quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Mais um continho de três palavras

                                                     Mais um continho de três palavras
Bilro. Ximburé. Zigoma
Delzete colocou de lado os bilros e se levantou de onde estava ajoelhada há horas, dando conta da encomenda para entregar antes do mês de dezembro.
Foi até o canto da cozinha onde o Ximburé exalava o último suspiro, olhou pela janela e viu que iria chover mais tarde, precisava se apressar. Levou-o para o quintal, perto da bica, carregando a gamela tosca e gasta de tão usada, bem no lado do corpo, firmando-a na direita e distribuindo o peso nas laterais das ancas. Por aquelas bandas ainda não haviam chegado vasilhas e utensílios plásticos, tão comuns nas cozinhas de hoje, bem coloridas, e de vários tamanhos e modelos que faziam a alegria da mulherada que labutava nas lides domésticas, não. Por ali ainda se usava a gamela feita de toco de árvore esculpida a enxó que servia para diversas utilidades e ela era bem pesada.
Rapidamente deu conta da tarefa e retornou a casa agoniada com o que estava sentindo desde ontem quando caiu perto do rio e bateu com o rosto no chão. Na hora ficou tonta que quase perdeu os sentidos, mas como mulher forte e lutadora que era, levantou-se do chão e tomou o caminho de casa sem reclamar. Só que hoje além do inchaço a dor havia piorado muito. Resolveu que iria até o seu João Buruá, filho de índio e entendido em doenças e dores para pedir uma mezinha para aliviar a dor.
Ao chegar o velho xamã a conduziu para dentro da cabana e lhe ofereceu banco tosco para sentar enquanto se dirigia a um aparador beirando a parede, bem abaixo da janela.  La tomou de uma cuia e de ervas que estavam penduradas em ramos por toda a parte e começou a fazer uma mistura intercalando água e maceração. Em seguida espalhou a mistura sobre um pedaço de pano e deitou-lhe a cataplasma sobre o inchaço, avisando a mulher que deveria manter o remédio até o dia seguinte. Amarrou-lhe um segundo pano por baixo do queixo e mandou-a para casa.
Quando ia saindo da casa ela virou-se para trás e perguntou ao velho curandeiro:
- O senhor pode me dizer o que eu tenho:
- Sim, a senhora fraturou o zigoma...

(este conto é de março de 2011)

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Fim do Mundo

                                                            O Fim do Mundo
O dia 21 de dezembro de 2012 misteriosamente amanheceu lindíssimo. Não choveu em nenhum lugar do planeta, era lua cheia pra todo lado e o sol a pino de outro, um mistério.
Bem, não podemos dizer que era um mistério, afinal hoje não era o dia do grande evento? Como poderia acontecer diferente?
Bem até onde pude apurar aqui no Brasil os prefeitos de muitas cidades pagaram antecipadamente, é claro, por Shows fantásticos por toda a parte.
As escolas de samba foram convidadas a desfilar nas passarelas vestidas a caráter e por uma questão de segurança (?) as forças militares foram convocadas a comparecer para manter a ordem geral.
O Michel Teló foi contratado para cantar na Esplanada dos Ministérios, ao ar livre a musica
Assim você me mata” logo depois da apresentação da musica “Oi, Oi, Oi” que terá início às 23 horas.
Afinal alguém sabe a que horas se dará o evento? Sim, o fim do mundo?
O pessoal aqui do prédio fez camisetas com dizeres referentes ao inesquecível acontecimento.
Las Palmas” sempre presente até o fim do mundo.”
 A discussão maior gerou na escolha da cor, até porque na rua onde moro, os outros prédios se anteciparam e escolheram as cores antes, assim só nos restou a cor fúcsia ou o verde musgo, mas dai não ficava bem para quem mora justamente na frente do quartel do exercito, podia parecer provocação, afinal eles já escolheram essa cor há mais tempo.
Assim ficou decidido que a cor fúcsia ia bem, até porque ela foi escolhida para a cor do verão, portanto na moda até o fim do mundo, entendeu?
Os mais famosos restaurantes resolveram antecipar o dia do nhoque, que é sabidamente o dia 29 de cada mês, só mudam em fevereiro de quatro em quatro anos, mas ai todo mundo entende e faz no dia 28, mas fazer no dia 21 era inusitado. Zilhões de cozinheiras de todo o mundo foram convocadas para darem conta do recado.
Também resolveram que, nada poderia pegar fogo neste dia, pois os caminhões do corpo de bombeiros estariam desfilando pelas principais avenidas carregando as autoridades locais e familiares. Já os assessores e seus familiares seriam acomodados sobre os tanques e demais veículos militares tantos quantos forem necessários.
Em Machu Picchu haverá uma reunião de místicos do mundo inteiro para assistir in loco o evento.
A Sônia Abraão saiu na frente e conseguiu agendar a maior quantidade de entrevistas dos supostos sobreviventes. As televisões estão a postos desde os primeiros minutos, assim não perderão nada e por falar nisso, para que horas foi agendado esse acontecimento? Se alguém souber mande-me um e-mail, vou olhar no meu tablete até o último momento.
As companhias de telefonia celular misteriosamente funcionarão o tempo inteiro, foi o que prometeram durante o ano todo, assim todos poderão se comunicar, mandar mensagens do que estão vendo e participando.
Eu já vesti o meu “pretinho básico” como convém a ocasião e você vai como ? Coloque no Facebook.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Quando a palavra é uma guasca, um relho

