Quem sou eu

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Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

terça-feira, 17 de março de 2020

Em Tempos de Pandemia

                             Em Tempos de Pandemia
Ainda a pouco, já cansada de tantas informações sobre o Senhor Vírus Coroado, desliguei a televisão e peguei um livro para ler.
Por hora me considero suficientemente informada sobre o assunto e me cuidando na medida do possível.
Estou de molho em álcool gel na minha casinha, na companhia da criatura peluda de olhos amarelos, como convém às pessoas que se preocupam consigo e com os outros.
Logo cedo Otávio me perguntou o que estava havendo, até porque entro e saio de casa o tempo todo, quase como um Cuco de relógio Suíço e agora passamos o dia em casa cruzando pelos corredores, o que parece já começamos a sentir, por demais, a presença um do outro.
No meio da tarde o porteiro avisou pelo interfone da chegada de um grande pacote, o que logo acendeu em minha cabeça a sirene de alarme.
“O que a criatura peluda inventou dessa vez?”
Afinal, se não fiz encomendas, o que teria comprado o meu companheiro?
Talvez uma escova nova para desfiar o pelo, que quando ele se estressa fica cheio daqueles nós, à moda Bob Marley. Às vezes é até preciso cortar tudo daí ele fica totalmente despelado, o que é motivo de mau humor por três meses.
A campainha tocou e era o porteiro trazendo a encomenda; vinha de máscara e luvas. Um problema sério o que fez Otávio arregalar ainda mais os olhos amarelos lacrimejantes.
A minha curiosidade não me permitiu sair de perto sem ver o conteúdo. Mas, prevendo a minha reação ele levou tudo para o quarto e por lá ficou entretido.
Me mordendo de curiosidade voltei a ler meu livro afundada na poltrona ao lado da janela. Respeito mútuo na convivência é fundamental.
Depois de passar uns 15 minutos, não aguentei e fui passar um café para conter a minha curiosidade.
Já anoitecia quando ele saiu do quarto e veio para perto de mim cheio de tristeza que até me comoveu...
- O que foi?
- Me sinto impotente diante da situação atual; queria fazer uma armadilha de pegar vírus. Onde já se viu um ser de tamanho tão insignificante, que não pode ser visto a olho nu, só com aparelhos microscópicos, ter o poder de parar o mundo e desestabilizar o planeta? Vou me recolher aos lençóis, e não estou para ninguém, nem de máscara, luvas ou roupa de astronauta e nem que seja o Presidente da OMS. :(

Sem palavras voltei ao meu livro...

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