Saí de Floripa às 19 horas do dia 11 de março de 2012 e
cheguei em Presidente Prudente por volta
das 11 horas do dia 12, de uma manhã gloriosa de sol e calor, muito calor como de costume
por essa região do estado de São Paulo. A rodoviária, horrorosa e sujíssima que por
sinal está sendo reformada, me acolheu sem cerimonias por algumas horas.
Enquanto aguardava o ônibus
para Tupã que sairia às 13 horas, e para não perder o costume, liguei o meu criticômetro
e comecei a olhar ao redor observando tudo.
A primeira coisa que vi foi esta placa com excesso de informação bem em frente a rodoviária e não pude deixar de me lembrar da Ligia.
Dali sai caminhando até a esquina que dobrei e continuei
mais um pouco, foi quando vi uma loja de máquinas
de costura e com imensa alegria comprei como quem compra um perfume, a correia
de silicone da minha máquina overlok. Já havia procurado perto de casa e não havia encontrado...
Nossa!!! Vim de tão longe para comprar uma correia de máquina,
só eu mesma... Voltei para a Rodoviária, comprei um sorvete, fazendo questão de
esquecer o diabetes e fui até uma banca e comprei Palavras Cruzadas, já que
havia lido um livro todo na viagem, e voltei a esperar mais um pouco.
Às 13 horas em ponto adentrei o veiculo espacial que havia alcançado pessoalmente
a lua e não havia sido desativado tal o estado do mesmo. Para quem saiu de um
moderno ônibus de dois andares, tribus, sendo que a nobreza vai sobre a cabeça
do súdito que o conduz, numa interessante inversão de valores, já que no tempo
da carruagem o cocheiro ia sobre a nobreza acoitando os cavalos. Novos tempos.
A ventania que entrava pelas janelas quase arrancava os cabelos, abanava as orelhas enquanto fazia trepidar as bochechas.
Claro que não dá para comparar um ônibus interestadual com um intermunicipal, mas quando saimos de um e entramos no outro, é impossível não comparar.
O corpo grita.
Como ia dizendo, a sucata da nave espacial lunar, saiu da
rodoviária aos trancos, cheia de pessoas como eu, com dúzias de crianças e
sacolas, encaloradas e doidas para chegar. Sem falar que eu ia de malas, bolsa e sacolas...
Corcovendo entre ruas estreitas entrando e saindo de lugares nunca dantes imaginados eu via da janela pessoas sentadas nas portas, trocando um dedo de prosa, carroças preguiçosas, tudo calmo e calorento, muito singelo.
O suor me escorria por lugares impensados...
E eu com 18 horas de
estrada, ía sacolejando num banco duríssimo, numa estrada empoeirada que
aguardava um maravilhoso aguaceiro para horas depois, grazadeus.
Passamos alegremente por Rancharia, deixamos alguns e pegamos
outros passageiros, por João Ramalho, a mesma coisa, saíram uns e entraram
outros, e nesse sai e entra, entra e sai, eu pude notar que curiosamente sete pessoas
vestiam a cor roxa (!) na pequena rodoviaria de João Ramalho. Dali continuamos a sacolejar enquanto entramos noutra cidade,
Quatá, onde contornamos a praça e passamos ao lado do Hotel Santo Sono. Adorei
o nome, achei repousante, e da Madeireira Cavaco, gostaria de saber se vendem tábuas
ou só cavacos. Passamos céleres pelo Bar do Galizé e ao lado da Lanchonete
BrutaKão. Uma festa para os olhos.
Realmente depois dessa odisseia cheguei na casa da Andréa perto das 16 horas, feliz da vida, na cidade de Tupã, como um chapa de
lanchonete, achatada, suada e assada, é mole?
Porém muito feliz,
afinal estou passeando e tudo é festa.