                                                 Quando a palavra é uma guasca, um relho.
Guasca= tira ou correia de couro, muito usada no Rio Grande do Sul para diversas funções.
Relho =Chicote de couro torcido.
Muito bons para dar uma surra, muito gente boa já levou muita guascada nas pernas e relho nas costas.
Porque estou falando nisso?
Pois é, é que hoje tive uma triste experiência com palavras mal colocadas que resultaram em grandes guascadas nas minhas costas (estou falando simbolicamente, é claro) e por alguns momentos me desestabilizaram. Mas  só por uns momentos me liguei com Jesus e me estabilizei novamente.
Costumo falar com algumas pessoas no Face Book  que não conheço porém simpatizo.    Temos ideais totalmente diferentes com relação à religião, mas nos respeitamos muito. Pois não é que hoje ele, esse meu amigo, postou alguma coisa referente a religião dele e até falava mal de alguns superiores na sua hierarquia religiosa e muitos dos seus amigos começaram a postar comentários todos concordando com os comentários dele,  até que lá pelas tantas uma pessoa meteu o sarrafo no Espiritismo dizendo inclusive que os Espiritas não aceitavam Jesus, dai que até ali eu só estava lendo os comentários por curiosidade e resolvi  defender a doutrina, contrariando o que a pessoa falou.
Gente, se eu estivesse diante dessa pessoa e de uma outra que entrou depois eu teria sido linchada sem dó nem piedade. Me xingaram e até me mandaram para o inferno e ainda me mandaram catar coquinho, pode?

Não sei como pessoas que se dizem tão religiosas podem guardar tanto rancor em seus corações.
Não é possível que é esse Cristianismo que eles conhecem, que os ensinamentos de Jesus não lhes servem para nada. Que parece nunca ouviram falar das Bem-aventuranças, do Sermão da Montanha onde Jesus fala entre outros ensinamentos  que devemos se misericordiosos ser brandos e pacíficos. Que coisa! Fiquei assustada.
Olhe abaixo apenas algumas palavras de Jesus no Sermão da Montanha.
Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus
discípulos,e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
E toda e tantas outras maravilhas de ensinamentos de Jesus, quando eles empregam? Pelo jeito não fazem uso.
Eu ainda nervosa do jeito que fiquei me expressei mal numa frase e o “cavalheiro” foi de uma “educação exemplar” me mandou literalmente para o inferno. Credo! Que gente mal educada e andam pelos caminhos da vida usando o nome de Jesus. Lastimável. Não quero isso para mim não. Quero viver na paz com o meu coração pleno na justiça de Deus.
Não sei de onde tiraram a ideia de que os espiritas são contra Jesus, eu até repliquei como tendo se confundido com religiões africanas mas o que?! Fui cuspida na cara.
De que adianta a religião para essas pessoas que vivem de guasca e relho na mão?

