Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

sábado, 22 de dezembro de 2012

A boneca

                                                             A boneca
A menina queria porque queria uma boneca que cantasse uma cantiga. De tanto pedir, a madrinha resolveu fazer a vontade da menina e lhe deu uma boneca que ao segurar as mãozinhas ela catava:
                                     ♪♫“Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar.
                                                 Vamos dar a meia volta,
                                                  volta e meia vamos dar”♫♫♪♪...

E por vários anos aquele foi o brinquedo favorito da menina que cresceu e resolveu guardar a boneca.
Costumava dizer que era para quando tivesse uma filha, daria para ela a boneca mais
querida que ela teve.
E assim passaram-se os anos e a boneca desbotada e arrepiada permanecia esquecida em cima do forro de madeira da casa empoeirando-se diariamente.
Certa noite, todos dormiam e de repente começou a se ouvir uma voz de criança meio rouca meio estranha que alvoroçou a casa toda, todo mundo acordou, levantou e não sabiam de onde vinham aqueles murmúrios que mais pareciam vir das profundezas.
Todos os celulares foram conferidos várias vezes e nada, e a voz cavernosa continuava a resmungar causando arrepios. A avó deu início a uma corrente de orações, enquanto a irmã mais moça chorava baixinho.
Foi quando o pai resolveu subir ao forro da casa e se deparou com a boneca dando os últimos gemidos. Desceu carregando a boneca cantora com tanto ódio que pegou a boneca pelas pernas e bateu com ela na mesa espalhando seus pedaços pela sala.
Por alguns momentos ninguém moveu um músculo até que a outra irmã, perguntou:
- Papai, porque não tirou somente a pilha? Não precisava dar uma surra nela, ela não sabe o que faz!?

Esta eu ouvi hoje dentro do ônibus quando três mocinhas divertidas, sentadas atrás de mim, contavam casos acontecidos com elas. Adorei!

2 comentários:

  1. Muito boa história, Clotilde. Tem toda uma filosofia embutida nesta singela narrativa.... Um beijo pra vocé, minha amiga, e tenha um ótimo natal!

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  2. Uma boa lembrança para refazermos nossas atitudes, na hora em que somos contrariados.
    Angela











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