Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

sábado, 19 de setembro de 2020

A Live

                                                                         A Live

Ao acordar hoje pela manhã, me surpreendi com o café pronto e cheiroso me esperando. Na hora o giroflex foi acionado em cima da minha cabeça me alertando para novidades pela frente, e logo descobri que a criatura peluda de olhos amarelos estava trancada no quarto, tendo pendurado o aviso de “não perturbe”.
Imagine se eu ousaria tal coisa? Provavelmente ao abrir a porta receberia pela frente um tamanco voador tamanho 42.
Não ousaria, nem pensar em tal violação de intimidades; mas a curiosidade é uma característica dos ansiosos e de algumas mulheres, inclusive eu; a dona do Otávio.
Tomei o meu café lentamente, olhando pela janela o dia amanhecer, onde o “encarregado” dos efeitos cenográficos caprichava na paleta de cores e no desenho das nuvens conseguindo dar um espetáculo todos os dias para os madrugadores.
Fui até a cozinha pegar mais café e na volta dei de cara com o meu parceiro de moradia que saia dos seus aposentos e vinha na minha direção. Não pude deixar de perceber a camiseta com os dizeres: “Azar o seu se não gosta de gato preto” e a camada de gel brilhante, que segurava valentemente um topete de fazer inveja ao Elvis, se vivo fosse.
Parei sem saber o que dizer diante do inusitado acontecimento já tão cedo e no meio da semana, quando ele à queima roupa me disse:
- Vou fazer uma Live daqui a pouco e que preciso de privacidade e principalmente de não ser incomodado com qualquer tipo de barulho...
Quase caí das pernas!
- Que mal lhe pergunte, meu antigo jovem, vai falar sobre o que mesmo, e na companhia de quem e para quem?
Respirou fundo visivelmente entediado e respondeu:
- Respondendo ao “questionário” policial, minha antiga jovem, falarei sobre a vida dos gatos, é óbvio! Falarei com o mundo e para o mundo. Terei a companhia de representantes felinos, do Oriente e do Ocidente. Todos nós falaremos das nossas alegrias e de acontecimentos e perrengues por que passamos. Nossas alegrias diante de lascas de Salmão fresco, de Presunto, ou de um pires de Iogurte de leite de Búfala.
- Ah tá... Espero que a internet não caia e fiquem perguntando o tempo todo, “estão me ouvindo?”, “travou novamente?”, “e agora, posso continuar?” “Acho que agora vai”... “foi!”

Só ouvi a porta bater e o prédio estremecer enquanto eu voltava para cozinha para pegar mais café, que por sinal estava delicioso.

Vai um café ai?
 

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