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Provas, Missões e Exemplos

                                                       Provas, Missões e Exemplos
Tenho estudado por estes tempos os itens do O Livro dos Espíritos referentes às Escolhas das Provas, livro II, capitulo VI e suas responsabilidades no cumprimento das tarefas a que nos propomos e por conta disso tenho pensado muito no tanto que deve ficar para trás daquilo que nos propusemos ainda na espiritualidade.
Porém também consigo entender que muitas vezes fazemos o melhor, o nosso melhor.
As vezes, e agora falo de mim mesma, faço coisas espontaneamente que lá na frente é que me dou conta da repercussão positiva que teve. E dando ainda o exemplo dos meus livros, se repercutiram para o bem, já foi uma ação positiva da minha parte que levarei para prestar contas a Deus.
Ainda outro dia ouvia uma aula referente ao assunto, onde entre muitos detalhes e itens interessantes aprendi da importância de uma atitude do ser encarnado em benefício da humanidade. Por exemplo; uma criatura com muitas dividas do passado, de outras vidas, com a sociedade poderá se reabilitar trabalhando com muito amor e dedicação à ciência inventando um remédio, uma vacina que irá curar a muitos.
Assim poderemos entender melhor e mais amplamente a famosa frase: “O amor cobre uma multidão de pecados.” Conforme a primeira epístola de Pedro (I Pedro, 4:8), “o Amor cobre uma multidão de pecados”, podemos resgatar, através da prática do Bem, o mal praticado em outras instâncias.
Leia mais no endereço:
http://licoesdosespiritos.blogspot.com/2009/07/o-amor-cobre-uma-multidao-de-pecados.html#ixzz29gci7zlC
Assim um livro bom e educativo para a humanidade pode atingir um objetivo desse porte. Qualquer livro quer seja religioso ou não, poderá fazer muito bem para pessoas que de uma forma ou de outra ainda não encontraram o seu rumo na vida. Palavras de consolo para outras situações, de maneira que pessoas sentindo-se em aflição ou desarmonia interior recorrem a essas leituras edificantes, alguns na linha da Autoajuda, outros religiosos e alguns biográficos que poderão incentivar e melhorar a autoestima de muitos.
Digo isto ao assistir o Bispo Edir Macedo distribuindo o seu livro, já o mais vendido desde o dia do lançamento, numa penitenciária.
Quantos serão beneficiados por aquelas letrinhas negras e pequenas alinhadas em ensinamentos e exemplos de vida? Nunca saberemos, mas oremos para isso.
Até onde eu sei é a sua biografia, suas vivências, suas dificuldades e lutas assim como as suas vitórias alcançadas na fé em Deus que deverá ser como uma cartilha para aqueles que lutam ou aqueles que nem pegaram ainda na enxada do dever na trilha da evolução.
 Admirei sinceramente a atitude dele. Não conheço o livro, e o que sei da pessoa dele com toda a sinceridade não tem sido tão elogiosa assim, mas como não posso falar de quem não conheço pessoalmente prefiro apenas apreciar e torcer para o bom  resultado da ação dele.
E assim pensando acredito piamente que se uma só criatura de Deus se levantar da sarjeta e seguir os seus exemplos através da sua biografia e ensinamentos já teremos menos um marginal prejudicando a humanidade.
E ainda não podemos esquecer os ensinamentos de Jesus:
"...QUANDO ME VISITASTES... FOI A MIM QUE O FISESTES".

domingo, 14 de outubro de 2012

Tem que ser firme na linha!

