A boneca
A menina queria porque queria uma boneca que cantasse uma
cantiga. De tanto pedir, a madrinha resolveu fazer a vontade da menina e lhe
deu uma boneca que ao segurar as mãozinhas ela catava:
♪♪♫“Ciranda
cirandinha, vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar”♫♫♪♪...
E por vários anos aquele foi o brinquedo favorito da menina que cresceu e resolveu guardar a boneca.
Costumava dizer que era para quando tivesse uma filha, daria para ela a boneca mais
querida que ela teve.
E assim
passaram-se os anos e a boneca desbotada e arrepiada permanecia esquecida em
cima do forro de madeira da casa empoeirando-se diariamente.Certa noite, todos dormiam e de repente começou a se ouvir uma voz de criança meio rouca meio estranha que alvoroçou a casa toda, todo mundo acordou, levantou e não sabiam de onde vinham aqueles murmúrios que mais pareciam vir das profundezas.
Todos os celulares foram conferidos várias vezes e nada, e a voz cavernosa continuava a resmungar causando arrepios. A avó deu início a uma corrente de orações, enquanto a irmã mais moça chorava baixinho.
Foi quando o pai resolveu subir ao forro da casa e se deparou com a boneca dando os últimos gemidos. Desceu carregando a boneca cantora com tanto ódio que pegou a boneca pelas pernas e bateu com ela na mesa espalhando seus pedaços pela sala.
Por alguns momentos ninguém moveu um músculo até que a outra irmã, perguntou:
- Papai, porque não tirou somente a pilha? Não precisava dar uma surra nela, ela não sabe o que faz!?
Esta eu ouvi
hoje dentro do ônibus quando três mocinhas divertidas, sentadas atrás de mim,
contavam casos acontecidos com elas. Adorei!
Muito boa história, Clotilde. Tem toda uma filosofia embutida nesta singela narrativa.... Um beijo pra vocé, minha amiga, e tenha um ótimo natal!
ResponderExcluirUma boa lembrança para refazermos nossas atitudes, na hora em que somos contrariados.
ResponderExcluirAngela