Dona Bercides
* 2/02/1908 - + 05/08/1995
Eu nasci quando minha mãe já estava com 38 anos, por conta disso e de crescer entre adultos sou esquisita desse jeito. Lembrei-me disso por ser hoje a data de nascimento da minha mãe, dia de Nossa Senhora dos Navegantes, Yemanjá e Nossa Senhora por assim dizer. Como ela foi criada dentro de muita religiosidade católica, foi alfabetizada por freiras, ela sempre fez parte das atividades festivas da Igreja. Encarnou várias personalidades bíblicas nas procissões, como Verônica, por exemplo, a que cantava com o Santo Sudário, coroou Nossa Senhora uma quantidade de vezes, o que a enchia de um orgulho puro, de amor aos simbolismos católicos. Porém na época do meu nascimento, ao ter contacto com a doutrina espírita, ela deu uma guinada nos seus conceitos e mergulhou de cabeça no espiritismo, onde honrou com seu trabalho e dedicação sincera os ensinamentos de Jesus. Adorava tomar café e vivia pedindo às filhas para que dessem café aos pedintes na porta em “intenção” a ela, como falava. Há alguns anos atrás aconteceu uma coisa interessante. Eu morava em Campinas-SP, ao lado de uma padaria e raramente alguém vinha bater na minha porta para pedir alguma coisa, talvez porque pedissem na padaria, não sei. Certa tarde eu estava fazendo café (também adoro café) e comecei a me lembrar dela, do quanto ela gostava de saborear um cafezinho fora de hora, quando tocou a campanhia e fui atender. Era um homem bem velhinho que pediu um copo de café, ofereci pão também e ele foi bem objetivo:
“- Não dona, eu estou doido de vontade de tomar um café, só isso, a senhora pode me dar um copo de café?”-
Nem preciso dizer o quanto me comovi ao lembrar do seu pedido e de poder realiza-lo dessa maneira.
É isso; falar de dona Bercides que viveu 87 anos com dignidade, amor ao próximo e aos animais, totalmente dedicada à família, sem deixar de servir a quem precisasse, levaria um tempo sem fim, daí que apenas guardo na lembrança os bons e divertidos momentos que passamos juntas.
* 2/02/1908 - + 05/08/1995
Eu nasci quando minha mãe já estava com 38 anos, por conta disso e de crescer entre adultos sou esquisita desse jeito. Lembrei-me disso por ser hoje a data de nascimento da minha mãe, dia de Nossa Senhora dos Navegantes, Yemanjá e Nossa Senhora por assim dizer. Como ela foi criada dentro de muita religiosidade católica, foi alfabetizada por freiras, ela sempre fez parte das atividades festivas da Igreja. Encarnou várias personalidades bíblicas nas procissões, como Verônica, por exemplo, a que cantava com o Santo Sudário, coroou Nossa Senhora uma quantidade de vezes, o que a enchia de um orgulho puro, de amor aos simbolismos católicos. Porém na época do meu nascimento, ao ter contacto com a doutrina espírita, ela deu uma guinada nos seus conceitos e mergulhou de cabeça no espiritismo, onde honrou com seu trabalho e dedicação sincera os ensinamentos de Jesus. Adorava tomar café e vivia pedindo às filhas para que dessem café aos pedintes na porta em “intenção” a ela, como falava. Há alguns anos atrás aconteceu uma coisa interessante. Eu morava em Campinas-SP, ao lado de uma padaria e raramente alguém vinha bater na minha porta para pedir alguma coisa, talvez porque pedissem na padaria, não sei. Certa tarde eu estava fazendo café (também adoro café) e comecei a me lembrar dela, do quanto ela gostava de saborear um cafezinho fora de hora, quando tocou a campanhia e fui atender. Era um homem bem velhinho que pediu um copo de café, ofereci pão também e ele foi bem objetivo:
“- Não dona, eu estou doido de vontade de tomar um café, só isso, a senhora pode me dar um copo de café?”-
Nem preciso dizer o quanto me comovi ao lembrar do seu pedido e de poder realiza-lo dessa maneira.
É isso; falar de dona Bercides que viveu 87 anos com dignidade, amor ao próximo e aos animais, totalmente dedicada à família, sem deixar de servir a quem precisasse, levaria um tempo sem fim, daí que apenas guardo na lembrança os bons e divertidos momentos que passamos juntas.
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