                                                               Tem que ser firme na linha!
Seu Thagner era um homem sistemático, desconfiado e muito, mas, muito teimoso. Tudo o que ele cismava fazer ou saber não tinha não no caminho, ele ia em frente e descobria como e o que era. Também era falador e metido. Na realidade um “mala”.
Duas vezes por semana ele saia do seu humilde sitio e ia até a cidade levar os queijos e salames para a freguesia. Normalmente levava algumas dúzias de ovos para a dona Oliviana, pessoa que levava e trazia as notícias do lugar, assim, seu Thagner passava primeiro na casa de dona Oliviana para se inteirar dos acontecimentos e só depois ia para o centro, propriamente dito. Ia até o armazém para comercializar os seus víveres, que ficava na única rua que atravessava o povoado e passava bem na frente das duas igrejas do lugar.
As pessoas do pequeno povoado por falta do que fazer ou por ter muita fé iam um dia no culto outro na missa, até para não desagradar aos conterrâneos líder religiosos. Assim agradavam a Deus e aos seus representantes, conseguindo viver em harmonia.
Tirando um diz-que-me-disse ou outro todos viviam e conviviam em harmonia.
Naquele dia logo ficou sabendo quando chegou o ônibus da quinta feira que aquele seria um dia diferente. É preciso que se explique que ali passavam dois ônibus; um na quinta e outro na segunda feira, só de ida, para voltar teriam que ir com o ônibus fazer o caminho dele e voltar na viagem seguinte.
Como ia dizendo, bem no dia que seu Thagner chegou à cidade, vindo do sitio desceu do ônibus carregando uma pasta quadrada e uma pequena maleta um homem de paletó xadrez. Um estranho que logo que chegou foi rodeado indiscretamente pela curiosidade dos moradores desacostumados a visitas de estranhos.
Seu Thagner apressou-se a se apresentar e perguntar a que vinha tão ilustre pessoa aquele paraíso na terra. O estranho achando graça da inusitada recepção prontamente estendeu a mão para o cumprimento.
- Reginauro ao seu dispor, ex-vereador e assessor para transações de importância visceral, pronto a lhe servir...
Falou o estrangeiro cheio de mesura para seu Thagner que imediatamente não gostou da criatura mas não perdeu o rebolado e deduziu rapidamente que o homem parecia mais ladino do que ele próprio que nunca se elegeu vereador e nem tinha ideia o que faz um assessor, e olha que ele tentava todas as eleições e até havia prometido distribuir queijos no Natal para todos, porém Seu Ermano Justiniano sempre ganhava, pois tinha um filho que era "doutor" numa cidade grande que em todas as eleições vinha ajudar o pai no pleito. Havia um sonho de família de que seu Ermano Justiniano chegaria um dia a governador, quiçá Presidente da República, mas por enquanto não saia da vereança.
_ ???Pois é o que eu sempre digo senhor assessor, tem que ser firme na linha!
Respondeu com firmeza e porte ereto, quase como um militar o seu Thagner, homem também metido a valente, pelo menos não rejeitava briga.
Em seguida o forasteiro sorriu e perguntou onde ele poderia se hospedar naquele recanto tão aprazível?
Cada vez mais o seu Thagner gostava menos do homem de paletó Xadrez.
- Dona Vera tem um quarto que ela aluga quando aparece alguém para alugar.
Respondeu o seu Thagner já um tanto amuado. -Onde já se viu um estranho vir aqui para tirar o sossego da gente? - Pensou. Mas refazendo-se um pouco perguntou;
- Posso saber o que o senhor  ex-vereador e assessor para não sei o que mais, veio fazer aqui?
- Sim, estarei ao anoitecer diante da igreja para falar o que vim fazer neste recanto dos deuses. Onde fica a Igreja da cidade?
- Fica uma diante da outra.
- Uma diante da outra? São duas igrejas?
- Sim.
E nada mais disseram. Saíram caminhando pela única rua da cidade, pois taxi lá também não tinha.
- É aqui a casa da dona Vera que aluga um quarto para quem quiser alugar um quarto. –Falou
enquanto batia com o nó do dedo médio fechado, na porta marrom.-
Não levou dois minutos apareceu enxugando as mãos no avental, a dona Vera.
- Bom dia senhora Vera, a senhora teria um quarto para me alugar?
- Sim senhor, tenho um quarto para alugar para quem quiser um quarto para alugar.
- Então ficarei aqui hospedado na sua tão agradável residência.
Seu Thagner não aguentando tanta puxação de saco virou e sem se despedir rumou para o armazém do seu Ermano Justiniano, sim aquele eterno vereador da cidade, para comercializar seus queijos.
- Olá Thagner, me disseram que você anda passeando pela cidade com um ex-vereador que chegou à cidade no ônibus?!
- Eu não ando passeando com ninguém, eu só o levei até a casa da dona Vera para ele alugar o quarto.
Falou com visível mau-humor.
- Hã.
Após um silêncio mutuo o seu Ermano comentou; 
- O que será que esse forasteiro quer aqui?
- Sei lá, ele só vai falar à noite na frente das Igrejas...
- Hum, boa coisa não é, o que você acha?
- Sei não, vamos esperar, eu já vou indo que por conta disso tudo já me atrasei.
Logo ao anoitecer a cidade inteira se reuniu diante das igrejas para ouvir o forasteiro. Enquanto ele não chegava alguns já faziam apostas. Se ele ficasse na frente da igreja Católica ele era Católico, se ele ficasse na frente da igreja Evangélica, era Evangélico, e o dinheiro já corria solto quando ele apareceu bem no meio da estrada entre as duas igrejas mostrando assim que não era nem de uma e nem de outra, ou mostrou a esperteza em não ficar de lado nenhum.
Abriu a maleta ali  mesmo sobre um banquinho dobrável e começou a falar diante de todos. 
Usando um palavreado cheio de firulas retirou da maleta um vidro marrom e começou a falar dos benefícios daquela descoberta científica maravilhosa que fazia bem para o fígado, para dor de cabeça e para fortalecer os homens nas suas alegrias e...
Na segunda feira, subiu no ônibus o forasteiro todo sorridente, não sem antes abanar para a comitiva que o levou ao “bota-fora” fazendo toda aquela encenação de candidato político.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Crianças

