Mais um continho de três palavras
Bilro. Ximburé. Zigoma
Delzete colocou de lado os bilros e se levantou de onde estava ajoelhada há horas, dando conta da encomenda para entregar antes do mês de dezembro.
Ao chegar o velho xamã a conduziu para dentro da cabana e lhe ofereceu banco tosco para sentar enquanto se dirigia a um aparador beirando a parede, bem abaixo da janela. La tomou de uma cuia e de ervas que estavam penduradas em ramos por toda a parte e começou a fazer uma mistura intercalando água e maceração. Em seguida espalhou a mistura sobre um pedaço de pano e deitou-lhe a cataplasma sobre o inchaço, avisando a mulher que deveria manter o remédio até o dia seguinte. Amarrou-lhe um segundo pano por baixo do queixo e mandou-a para casa.
Quando ia saindo da casa ela virou-se para trás e perguntou ao velho curandeiro:
- O senhor pode me dizer o que eu tenho:
- Sim, a senhora fraturou o zigoma...
(este conto é de março de 2011)
Bilro. Ximburé. Zigoma
Delzete colocou de lado os bilros e se levantou de onde estava ajoelhada há horas, dando conta da encomenda para entregar antes do mês de dezembro.
Foi até o canto da cozinha onde o Ximburé exalava o último
suspiro, olhou pela janela e viu que iria chover mais tarde, precisava se
apressar. Levou-o para o quintal, perto da bica, carregando a gamela tosca e
gasta de tão usada, bem no lado do corpo, firmando-a na direita e distribuindo
o peso nas laterais das ancas. Por aquelas bandas ainda não haviam chegado
vasilhas e utensílios plásticos, tão comuns nas cozinhas de hoje, bem
coloridas, e de vários tamanhos e modelos que faziam a alegria da mulherada que
labutava nas lides domésticas, não. Por ali ainda se usava a gamela feita de
toco de árvore esculpida a enxó que servia para diversas utilidades e ela era
bem pesada.
Rapidamente deu conta da tarefa e retornou a casa agoniada
com o que estava sentindo desde ontem quando caiu perto do rio e bateu com o rosto
no chão. Na hora ficou tonta que quase perdeu os sentidos, mas como mulher
forte e lutadora que era, levantou-se do chão e tomou o caminho de casa sem
reclamar. Só que hoje além do inchaço a dor havia piorado muito. Resolveu que
iria até o seu João Buruá, filho de índio e entendido em doenças e dores para
pedir uma mezinha para aliviar a dor.Ao chegar o velho xamã a conduziu para dentro da cabana e lhe ofereceu banco tosco para sentar enquanto se dirigia a um aparador beirando a parede, bem abaixo da janela. La tomou de uma cuia e de ervas que estavam penduradas em ramos por toda a parte e começou a fazer uma mistura intercalando água e maceração. Em seguida espalhou a mistura sobre um pedaço de pano e deitou-lhe a cataplasma sobre o inchaço, avisando a mulher que deveria manter o remédio até o dia seguinte. Amarrou-lhe um segundo pano por baixo do queixo e mandou-a para casa.
Quando ia saindo da casa ela virou-se para trás e perguntou ao velho curandeiro:
- O senhor pode me dizer o que eu tenho:
- Sim, a senhora fraturou o zigoma...
(este conto é de março de 2011)
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