Culpada eu?
Tenho observado ao longo desses anos que todas nós mães sentimos culpa como mães e como filhas. Cito as mães em especial, porque ouço menos pais aflitos, mas existem.
Sempre achamos que poderíamos ter sido melhores para nossas mães assim como para os nossos filhos.
Termos feito melhor nossa tarefa de gerar um corpo e educá-lo, prepará-lo para a nova vida de um espírito.
Esquecemos que por trás da cortina do esquecimento, temos “zilhões” de vidas em comum com esses familiares em outras tantas formas. Podemos dizer que já fomos tudo, e de tudo experimentamos nessa terra, encarnados em corpos ora masculinos e ora femininos, em atitudes diversas conforme vamos evoluindo.
Só essas experiências, reencarnados nos possibilitam o aprendizado real, verdadeiro. Aquele aprendizado que fica impregnado e gravado a fogo no perispírito, corpo etéreo que envolve o espírito, a centelha Divina.
Daí que nós mães e filhos de um modo geral precisamos ser sinceros conosco mesmo, nos analisar, avaliar e ver se que o que fizemos, bem ou mal, se era o que sabíamos fazer, se as atitudes que tomamos foram o que entendíamos ser a melhor para aquele momento, então a partir daí vem o conforto. Todos, sem exceção erramos em algum momento da nossa vida, mesmo querendo acertar. Todos nós andamos pela vida meio às cegas, querendo entender o que se passa por conta do necessário esquecimento para não “embolar mais ainda o time em campo”. Imagine se soubéssemos que nossa mãe tinha sido nossa arquiinimiga e rival em outra vida? Não seria fácil conviver com essa constatação e esse realismo. Que aquele cara com quem casamos apaixonadas foi um bandido da pior espécie, que a linda e amada mulher de hoje lhe infelicitou de formas diversas em vidas passadas e por ai vai. Assim precisamos em princípio “zerar”, voltar ao marco zero para recomeçar. Para isso nos comprometemos uns com os outros, para um ajudar o outro pincipalmente naquilo que levamos aquele espírito ao erro e à falha de comportamento em outra vida. Precisamos aprender a amar incondicionalmente e o mais fácil, ou menos difícil é amar um bebê rosado e fofo, um pai que enxuga nossas lágrimas ou uma mãe que nos alimenta e nos abraça, nos aconchega ao peito quando ralamos o joelho. Assim é o mecanismo de Deus para o aprendizado do amor verdadeiro. Na maioria das vezes isso demora um pouco (penso eu), e são necessárias muitas experiências onde a troca de posições é imprescindível, pois se colocando no lugar do outro literalmente, iremos compreender melhor os dois lados e com isso entenderemos a forma diferente de ser dos outros.
Não deve haver culpa em nenhuma situação. É preciso compreender para saber viver e perdoar-nos mutuamente e profundamente.
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