                                                                               Crianças
Hoje 12 de outubro, é comemorado o dia das crianças e comemora-se de todas as formas gostos e poderes.
Mas não é dessa comemoração, deste “dia”, desta criança especificamente que vou me referir aqui. Ao assistir uma mensagem bonita e com convite a reflexão, estendi meu pensamento às crianças como gênero, como pessoas em princípio de vida, como seres da criação ainda tenros e inexperientes na arte de viver.
A mensagem falava de aceitar as pessoas como elas são sob pena de “desmontá-las” caso as forçássemos a serem como entendemos que elas deveriam ser. Falava que precisamos aceitar as suas dificuldades, deficiências e personalidades “diferentes” e sim que precisamos apreciá-las no que podem nos oferecer.
Dai que penso que de repente me vejo numa sinuca; até que ponto devemos “torcer o pepino de pequeno”? Até que ponto a personalidade de uma criança é dela mesma e não uma cópia de um modelo qualquer do interesse dela? E até onde devemos e podemos agir sem interferir no que há nela de mais puro, mais genuíno?
Quem de nós em sã consciência pode dizer que pensa com a própria cabeça durante as vinte e quatro horas do dia, sem nenhuma interferência externa? Fica difícil até porque desde que nascemos sofremos interferências externas, no caso, mãe, pai e demais tratadores e nunca vamos saber qual é o nosso verdadeiro pensamento.
Dai durante a vida pendemos de um lado para o outro e não que isto queira dizer que não temos personalidade própria, isso quer dizer que cada informação nova vão se “acomodando”  nossos pensamentos e novos conceitos se formam que alteram ou podem alterar nosso pensar até o momento.
Vejo por exemplo na minha casa. Criei quatro filhos comendo do mesmo arroz e feijão, ouvindo as mesmas coisas e recebendo os mesmos exemplos e qual foi o resultado? Quatro personalidades distintas. Quatro pessoas maravilhosas de qualquer ângulo que se olhe, porém não vou dizer que todos tomaram o rumo que eu entendia por melhor para eles. Dito isto deduz-se que o mais intimo do nosso ser, é incorruptível, para o bem e para o mal.
Por outro lado tenho uma irmã que costuma dizer que faz isso ou aquilo porque era assim que o pai ou a mãe faziam.
Dai fico pensando, será que certas pessoas são mais influenciáveis que outras? Então como fica nossa responsabilidade perante Deus quando aprendemos que “devemos” orientar nossos filhos e aqueles do qual somos responsáveis? Devemos exigir ou respeitar as tendências?
Nunca saberemos o certo, pois se der bom é mérito do responsável, se der ruim, mau caráter, já vem no sangue, é do espirito.
Pensando bem, o exemplo dado na mensagem era o de uma árvore torta, dai fica difícil montar um paralelo. Gente é gente e arvore é arvore.
Cruzes!!!!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Algumas coisas que não gosto

                                                   Algumas coisas que não gosto.
A quem interessar possa aqui vão algumas coisas que vejo e não gosto dentre muitas, é claro.

