Quem sou eu

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Campinas , São Paulo , Brazil
Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

domingo, 4 de agosto de 2013

A Velhice

                                                   A Velhice
Se escreve muito e se fala sobre a velhice, “a melhor idade” (argh), a idade da sabedoria(?).
Sei lá um monte de baboseiras que não define coisa nenhuma o que é ter que carregar muitos anos na mochila pelo caminho da vida e quem já chegou nela nem gosta muito de falar no assunto.
Geralmente não me aborreço com isso, nem me importo muito de estar ficando a cada dia mais velha, só quando coloco óculos e olho a pele dos meus braços, isso realmente me deprime me incomoda, mas não me tira o sono, só me aborrece temporariamente, mas a coisa que realmente me desestabiliza é me sentir “sobrando” pela idade que eu tenho.
Ao mesmo tempo algo dentro de mim grita; que tolice é essa? O tempo está passando e é assim mesmo, quando a gente é mais jovem, é mais aceita (ou não também), mas nunca será pela idade, será sempre por um outro motivo qualquer, grita outra voz dentro de mim.
E assim uma de um lado outra do outro ficam me estimulando a continuar vivendo e outra querendo que eu desanime. E neste conflito a minha mente fica procurando o equilíbrio em não dar tanta importância nem a um lado e nem a outro.
Quem disser que os anos não pesam estará mentindo, e como pesam.
Para mim não tanto na aparência, o que mais pesa é o convívio com os mais jovens. Sinto o desprezo no olhar deles (ou sou eu que estou vendo coisas?).
Quando se é jovem achamos que só o nosso mundinho cor-de-rosa é que importa o resto é o resto, mas não sabem que a idade também está se acumulando na mochila deles e um dia sentirão o mesmo que os velhos sentem, porque serão velhos também.
Eu só conheci uma avó e curti muito o seu convívio. Ela era muito divertida e conversar ou ouvi-la era muito bom, mas também os tempos eram outros, se convivia muito mais de perto com os parentes, avós, tios e primos, eram queridos de verdade, a maioria morava na mesma cidade, trocavam visitas, iam aos aniversários, batizados e velórios.
Bons tempos aqueles. Era uma alegria visitar e ser visitado, era bom mesmo. Agora só os velhos se visitam, provavelmente pelo hábito de crianças, provavelmente isso também vai acabar.
Toda essa reflexão vem da proximidade de mais um ano de vida, mais uma pedra na minha mochila que vai me curvando e me fazendo olhar para o caminho percorrido com mais frequência e com mais atenção, só isso e nada mais...

Um comentário:

  1. Seu texto faz pensar, Clotilde... a mochila também começa a pesar nessa minha carcaça carcomida! Abraços.

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