sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dia de macarronada

                                                           Dia da macarronada.
Querida, estive pensando; porque não fazemos o “dia da macarronada” aqui em casa?
Falava calmamente Seu Perseu fazendo cafuné nos dois gatos que dormiam placidamente em seu colo enquanto dona Mirina escovava calmamente outro gato. Eles tinham três gatos fofos e peludos
que eram queridos como filhos.
- Como assim, se nós já comemos macarronada todas as semanas, é não?!
- Não é isso, não assim, como você entendeu, quer dizer... Deixe-me começar de novo.
- Hummmm, acho bom mesmo, pois não deu para saber o que vai por essa cabeça...
- Seguinte: Você sabe que eu gosto muito da noite Natal, gosto de reunir todo mundo aqui em casa, além dos filhos, as tias e todos aqueles que convidamos para jantar, então fiquei pensando, porque precisamos esperar pelo Natal e não convidamos com mais frequência todos eles, tipo assim, duas vezes por mês e o chamaremos de o “dia da macarronada”? Não seria bom? Reuniríamos todos e nem precisaria ter macarronada, eu pensei em macarronada para não dar trabalho para você, é um prato único e barato, junto de uma boa salada de folhas e agradaria a todos. Poderíamos tomar sorvete de sobremesa e frutas da estação, simples assim. O que eu queria mesmo era reunir o pessoal, o que você acha?
- Sei não, reunir todo mundo duas vezes por mês, não é muito?
- Pode ser uma vez por mês então, tudo bem.
- Está bem podemos ir avisando o pessoal e depois marcaremos a data, já temos o cardápio, é só preparar tudo devagar, quem sabe no segundo domingo de cada mês? Na metade do mês todo mundo já recebeu pagamento e ficam mais bem humorados e divertidos.
- Sim, isso mesmo, vamos fazer então sempre no segundo domingo do mês.
Rapidamente chegou a primeira data programada, e para desespero de todos choveu a semana toda e ainda chovia naquele dia.
Tia Jordana trouxe as duas cachorrinhas Poodle devidamente vestidas e de lacinhos, em seu colo e entrou esbaforida e respingando água para todo lado.
A namorada do Romero trouxe o Chihuahua premiado que não saia do colo, pois se estressava ao ser colocado no chão, dai latia feito louco e mordia quem passava por perto.
Tia Nenê trouxe o seu cão Afghan, pois estava há muitos dias trancado por conta da chuva e precisava andar um pouco, e como a casa era grande e tinha pátio coberto, ela achou que o Nero, era esse o nome do cão, poderia exercitar um pouco andando de um lado para o outro. Maria Dolores trouxe o seu Pinscher de nome Maneco, além da tia Normandia que veio com a gaiola da Calopsita, pois ia viajar e pediu que a cuidassem.
De repente Seu Perseu se viu num pequeno zoológico. Os cães passaram a latir como loucos e a correrem atrás dos gatos. As donas não conseguiam fazer calar os “fofos” e a Calopsita nervosa e estressada com o movimento inusitado passou a gritar como louca.
Quando a macarronada finalmente foi servida, todos já estavam pra lá de estressados e impacientes, mal comeram foram se levantando e saindo para suas casas, já que ficou inviável qualquer conversa ou troca de ideias, tão agradáveis em noite de Natal.
Dai ficou combinado que no próximo dia da macarronada, quem não pudesse deixar seus bichinhos que não fosse. E assim ficou combinado.
Apesar do fiasco da primeira macarronada ela ficou na história da família que permaneceu se encontrando a cada quinze dias para um agradável almoço de domingo com a família inteira reunida e sempre que mais alguém era convidado a primeira coisa que era recomendado era o de não trazer nenhum animal doméstico, nem tartaruga, para não desviar a conversa.

Um comentário:

  1. A intenção foi boa e louvável, porém... nem tudo é como a gente imagina. Ótimo e divertido texto, Clotilde. Um grande abraço pra você!

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