Não gosto de crianças entrando na cabine de votação. A meu ver ali é um momento “critico” onde crianças (geralmente metidas) estão participando de um momento cívico de um voto SECRETO.

Infelizmente não se educam crianças como antigamente, com raras exceções, eles se impõem em qualquer lugar e situação. E “todos” chamam isso de hiperatividade e ainda acham lindo, “normal” e muito inteligentes. Há até quem os chame com orgulho de “crianças Índigos ou cristal”. Para mim continua sendo falta de educação.

Se alguém for esta semana às lojas de brinquedos, vai ver cenas dolorosas onde crianças escolhem o que querem, presentes caros ou não, sem que os pais e avós possam dizer não. Se não têm dinheiro, fazem em dez prestações e compram aquele brinquedo que estará fazendo parte da pilha que decora o quarto da criança antes que a semana acabe. Triste!

Não gosto quando entro no FB e vejo post’s que só falam de inveja e “olho grande”. Acho que sou dessas pessoas que ninguém tem inveja, até porque não faço nada que outra pessoa não possa fazer, dai porque me invejar? Vá lá e faça, ora!

Também não gosto no FB quando falam em “amigos que traem”, amigos de verdade não traem e nunca fui traída também, e se fui dei tanta importância que nem me lembro e nem perco meu tempo comentando essa possibilidade. Penso que pessoas desse tipo gostam de picuinhas e eu detesto, dai são solenemente ignoradas por mim.

Não gosto de pessoas do FB que postam "trocentas" mensagens de uma vez sobre animais maltratados, pessoas perdidas sem datas do acontecido, quando nem se sabe quando foi, se a pessoa já foi encontrada e passa bem, sem falar nos convites para aqueles joguinhos chatos.

Não gosto de pessoas que falam ou escrevem palavrão o tempo todo e se for mulher então; abomino. O nosso vocabulário é muito extenso para que precisemos falar tanta baixaria. Uma merda ou outra, uma vez ou outra ainda vá lá, mas de resto acho horrível.

Também não gosto de chapéu apesar de muito recomendado pelos dermatologistas. Acho que só quem ficava bem de chapéu era o Santos Dumont, talvez pelo chapéu estiloso que escolheu.

Eu sei que o vento e a chuva são imprescindíveis para o reino vegetal. O vento semeia e a chuva molha sem deixar secar demais. 
A chuva mantêm o nível dos rios e lagos e o vento semeia árvores por toda a parte aumentando a beleza do cenário. Tudo isso eu entendo e acho bonito, mas se pudesse dormiria direto nos dias de chuva e vento e acordaria feliz quando o sol voltasse. Simples assim.

Não aprecio comer pipoca, até como uma ou duas e só. Acho irritante comer pipoca, não sei porque...

Não gosto de executar a limpeza doméstica e arrumações de toda ordem, mas amo quando a faxineira vai embora deixando tudo limpo...

Não gosto daquelas pessoas que quando conversam vão chegando muito perto e agente vai andando para trás e ela vem junto.

Como a lista é interminável vou ficando por aqui mesmo.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Dona Centopeia

                                                        
        Ésta é a minha singela colaboração em homenagem a semana da criança.

