O Cassino
Mas três palavras em destaque: Apetrechos – Batota – Eugenia
O cara
enfiou os apetrechos na mochila,
calçou o tênis de marca estrangeira e saiu porta a fora em direção ao ponto de
ônibus. Calado, semblante sombrio até um tanto taciturno, subiu no veículo
quando este já se deslocava causando um movimento brusco ao corpo que ficou
semi-pendurado por alguns segundos. Isso aumentou mais ainda o mau humor do
homem.
No outro
lado da cidade, quase no mesmo momento, outro homem fazia um percurso no
sentido inverso semelhante, o de sair de casa com a mochila cheia e se dirigir
ao ônibus que arrancou logo que ele sentou no banco. Este coletivo ia menos
cheio àquela hora da tarde.
Ambos os
veículos convergiam para um terminal central com conexão com a linha do metrô.
Ali naquela
estação os dois se encontraram num determinado ponto perto de uma lanchonete.
Sem
trocarem uma palavra lá foram eles em direção ao lado externo da estação,
atravessaram a avenida com desenvoltura e seguiram por uma rua lateral, aquela
hora de fim de tarde num movimento apressado de quem quer chegar em casa logo.
Lojas baixando as portas e comerciante guardando a mercadoria. O expediente
havia terminado com o dia.
Os dois
pararam diante de uma porta antiga e mal tratada, olharam para os lados e
entraram ainda em silêncio. Atravessaram o corredor longo e escuro até pararem
diante de outra porta dessa vez de metal com uma fechadura enorme e uma tranca
que mais parecia de navio.
O cara se
abaixou e bem no rodapé acionou uma campanhia escamoteada no piso, em seguida a
porta se abriu e de lá de dentro saiu um homem alto quadrado como um armário,
ao reconhecer os dois, abriu o caminho para que entrassem rapidamente.
La dentro a
fumaça, o cheiro forte dos vícios pairava no ar. O salão cheio de pessoas que
se espalhavam entre as mesas e máquinas de jogo deixava claro que aquilo. Aquele
lugar era um cassino clandestino. Os rapazes entraram por uma porta menos e
logo depois saíram vestidos de terno escuro, camisa branca e cabelos brilhantes
de gel. Eram outras pessoas, nem pareciam os dois que atravessaram a cidade
para virem trabalhar.
Não demorou
nada e substituíram os colegas que findavam o seu dia de trabalho.
Tomaram nas
mãos as cartas marcadas com destreza mostrando agilidade na batota.
Todos esses
detalhes foram anotados no caderninho de Dejalmir que defendia tese sobre eugenia...
Aah... agora chegou a minha vez (finalmente!). Está escrito forma em vez de foram na última frase.
ResponderExcluirMuito bom (como sempre)...
Beijocas :)
Nunca é tarde e uma ajuda é sempre bem vinda. Bjs♥
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