Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

sábado, 25 de abril de 2020

Um Dia de Cada Vez Postagem 888


                Um dia de cada vez
Para quem me conhece sabe que eu sou “quase” bipolar, se é que este conceito existe.
Tenho dias leves e outros pesadíssimos, mas vou levando ao longo desses 73 anos; muitos deles, a bem da verdade, com suporte médico. Não sei como, mas eu consegui.
Quando preciso enfrentar uma situação que me causa raiva ou dor, ou as duas coisas, a minha alma esperneia feito criança durante um tempo até que eu canse e abra os olhos para a realidade, e eu sinta que estou diante de uma parede de pedras enormes irremovíveis e nada posso fazer diante da situação que se me apresenta.
Dai me sento diante dela e vou encarando a realidade e digerindo cada pedaço amargo da situação que se apresenta insolúvel, até me aquietar e “aceitar”. E isso leva um tempo variável.
Pois bem; Estou há quase dois meses diante dessa parede que foi se erguendo ao longo dos dias e agora está se abrindo uma fresta aos poucos, mas apenas consigo ver diante de mim um nevoeiro espesso, sombrio e úmido. 
Nada de luz, horizonte, céu azul e ou arco íris, nada! 
Mas pelo menos ainda estou respirando o ar gelado que vem de fora.
Então deduzi que os meus passos estão, e terão de continuar sendo, somente dentro dos 50m² em que eu moro, divididos em 5 peças, três janelas, um vitrô, uma porta de entrada, três interiores, uma divisória sanfonada e uma varanda de meio metro.
Resumindo: uma gaiola de ouro. Eu não posso e não devo reclamar, mas será sempre uma gaiola.
O impedimento de sair, passear, andar por ai sem lenço, sem documento e máscara, visitar, ser visitada e tudo mais foram riscados da minha vida para sempre.
Esta é a simples constatação que eu chego. Não há o que espernear, só aceitar sem reclamar.
“Mas sempre poderia ser pior”, me dirão vocês que não estão sozinhos e são jovens, mas também poderia ser diferente, se eu estivesse pelo menos numa casa com mais pessoas... 
Eu respondo de forma “malcriada”. 
Resumindo:
Sem planos de sair daqui, porque sei que será impossível, não me iludo mais. Vou viver o dia e a noite como se apresentarem e sem reclamações, eu prometo; apenas vou viver até que a luz se apague.
Mas tudo bem é o que a vida tem a me oferecer e eu me entrego sem luta.

Bom dia de sábado com saúde para todos.

Um comentário:

  1. Vai passar. O jeito é acreditar nisso, até porque não há mesmo nada mais que se possa fazer....

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