Quem sou eu

Minha foto
Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

terça-feira, 1 de maio de 2012

A Armadura


                                                       A Armadura.

Certo dia, uma garota voltava da escola caminhando distraída quando se assustou ao ver diante de uma loja de antiguidades uma autêntica armadura medieval. 

Apressou o passo ao ter sensação que de dentro da máscara da armadura dois olhos a examinavam pelas costas acompanhando seus passos. 

Durante vários dias teve que passar diante da loja com a armadura reluzente ali, postada bem no seu caminho. 

Por fim vendo que "aquilo" não saia dali e que ela precisava ir para a escola todos os dias finalmente trocou de direção a fim de desviar daquilo que ela chamava de “assombração”.

Anos mais tarde, já adulta, morando em outra cidade e trabalhando numa grande empresa, certo dia fugindo de uma chuva de verão quando voltava do trabalho ela atravessou a avenida e desviou por uma rua lateral por onde não costumava passar. Como a chuva aumentou consideravelmente ela entrou numa loja entulhada de coisas antigas. Na verdade entrou pela primeira porta aberta que lhe chamou a atenção; era um antiquário.  

Um arrepio percorreu-lhe a espinha e um tremor sacudiu seus cabelos enrolados.

Olhou a sua volta e um susto afogou-lhe a garganta enquanto parecia que tinha no estômago uma borboleta aflita ao se deparar logo às suas costas com uma armadura medieval e mesmo anos depois ela sentiu novamente o olhar vindo lá de dentro da armadura de ferro.

Olhou para fora e viu que a chuva caia sem piedade, porém ela saiu correndo como se alguém a perseguisse...

Ainda bem que armadura não corre...

3 comentários:

  1. Fantasmas imaginários e reais, de agora e de antanho... alguns se vão com o fim da infância, outros ficam pra nos atormentar. Ótima reflexão, com um tom meio de fábula. Parabéns, Clotilde.

    ResponderExcluir
  2. Mesmo porque, se corresse, ficaria toda enferrujada...eeheheheh... muito boa!
    Beijocas :)

    ResponderExcluir