o que vou me deparar.
Dependendo do conteúdo fecho
correndo e troco de pensamento, dou um tempo e volto a abrir outra gavetinha
com outra data.
Ao último badalar do relógio, quando marca as 24 horas
do dia do nosso aniversário, a gaveta é fechada e etiquetada à que ano
pertence, para ser aberta e iniciada uma nova gaveta no mesmo momento para
mais uma volta completa ao redor do sol.
Isso é geral, acontece com todo mundo. Cada um com suas
gavetas. E o exemplo "gavetas" nem é ideia nova, desde que inventaram a primeira gaveta já se associou a divisão das nossas memórias em "gavetinhas".
Todo ser humano têm suas “gavetinhas” que são suas
lembranças e experiências vividas guardadas na memória.
Eu sei e todos sabem disso, mas hoje, nesse dia de
chuva e frio resolvi escrever sobre o assunto, espanar e guardar novamente o meu gaveteiro.
Todas as nossas gavetas mentais têm etiqueta e são
subdivididas.
Daí que de vez em quando, quando alguma coisa acontece: uma
palavra, um gesto, uma atitude de alguém, um acontecimento, um som, um cheiro aciona a chave de uma das nossas gavetas e imediatamente impulsiona como uma mola as nossas emoções mais bem guardadas e até quase esquecidas.
Algumas lembranças são perigosas para o nosso equilíbrio
emocional e até causam medo ao voltarem à lembrança nos causando aflições e
reacendem as emoções vividas. São verdadeiras brasas vivas até voltam a nos queimar. Já outras podem ser boas, algumas nem tanto, mesmo inofensivas. São apenas lembranças.
Algumas guardam anjos de asas ou sem elas, dragões em
forma de gente, águas-vivas que parecem transparentes e inofensivas, mas nos
causam muito mal, muitas dores até hoje quando voltam à lembrança; e até lobos ferozes cobertos de pele
de ovelha que povoaram nosso mundo real ou imaginário, porém outras lembranças são doces e trazem perfumes e sabores reais como o de bolo quente, canja de galinha, cheiro
de neném, de pão fresco saindo do forno, do mar e de grama molhada de chuva, de alfazemas...
Um afago em especial, um carinho de pai...
Outras guardam sons, sensações e emoções.
É interessante aproveitar para rever as lembranças e reavaliar nossos conceitos, nossas "verdades", perdoar e resignificar nossos valores, Aliviar nossa bagagem para quando sairmos desse "casulo" possamos voar com asas leves e transparentes.
É interessante aproveitar para rever as lembranças e reavaliar nossos conceitos, nossas "verdades", perdoar e resignificar nossos valores, Aliviar nossa bagagem para quando sairmos desse "casulo" possamos voar com asas leves e transparentes.
Bom mais um "findi" na Pandemia de 2020
Legal seu texto, Clotilde. Minhas gavetas poderiam ser mais cheias e mais rapidamente acessíveis. Mas este meu viver distraído acaba comprometendo também o acúmulo de memórias...
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