É interessante como "funcionamos" diante das situações que se nos apresentam no dia a dia.
Você pode estar num ambiente solitária, e num outro aposento uma outra pessoa da casa, que você até conversa pouco, mas sabe que está lá à pouca distancia de você, se precisar está lá; Numa outra situação, numa casa no mesmo bairro, perto o suficiente para ir andando a pé, têm outras pessoas da família, que se precisar estarão também lá, por qualquer motivo. Você não vai lá toda hora, mas sabe que estão lá. De repente essas pessoas deixam de estar ali perto, num outro aposento ou numa casa vizinha e você se sente só, tão só como se estivesse enlutada, vasia, desamparada e triste. Não dá vontade de fazer nada, de ver nada e nem de falar com quem quer que seja, escrevendo ou ao vivo.
Pois é; estou assim hoje. Minha filha mudou-se com a família e o outro filho que mora comigo foi junto. Levei anos morando só, vivendo só, ja tinha me habituado. Dai veio um inquilino na mesma época que o filho voltou para casa. Passou um tempo e o inquilino foi embora não só da minha casa, mas saiu do país, ja fez diferença no vai e vem da rotina diária.
Meu filho ficou, mas já vai também morar noutra cidade temporariamente, e voltei a ficar solitária. Ainda mora perto outro filho, com a mulher e duas filhas, mas a ausência é sentida, O meu "ao redor" está vasio, um estranho vasio...
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