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Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Excêntrica Senhora


                                                                 A Excêntrica Senhora.
Mais um continho de três palavras
Cuxiú – Mequetrefe – Espojou-se

Uma das primeiras coisas que chamou a atenção do Firmino quando chegou na casa da tia de Lurdete foi o CUXIÚ nas costas dela.
Lurdete já havia lhe avisado que a tia, dona Eduardina era , vamos dizer assim, um tanto extravagante, mas aquilo ia além das suas maiores expectativas, um CUXIÚ nas costas, o que será que ainda viria pela frente?
Lurdete e Firmino estavam noivos e agora visitavam a tia excêntrica para entregar-lhe o convite de casamento. A fama de Tia Lurdete na família era de que tinha muito dinheiro, talvez tanto o quanto tinha em excentricidade.
-Olá Tia Lurdete, como vai a senhora?
-Como Deus quer pois se depender dos parentes estaria morta e enterrada e sem uma flor murcha enfeitando o meu caixão...
-Não fala assim tia, é que todo mundo trabalha e estuda e não sobra tempo...
 Lurdete toda  indignada a interrompeu bruscamente e falou:
-Pra andar pra lá e pra cá no shopping todo mundo arruma tempo...
-Pois é tia mas viemos justamente fazer uma visita para a senhora e trazer o nosso convite de casamento, a gente conta com a sua presença, não é Firmino?
-Firmino? Não era Francisco? Já trocou de novo? Fez bem minha filha aquele outro me pareceu um MEQUETREFE.
- A senhora deve estar confusa...
- Confusa eu? Veja só ela é que não sabe o que quer, uma hora um, outra hora outro e eu que estou confusa, pois sim!
Lurdete nem olhava para o Firmino para não ter de dar explicações e retirando da bolsa entregou o convite na mão da tia na mesma hora em que o cuxiú pulou em cima dela o que a fez dar um grito e um pulo.
  -Uiiii, tira isso de cima de mim, tira isso de cima de mim...
ESPOJOU-SE em prantos enquanto a tia ignorando os seus apelos lia placidamente o convite nos mínimos detalhes.
O Cuxiú enrolou-se cada vez mais nos seus longos cabelos e dava gritinhos, enquanto Firmino sem saber o que fazer dava pulos pela sala com as mãos na cabeça gritando desesperado.
Finalmente a tia levantou-se da cadeira, deu um longo e estridente assobio e retirou o cuxiú dos emaranhados cabelos da moça.
Em prantos Lurdete se levantou e se dirigiu correndo para a saída totalmente arrependida de ter pensando na possibilidade da tia comparecer ao seu casamento.
Atrás dela, não menos assustado Firmino; trôpego e aflito, correu em direção ao carro que havia estacionado na rua, xispando dali rapidamente.

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