Quem sou eu

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Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

terça-feira, 15 de dezembro de 2020



                                   Apenas uma Fábula

A floresta acordou assustada com os urros do Leão que há dias não saia da caverna onde morava. Urrava dolorosamente. Ninguém tinha coragem de ir lá dentro ver o que acontecia com medo de ser atacado e até comido.Foi quando o Cachorro do Mato, primo do lobo, resolveu entrar na caverna e ver o que acontecia e deparou-se com o Leão deitado com a pata para cima uivando de dor.

- O que aconteceu para você estar urrando desse jeito?

Perguntou o destemido Cachorro do Mato, sabendo que arriscava a sua vida, enquanto se escondia num vão da pedra de maneira que pudesse escapar se precisasse.

- Estou com um espinho enorme encravado na minha pata e não consigo alcançar para retirar e daí não consigo andar, sair para comer e tomar água, eu vou morrer aqui à míngua...

Falou o Leão entre soluços.

- Bem, talvez eu também não consiga fazer isso sozinho, mas posso chamar alguém para ajudar...

O urro que ele deu como resposta foi tenebroso que o Cachorro do Mato resolveu não arriscar mais e saiu correndo. Se ele não queria ajuda, então que ficasse sozinho; foi o que pensou enquanto corria para longe dali.

E assim mais alguns dias se passaram e os urros continuaram a ressoar pela floresta, até que o Cachorro do Mato resolveu reunir um pessoal para encontrarem uma solução para aquele preocupante problema.

Enquanto falavam e trocavam ideias, perceberam que tudo ficou silencioso. De repente a mata ficou parada. Ninguém se mexia, na expectativa de entender o que aconteceu e o pensamento foi unânime; o Leão deve, finalmente, ter morrido. Agora era saber quem teria a coragem de entrar na caverna para constatar a morte da fera.

Assim, devagar, passo a passo, todos foram entrando, ainda sorrateiros, se escondendo nos vãos da caverna na expectativa de que o Leão estivesse fingindo para poder comer quem resolvesse entrar.

Mas a surpresa foi encontra-lo desacordado, desmaiado de dor, fraqueza e sede parecendo morto. A pata inchada, com o enorme espinho cravado descansava ao lado do corpo.

Todos respiraram aliviados daqueles urros que ressoavam pela floresta dia e noite e foram embora para longe dali, mas o Cachorro do Mato chamou a Garça que também ia saindo e pediu a ela que o ajudasse a retirar o espinho da pata machucada aproveitando que o Leão estava dormindo. 

Então, ela com o seu bico pontiagudo como uma pinça retirou delicadamente o espinho causando alivio imediato, fazendo com que o Leão dormisse ainda mais profundamente aliviado.

Os dois amigos voltaram para a floresta onde encontraram os amigos que os recriminaram por ajudar aquela fera arrogante, no que o Cachorro do Mato respondeu pelos dois que fizeram o que acharam certo fazer, que era aliviar a dor alheia e ajudar no que for preciso.

- Mas ao acordar, o Leão vai urrar mais alto ainda e você será morto por ele na primeira oportunidade.

Falou a Hiena desesperada com a possibilidade de o Leão aparecer...

- Eu fiz o que achei certo fazer, ajudar quem precisava de ajuda, ele vai fazer o que achar que deve. Ele é um leão e agirá como um leão. Assim é a vida. 

Devemos tirar nossas conclusões das situações que a vida nos apresenta e levar para a nossa existência como experiência e aprendizado.

Gratidão, humildade, tolerância, bondade, serenidade, são sentimentos e virtudes que devemos cultivar para nos tornar seres humanos melhores.

 

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