                                        Dona Centopeia.
Dona Centopeia saiu naquele dia muito apressada porque queria chegar ao shopping
bem na hora em que este abriria as portas ao público, para aproveitar bem o dia todo fazendo compras.
Sempre que tinha algum dinheiro sobrando saia para comprar sapatos de todo o tipo, sapatos altos e baixos, tênis, botinhas, sandálias, chinelos, tamancos, pantufas e tudo o mais que encontrasse para calçar. Sem falar que deixava muito louco qualquer vendedor, porque provar 50 pares de calçados não era fácil e ainda mais de vários modelos.
Quando era confortável, ela não gostava da cor, quando a cor agradava, não gostava do modelo. Quando gostava da cor e do modelo, um enfeite qualquer, um lacinho ou botão que achasse feio, ela já não queria mais. Isso quando não era muito alto ou muito baixo ou apertava o dedinho.
E lá ia a Dona Centopeia passeando pelo shopping de loja em loja de calçados.
- Eu vou levar esse aqui mocinho, faça o favor de embrulhar 20 pares na cor caramelo e 20 pares de salto alto na cor azul, ah e vou levar 10 pares de tênis cano alto de cores diferentes, cinco pares na cor rosa e cinco pares na cor marrom.
Falava ela com a voz trêmula e delicadamente como era seu modo de falar enquanto experimentava o 18º par de calçado naquela loja lá pelo meio da tarde. O vendedor que a atendia suava por todos os poros, mas mantinha sempre o sorriso no rosto.
-Sabe o que é meu filho? Comprar calçados para mim é um problema; uns pés têm calos, outros joanetes, outros têm unha encravada, alguns eu acho muito feios e a maioria doem mesmo.
Falava ela candidamente para o vendedor.
Então tento distribuir calçados confortáveis da melhor maneira.
O mais engraçado é que ela usava ao mesmo tempo 10 pares de sapato mocassim bege na parte da frente, depois mais 10 pares de botinhas de cano curto na cor pinhão. Em seguida 10 pares de tamancos de saltinho na cor vermelha, 10 sandálias de salto anabela, e finalmente 10 pares de tênis com solado para caminhada porque ninguém é de ferro.
Completando a indumentária, um chapeuzinho delicado com flores e fitas e ainda carregava uma bolsinha de cor vermelha à tiracolo.
E assim, toda faceira lá se foi embora quase na hora de fechar o shopping, carregada de caixas de calçados de todo o tipo...

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Falando de cães e donas

                                                            Falando de cães e de donas
Olhando aqui de cima eu vejo as cabeças de todas as cores e formatos, tonsuras de todas as circunferências e pensava aqui com meu zíper: - Quem serão essas pessoas que vem e que vão que passam e não ficam aonde irão e quem serão?-
Uns sentem frio, estão de casacos e agasalhos de várias texturas, outros com roupas leves, com alças, cavas e calções. Aonde irão com tanta pressa? Correm para fugir dos quilos que ganharam, das dívidas, dos problemas, dos desafetos, dos chatos, dos remédios e da rotina.
E os que levam cães para passear? Eu os chamo de cachorreiros.
Cachorros de todos os tamanhos e raças, cachorros gordos como os donos, feras grandes e feias e ferinhas com carinhas de cachorrinhos chatos daqueles esganiçados que latem por tudo e para tudo.
Por favor; não me deem um desses, não gosto. Prefiro a observação entediada dos meus (nossos) gatos.
Aprecio os animais com o respeito que merecem. Não esquecendo que serão sempre animais e devem ser tratados como tal.
Merecem viver com dignidade cada um como Deus os fez, nada de lacinhos, pelos coloridos, vestidinhos e coleiras de brilhantes. Só as mulheres inventam essas coisas, não conheço nenhum homem que enfeite seus cachorros, no mínimo uma discreta coberta para o frio.
Cão é cão e como tal precisa ser respeitado. Imagine o que diriam para suas donas se pudessem externar seu pensamento ao se verem cobertos por fantasias ridículas?
Com certeza falariam bons e intensos palavrões de estiva, e por sinal, bem merecidos.
Tadinhos, eu morro de pena deles, por isso penso que pessoas que se dizem amantes dos animais e fazem isso deveriam acima de tudo respeitá-los e não ridicularizá-los.

Acho até que deveriam ser analisados por profissionais da área da psiquiatria que lhes dessem um alvará de sanidade mental antes de assumirem a responsabilidade de adotá-los.

Provavelmente vão me execrar por colocar aqui o que eu penso, mas...
Continuando...
Não basta só alimentar, vacinar e levar para passear, é preciso entender que acima de tudo são seres da criação Divina. Precisam de carinho e respeito.