A Armadura
A Armadura.
Certo dia, uma garota voltava da escola caminhando distraída quando se assustou ao ver diante de uma loja de antiguidades uma autêntica armadura medieval.
Apressou o passo ao ter sensação que de dentro da máscara da armadura dois olhos a examinavam pelas costas acompanhando seus passos.
Durante vários
dias teve que passar diante da loja com a armadura reluzente
ali, postada bem no seu caminho.
Por fim vendo que "aquilo" não saia dali e que ela precisava ir para a escola todos os dias finalmente trocou de direção a fim de desviar daquilo que ela
chamava de “assombração”.
Anos mais tarde, já adulta, morando em outra cidade e trabalhando numa
grande empresa, certo dia fugindo de uma chuva de verão quando voltava do trabalho ela atravessou a avenida
e desviou por uma rua lateral por onde não costumava passar. Como a chuva aumentou consideravelmente ela entrou numa loja entulhada de coisas
antigas. Na verdade entrou pela primeira porta aberta que lhe chamou a atenção; era um antiquário.
Um arrepio
percorreu-lhe a espinha e um tremor sacudiu seus cabelos enrolados.
Olhou a sua volta e um susto afogou-lhe a garganta enquanto
parecia que tinha no estômago uma borboleta aflita ao se deparar logo às suas costas com uma
armadura medieval e mesmo anos depois ela sentiu novamente o olhar vindo lá de
dentro da armadura de ferro.
Olhou para fora e viu que a chuva caia sem piedade, porém ela saiu
correndo como se alguém a perseguisse...
Ainda bem que armadura não corre...
Fantasmas imaginários e reais, de agora e de antanho... alguns se vão com o fim da infância, outros ficam pra nos atormentar. Ótima reflexão, com um tom meio de fábula. Parabéns, Clotilde.
ResponderExcluirObrigada Marcelo, pela visita e comentário. Abrçs♥♥
ExcluirMesmo porque, se corresse, ficaria toda enferrujada...eeheheheh... muito boa!
ResponderExcluirBeijocas :)